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Games Ram Geek 2024 vai reunir experiências gamer e geek em Manaus em sua 6ª edição

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Games Ram Geek — Foto: Rede Amazônica

A Games Ram Geek chega em sua 6º edição que acontecerá nos dia 5, 6 e 7 de Julho de 2024 no Centro de Convenções Vasco Vasques, gerando um ambiente diverso com foco nas culturas Geek, Pop e Nerd em Manaus (AM).

O evento espera receber uma média de publico de 10 mil pessoas em cada dia do evento.

Nessa edição a Games Ram Geek contará com a presença de atrações nacionais, musicais e apresentações artisticas que envolve o universo gamer e pop enriquecendo e celebrando a cultura geek brasileira, além do concurso de Cosplay, competição de k-cover dance, campeonato de E-sports na arena gamer e muito mais.

Em 2024, foram confirmados os campeonatos dos jogos eletrônicos: Counter-Strike 2, FreeFire, League of Legends, Valorant, FC 24, Mortal Kombat 1, Street Fighter 6 e Fortnite.

Conheça a história do ‘Auto do Boi’ e como se adaptou ao Festival de Parintins

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O Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas – que ocorre todos os anos no último final de semana de junho, considerado uma atração turística da cidade –, é uma apresentação a céu aberto com participação de várias associações folclóricas. O ponto alto da festa é a competição entre os dois bois folclóricos: o Boi Garantido e o Boi Caprichoso. Nas três noites, eles protagonizam a exploração de temáticas regionais como lendas, rituais indígenas e costumes dos ribeirinhos através de alegorias e encenações.

A tradição deste festival, iniciado em 1965, tem trazido contribuições sociais para a afirmação de um sentido de identidade regional que ocorre por meio da ressignificação do evento. “Essa ressignificação substitui o arquétipo de morte e renascimento pela chamada celebração folclórica, visto que o boi-bumbá parintinense hoje não morre mais e, portanto, não ressuscita”, conclui Rui Manuel Sénico Carvalho em estudo de doutorado defendido no Instituto de Artes (IA) – em 2014.

Segundo o pesquisador, que é mestre em música, faz parte dessa mudança a exaltação de personagens regionais como o indígena e o caboclo, que atuam como protótipos de discursos e conferem uma nova configuração estética ao festival.

Rui conta que escolheu esse assunto pela sua originalidade, já que o Amazonas é pouco estudado em etnomusicologia.

“Creio que uma pesquisa relacionada com a região poderia instigar o conhecimento sobre uma parte do Brasil singular, muito rica do ponto de vista cultural”.

O boi-bumbá, afirma Rui, faz parte de uma manifestação muito arraigada no folclore do país. “Tipifica-se na atualidade como uma manifestação cultural popular amazonense. No entanto, o auto do boi remete aos primórdios do Brasil e está presente em diversas regiões”, contextualiza.

O que afinal é o auto do boi?

É uma encenação que conta a história da negra Catirina que, grávida, desejou comer a língua do boi mais estimado pelo dono da fazenda em que morava. Para atender o seu desejo, Pai Francisco, esposo de Catirina, matou o melhor animal de seu patrão e, em seguida, fugiu. Perseguido, pediu socorro ao padre, que o auxiliou e fez ressuscitar o boi, para alegria e comemoração de todos na fazenda.

Alguns estudiosos apontam Portugal como a origem do auto do boi. Existem muitas similaridades com um folguedo que existia nos arredores de Lisboa até o século 19. Outros sugerem a África Subsaariana (região do atual Senegal) como a origem do bumba-meu-boi brasileiro, manifestação da qual o boi-bumbá parintinense atual deriva.

O auto do boi no Brasil inclui personagens centrais da colônia, como o amo do boi (branco, geralmente português), o Nêgo Chico e a Catirina (negros), e o indígena, este incorporado ao longo do tempo. “Eram três grupos em constante interlocução cultural e, ao mesmo tempo deculturados, face ao gestar de uma nova situação antropológica que emergia no país. À sua maneira, o auto do boi aborda a questão da identidade cultural no Brasil”, constata o pesquisador.

A tese, orientada pelo docente do IA José Roberto Zan, aborda um recorte geográfico temporal específico: ele não descreve a geografia do boi e as implicações mitológicas. “O surgimento do culto do boi acontece no mesmo período em que passa a dominar o ciclo agrário no Oriente Próximo e a relação do chifre do animal com o quarto crescente lunar, bem como com o arquétipo de morte e ressurreição”, situa.

O pesquisador cita Câmara Cascudo, segundo quem o bumba-meu-boi tornou-se o primeiro auto com caráter nacional, na medida em que assimilou, reconfigurou e transformou heranças das diversas matrizes do mosaico étnico da nação brasileira, gestada a partir de 1500. “Apenas posso suspeitar que o complexo mítico do boi, em alguma de suas variantes, já era conhecido pelos contingentes de mão de obra escrava da África, importada para o Brasil, bem como pelos portugueses que para cá migraram”, declarou o folclorista.

Confira um vídeo que explica a origem do ‘Auto do Boi’:

Na trilha do boi

Rui realizou o trabalho de campo em Parintins e em Manaus. Esteve em dois festivais na ilha e presenciou a Alvorada do Garantido, quando o boi sai em cortejo na noite de 30 de abril para o primeiro de maio, inaugurando a temporada anual do boi em Parintins. “Entrevistei intervenientes no processo de elaboração do boi, o que foi muito elucidativo e enriquecedor para a minha pesquisa”, expõe.

Em Manaus, ele entrevistou mestres de boi-bumbá da vertente tradicional da representação do auto e músicos que criam as sonoridades da festa, compositores de toadas e mediadores culturais que constroem a narrativa-mestra do Festival Folclórico de Parintins.

Rui observou como o evento era planejado e como captava a participação popular. “Se por um lado, os mediadores culturais ‘inventavam uma tradição’, por outro, a participação popular legitimava o aspecto folclórico da festa, emprestando-lhe sua identidade primária”.

Essa circularidade, entre a invenção de uma tradição e a satisfação de uma necessidade sentida, ressalta ele, consumava o gozo das pequenas diferenças – o caráter afirmativo do senso de identidade regional que se manifesta no evento.

A leitura de trabalhos anteriores foi enriquecedora para Rui, embora não houvesse nenhuma pesquisa no campo da etnomusicologia. Mas esses trabalhos não descortinaram um aspecto vital para a compreensão do boi-bumbá parintinense contemporâneo, que é a total obliteração do arquétipo morte e renascimento do boi.

De outra via, o músico notou que nenhum dos trabalhos se referia ao significado e ao papel da celebração folclórica, que foram inseridos na reconfiguração estética do festival a partir da década de 1980. E, por fim, há que se destacar a inserção da figura inventada do “índio” no Festival, o que tem por finalidade relacionar o folguedo com uma suposta ancestralidade “indígena”.

Os dois protótipos da regionalidade, revela, são o índio, que prefigura a ancestralidade do amazonense, e o caboclo, que é uma construção simbólica urbana do homem que, ao inserir em seu universo aspectos da civilização trazida pelo europeu, concretiza o caminho entre o índio pré-civilizado e a civilização. “Essas são as personagens exaltadas no folguedo que pretendem conferir um sentido de identidade ao evento”, repara.

As toadas analisadas em trabalho de campo foram obtidas no próprio festival ou com mestres de boi-bumbá, em Manaus. Outras toadas de cunho mais “tradicional”, como as de Lindolfo Monte Verde, fundador do Garantido, foram transcritas de um CD de toadeiros parintinenses, gravado em 2010. Tais composições foram selecionadas por esses toadeiros a partir da tradição oral popular de Parintins e retrabalhadas para a gravação.

“As toadas de cunho mais pop (Vermelho, Tic,Tic,Tac, Canto da Mata) foram transcritas por mim a partir de gravações de apresentações ao vivo, ou de programas de auditório, obtidas no YouTube, e sua análise tem em vista comparar as mudanças operadas no gênero, como parte de um processo de afirmação identitária”, esclarece. “Assim, ao colocar em perspectiva as diferentes toadas, abrangendo um período de cerca de 50 anos, é possível identificar algumas das mais significativas alterações pelas quais o gênero passou.”

A pesquisa começou em agosto de 2006 com a coleta de textos sobre o assunto, antes mesmo de Rui ter ingressado no doutorado, em 2010. As toadas analisadas têm uma abrangência de mais de meio século. “O estudo dos aspectos relacionados ao boi levou-me até a Pré-História”, assinala.

Uma pesquisa em etnomusicologia é bastante abrangente. Por isso, o pesquisador se debruçou sobre a história do Norte, do Brasil-Colônia, do período da Independência e sobre aspectos relacionados com antropologia cultural, mitologia, sociologia e a história do Amazonas em particular.

Rui situa que esse estudo procura ajudar a entender por que a ressignificação do Festival Folclórico de Parintins tem como finalidade gerar um sentido de afirmação identitária regional. O processo agrega um trabalho conjunto entre os que formulam a festa, o poder público, quem a organiza e os brincantes, que dão cor e movimento ao folguedo. “Passei a enxergar, sob a ótica de pesquisador, um tema que se desenrolava numa ilha no meio do Rio Amazonas. Sem nenhuma intenção de cunho essencialista, eu percebia que ressoava algo que nos remetia a um passado muito distante, na história comum da humanidade”.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Unicamp

**O vídeo é uma produção do Governo do Amazonas

Literatura que Orgulha

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“Manaus é uma cidade absurda, sombria e surreal”.

Assim descreve Márcia Antonelli no lançamento de seu primeiro livreto editorial “Hematofilia”, publicado pela Editora Transe, que na ocasião, também lançava em formato físico a obra “Língua de Prata e outras histórias”, de Felipe Cavalcante, no Espaço Cultural Sereia Mística, na rua Luiz Antony.

Para mim, que acompanho essas duas personalidades já há algum tempo e vivo em Manaus desde o nascimento, é interessante pensá-los enquanto personagens dessa grande narrativa que é esta cidade

Foto: Jan Santos/Acervo pessoal

De rosto indígena e maquiagem europeia, Manaus é em si uma contradição que por vezes a metáfora não dá conta de conciliar.

Nos últimos anos, a capital esteve entre as lideranças na luta pela instalação de um pensamento conservador no Brasil, o que custou a saúde e até mesmo a vida de seus habitantes por mais de uma vez, e mesmo que se situe no coração da Amazônia brasileira, busca incessantemente uma identidade que não é sua, mutilando os próprios pés para que caibam em um sapato que não lhe serve.

Manaus se diz conservadora, mas quem olha de perto percebe que esse discurso não passa da capa.
No Mês do Orgulho, como em qualquer outro momento, é interessante lembrar das personagens que de fato sabem quem é Manaus de verdade, quem é Manaus de noite, quando não está coberta pelas vestes de seda que insiste em usar mesmo com um calor de 38º.

Como em qualquer espaço onde existam seres humanos, a comunidade LGBTQIA+ da cidade também é uma força pulsante e impossível de ser ignorada. Antonelli, transescritora cujo trabalho é mais acessível nas mesas de bar do que em uma livraria, e Cavalcante, cuja presença online o situa tanto como escritor de fantasia quanto como advogado da visibilidade bissexual, são vozes que insistem em reverberar nesse espaço controlado pela editoria tradicional, marcando sua presença na literatura local mesmo quando essa é indesejada.

Como diz a pesquisadora Regina Dalcastagnè, a literatura (assim como a alma de Manaus) é um território em disputa.

Em “Hematofilia”, Márcia Antonelli não se esquiva da brutalidade que acomete os becos e vielas da cidade, sendo a autora, em resposta, também brutal. Durante o lançamento, em momentos que eu posso descrever apenas como hipnóticos, Antonelli lê um de seus contos (chamados de Movimentos) sobre uma musicista viciada em dor. A autora, tão parte da vida noturna local quanto o próprio álcool, apresenta assim as delícias e as dores da violência, em um retrato honesto de uma Manaus que é tudo menos parisiense. “Ler a Márcia é ir aonde eu não tenho coragem”, disse uma das participantes do evento, e eu não poderia concordar mais.

Já Felipe Cavalcante aproveitou o momento para ler uma das histórias que acompanham “Língua de Prata”, uma coleção de contos de Fantasia que busca mostrar sua versatilidade enquanto escritor, oferecendo uma série de experimentos literários que vão desde o horror gótico ao realismo mágico. A história escolhida fala de uma criança que, por ter ramos e flores e folhas brotando de seu corpo, é constantemente podada pela mãe, e não coincidentemente, a mutilação é utilizada mais uma vez como alegoria para aquela identidade que o mundo ao redor não está preparado para cultivar (mas para cortar, é rápido).

Foto: Jan Santos/Acervo pessoal

Antonelli e Cavalcante não apenas trazem diversidade à produção literária de uma cidade que se recusa a ver-se diversa, mas trazem ruídos, incômodos e desconfortos a uma mentalidade engessada, que não percebe que está morrendo. A mutilação que tal pensamento impôs a corpos divergentes é quem enfrenta agora o fio da faca, como os enredos dessas pessoas provam. Então secundários, agora são essas personagens de Manaus que se tornam protagonistas, anti-heróis e anti-heroínas feitos de carne e osso e sangue e dor em um espaço em que a ilusão derrete no asfalto quente.

Palmas aqui também para a Editora Transe, que deu suporte para que tais vozes soassem afiadas. A parceria entre os envolvidos criou um momento bastante especial na noite manauara do dia 08 de junho de 2024, um exemplo da qualidade que surge quando lugares, personalidades e vozes diferentes se encontram para dizer a que vieram.

Meus parabéns a todos que tornaram aquele lançamento possível. Que sintamos Orgulho desses novos personagens da literatura local.

Sobre o autor

Jan Santos é autor de contos e novelas, especialmente do gênero Fantasia. Mestre em Literatura pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e com graduações em Língua Portuguesa e Inglesa, é um dos membros fundadores do Coletivo Visagem de Escritores e Ilustradores de Fantasia e Ficção Científica, além de vencedor de duas edições dos prêmios Manaus de Conexões Culturais (2017-2019) e Edital Thiago de Mello (2022).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

“Ao ex, com carinho”: 4 toadas dos bumbás Caprichoso e Garantido sobre fim de relacionamento

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As toadas dos bois-bumbás Caprichoso e Garantido são parte essencial do Festival Folclórico de Parintins, celebrado anualmente no Amazonas. Algumas dessas canções abordam temas como tradição, rivalidade, amor e, em alguns casos, até mesmo o término de um relacionamento.

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Até (Garantido)

O álbum ‘O Boi da Preservação’, de 2008, conta com diversas canções iconicas. Uma delas é ‘Até’, que foi escrita por Chico da Silva. A toada fica ainda mais emocionante por conta dos vocais de David Assayag. Veja a letra:

Lá vou eu novamente, felizmente pela aí
A gente vai se despedindo por aqui
Dessa fantástica viagem, até

Até, um abraço forte, um longo beijo, meu amor
Quero sentir na pele o teu calor
Levar comigo a tua imagem

Dessa relação bonita que nos faz feliz
Eu quero bis
Vou seguir com a certeza que a gente se amou
Como se quis”

Amor de Yandê (Caprichoso)

E quem disse que apenas a vontade do casal apaixonado pode fazer as coisas darem certo? No álbum ‘Amor e Paixão’ do bumbá Caprichoso, a toada ‘Amor de Yandê’ retrata uma relacionamento impossível entre Yandê e Coára. Alerta de spoiler? Eles não ficam juntos no final. Veja:

“O giro de Yandê, enamorada
Por toda a noite, até a madrugada
Só terminava quando raiava o dia, oh
E os dois nunca se encontravam
Yandê chorou, ao ver que seu amor
E o sonho de apaixonada, nunca
se realizaria oh”

Um beijo na palma da mão (Garantido)

Seria o compositor Chico da Silva, o rei da sofrência de Parintins? Ele foi o responsável pela música ‘Um beijo na palma da mão’. A música que fez parte do CD Garantido 2000 fala sobre um amor que vai ser interrompido, mas que pode voltar a existir. Veja:

Toada de Amor (Caprichoso)

Mais uma de Chico da Silva para a lista. O compositor sabe como explorar as emoções em suas músicas. Na ‘Toada de Amor’, Chico mostra um casal que vai ter que se separar por um breve momento. O Motivo? O persagem principal é torcedor do Caprichoso e sua amada do bumbá contrário. Que situação. Confira:

Meu amor faz pirraça da minha cachaça o meu Boi bumbá
Meu amor é contrário e no mês de Junho se manda pra lá
Eu confesso que sinto uma grande tristeza da separação
Mas meu boi Caprichoso derrama alegria no meu coração”

Em Manaus, Rio Negro volta a descer após sete meses de cheia e preocupa população

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O Rio Negro voltou a descer após sete meses de cheia em Manaus (AM). Desde o dia 23 de junho, o rio desceu dois centímetros chegando, já no dia 25, ao nível de 26,83 metros.

A previsão de que, em 2024, o Amazonas tenha uma seca severa nos mesmos moldes ou até pior do que o estado viveu em 2023. Com isso, a Defesa Civil tem se preparado para enfrentar o problema. Neste período, inclusive, o rio deveria estar no ápice da cheia, e não iniciando a vazante.

Leia também: Previsão de seca severa: Defesa Civil recomenda estoque de comida e água no Amazonas

A última vez que as águas retrocederam foi no dia 16 novembro do ano passado. Desde então, o Rio Negro tem mantido um ritmo lento, mas constante de subida. Todavia, no domingo, o rio desceu um centímetro. Na segunda, 24 de junho, as águas se estabilizaram, não subindo e nem descendo. Já no dia 25, o rio vazou mais um centímetro.

O cenário é o mesmo em Itacoatiara, Tabatinga e Coari. Na Velha Serpa, segundo o boletim da Praticagem dos Rios Ocidentais da Amazônia (Proa Manaus), o Rio Amazonas desceu, desde o dia 16 de junho até a última terça-feira, 14 centímetros.

Em Tabatinga, do dia 16 até 25 de junho, o Rio Solimões desceu de 7,89 metros para 6,71 metros. Em Coari, no mesmo período, o rio também desceu 14 centímetros.

*Com informações do g1 Amazonas

Programa internacional busca proteção do corredor ecológico Manu-Purús, no Peru

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A biodiversidade amazônica que abriga os parques nacionais Manu e Alto Purús, localizados nas regiões Madre de Dios e Ucayali, no Peru, receberá uma contribuição internacional para preservar seu ecossistema e paisagens únicas, segundo o Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas pelo Estado (Sernanp).

O Sernanp especificou que o Programa Legacy Landscapes Fund (LLF) chega ao Peru em um esforço conjunto para preservar a riqueza natural e cultural dos parques nacionais Manu e Alto Purús. 

“A LLF representa um compromisso global para proteger esta grande paisagem, destacando-se como um símbolo de esperança e ação nacional conjunta, em meio aos complexos problemas que a Amazônia enfrenta”, frisou.

Segundo o órgão, a preocupação e o apoio internacional refletem a importância da conservação do Manu-Purús, passando uma mensagem clara: o mundo está atento e disposto a agir.

Foto: Divulgação/Agência Peruana de Notícias

O principal objetivo do programa LLF é preencher lacunas na gestão deste grande corredor natural. Ao garantir a sustentabilidade financeira, será possível proteger a biodiversidade excepcional e garantir o bem-estar a longo prazo das populações na região.

Este fundo combina recursos públicos e privados, com contribuições significativas de países como Alemanha, Noruega e França através das suas agências de desenvolvimento. O LLF garante um fundo de 30 anos que permitirá a continuidade das iniciativas de conservação e desenvolvimento sustentável na região, garantindo ainda um legado duradouro para as gerações futuras.

O Sernanp destacou que a inclusão da paisagem Manu-Purús no programa LLF é um reconhecimento internacional de sua importância ecológica e cultural. 

“Este fundo reforça o compromisso global com a conservação das áreas protegidas e os direitos das comunidades indígenas”, divulgou.

Indicou também que os seus objetivos incluem a gestão sustentável, a mitigação das alterações climáticas e o empoderamento das comunidades locais. Manu-Purús abriga uma biodiversidade única e sua inclusão fortalece sua proteção e a de seus habitantes indígenas.

O programa também se destaca pela estrutura de gestão colaborativa. A FZS Peru canalizará estrategicamente os fundos, trabalhando em estreita colaboração com o Sernanp e parceiros a nível local e regional. 

O Sernanp, como principal beneficiário dos recursos, tem um papel crucial na gestão e execução de projetos de conservação e desenvolvimento sustentável na paisagem Manu-Purús, consolidando a credibilidade e o impacto do programa.

A situação atual realça a importância deste fundo, o programa não só representa um desafio para a integração de duas áreas protegidas numa gestão unificada, mas também uma oportunidade crucial para reforçar a vigilância, o controle e a colaboração entre Sernanp e as comunidades locais.

*Com informações da Agência Andina

Dengue pode afetar coração, rins, fígado e cérebro, afirmam especialistas

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É comum que pacientes infectados por dengue sintam dores no corpo, febre alta e tenham manchas na pele. Esses sintomas duram em torno de 5 a 7 dias. Porém, mesmo após a cura, alguns sintomas podem persistir, como a fadiga extrema, dores musculares e articulares, além de manchas na pele.

Leia também: 1 mosquito e 4 doenças: conheça o Aedes aegypti, o “maldito do Egito”

Estou com dengue, o que fazer?

O infectologista Julival Ribeiro aponta que as pessoas diagnosticadas com dengue grave, chamada de dengue hemorrágica, podem continuar com sintomas e ter sequelas, como insuficiência cardíaca e miocardite – uma inflamação do tecido muscular do coração. Julival menciona, ainda, que podem haver sequelas cerebrais.

“A depender do quadro clínico da dengue, se foi grave, podem surgir manifestações neurológicas, por exemplo, perda de memória, se a pessoa teve uma inflamação no cérebro, e irritabilidade. Tudo isso pode acontecer a longo prazo com a dengue”, destaca o infectologista.

Caso o paciente apresente sintomas semanas após a cura, deve procurar assistência médica. “Nas pessoas que tiveram dengue grave, é que essas alterações podem durar por longo tempo, ou mesmo tornar-se um problema crônico. Portanto, quem teve dengue, apresenta sintomas depois de várias semanas ou meses, deve procurar um serviço de saúde para esclarecer”, indica Julival.

Dengue hemorrágica

As alterações de saúde afetam, em especial, pacientes que tiveram dengue hemorrágica. O especialista em doenças tropicais do hospital Anchieta e infectologista, Manuel Palácios, explica como a dengue clássica evolui para a hemorrágica.

“A dengue pode evoluir para dengue hemorrágica, ou dengue grave, quando há um aumento da permeabilidade vascular, levando a vazamento de plasma, sangramentos graves e falência de órgãos. A fase crítica, onde o paciente está mais vulnerável, pode durar de 24 a 48 horas”, pontua.

Segundo Manuel Palácios, os sintomas da progressão da doença costumam aparecer entre o 3º e o 7º dia e coincidem com a queda da febre. Os sintomas são:

  • Sangramentos espontâneos: nas gengivas, nariz e trato gastrointestinal
  • Dor abdominal intensa e contínua
  • Vômitos persistentesLetargia ou irritabilidade

A médica intensivista do Hospital Santa Marta, localizado em Taguatinga Sul no Distrito Federal, Adele Vasconcelos, explica que a dengue causa desidratação interna por perda de líquido, o que faz com que o sangue engrosse e as plaquetas caiam – fatores que aumentam o risco de hemorragia. “A evolução da dengue para a hemorrágica depende de organismo para organismo. A gente só considera uma dengue como hemorrágica se o paciente tiver algum tipo de sangramento, seja ocular, no nariz, na boca, na urina, nas fezes, às vezes até na cabeça, um AVC”, salienta a médica.

Em relação às sequelas da dengue grave, órgãos como coração, rins, fígado e cérebro podem ser afetados. A professora do Gama, no Distrito Federal, Gláucia Ferreira Matos, 45 anos, teve a doença em março deste ano. Ela relata que, além da dengue ter afetado a imunidade dela, tem investigado problemas nos rins e fígado.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“A dengue atingiu gravemente o meu fígado, consequentemente o meu rim também e, agora, eu venho fazendo acompanhamento, exames de sangue, hemograma, alguns exames mais específicos para acompanhar, porque eu venho sentindo sintomas que eu nunca tive na vida antes de ter dengue”, conta a professora.

Têm maior risco de desenvolver dengue hemorrágica crianças, idosos, gestantes, portadores de doenças imunossupressoras (HIV/Aids, doenças autoimunes, neoplasias), além de pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão e indivíduos previamente infectados com um sorotipo diferente do vírus da dengue.

Quadro diagnóstico

  • Dengue clássica: febre alta, dor de cabeça, dor por trás dos olhos, dores musculares e articulares, exantema (manchas na pele) e, às vezes, sangramento leve das gengivas ou nariz. Dura geralmente de 5 a 7 dias;
  • Depois podem persistir: fadiga extrema, que pode durar várias semanas; dores musculares e articulares, por algumas semanas ou meses; exantema pode aparecer novamente alguns dias após a febre ter cessado e durar de 1 a 5 dias; progressão para dengue hemorrágica: sangramentos espontâneos nas gengivas, nariz , dor abdominal, vômitos persistentes. Costumam aparecer entre o 3º e o 7º dia, coincidindo com a queda da febre;
  • Sinais de dengue grave: choque, caracterizado por pulso fraco e rápido, pressão arterial baixa, extremidades frias e úmidas; sangramento grave (vômitos com sangue, fezes escuras, sangramento vaginal excessivo, entre outros); comprometimento de fígado, cérebro, coração. Podem surgir de 3 a 7 dias após o início dos sintomas (nos casos graves);

Prevenção e combate à dengue 

Com uma vistoria de 10 minutos semanais em casa, os moradores podem acabar com os possíveis criadouros do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, segundo o Ministério da Saúde. Confira alguns cuidados:

  • Colocar areia nos vasos de plantas;
  • Verificar garrafas, pneus, calhas, caixas d’água;
  • Checar o recipiente atrás da geladeira e climatizador;
  • Olhar plantas e pratos que acumulem água;
  • Amarrar bem sacos de lixo;
  • Limpar bem as calhas de casa.

*Com informações do Brasil 61

Festival de Parintins 2024 terá primeiro item Carbono Neutro

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Mais de 120 mil pessoas devem passar pelo Festival Folclórico de Parintins, que acontece entre os dias 28 e 30 de junho. Como um verdadeiro símbolo da Amazônia e uma das manifestações culturais mais importantes do Brasil, o Festival também é uma importante ferramenta de promoção e conscientização ambiental. Pensando nisso, Marciele Albuquerque, cunhã-poranga do boi Caprichoso, realiza o processo de carboneutralização de suas atividades de item oficial. A iniciativa é realizada em parceria com o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), que também realizará outras ações de conscientização do público durante o Festival.

Por meio do Projeto Carbono Neutro (PCN), o Idesam está medindo as emissões de Gases do Efeito Estufa (GECC) de Marciele desde janeiro até o término do Festival. O inventário das emissões contempla consumo de energia elétrica e deslocamentos terrestre e aéreo. A estimativa é que o trabalho seja concluído no mês de julho.

O plantio acontecerá na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, localizada no interior do Amazonas. O diferencial da iniciativa é a técnica de produção utilizada, o Sistema Agroflorestal (SAF). Ele consiste na criação de um espaço produtivo o mais parecido possível com uma floresta original, combinando diferentes espécies agrícolas e florestais. As mudas serão plantadas em propriedades de famílias parceiras do Idesam, levando diversidade alimentar e gerando renda.

“Minha relação com a natureza vem de casa, aprendi com minha família. Eu sou filha da terra, sou munduruku e a Amazônia me inspira! Este ano, minha parceria com o Idesam tem algo que cabe no momento que estamos vivendo, de emergência climática: ser o primeiro item carbono neutro do Festival de Parintins é minha evolução dentro e fora da arena. Com esse tipo de ação, todos saem ganhando”, destaca Marciele Albuquerque.

Com mais de uma década de atuação na RDS do Uatumã, o Idesam já plantou 50 mil árvores, neutralizando aproximadamente 10 toneladas de carbono (tCOe) com a restauração de 65 hectares (ha). O Projeto ainda conta com a parceria de 40 famílias.

Marciele Albuquerque. Foto Bruno Mello

“O CO2 desempenha um papel importante para que exista vida no planeta, mas quando liberado em excesso causa efeitos devastadores e um desses efeitos são as mudanças climáticas. Nosso objetivo é conectar pessoas à floresta por meio do plantio de árvores, tornando possível que elas se responsabilizem pelo impacto causado ao planeta”, afirma Kate Guimarães, coordenadora do Projeto Carbono Neutro do Idesam.

Atualmente o PCN conta com três modalidades de parceria: calculadora no site, voltada para pessoa física; inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), voltado para pessoa jurídica; e plantio voluntário, voltado para ambos. O inventário de GEE é o cálculo organizado para Marciele. Para isso, é utilizada uma ferramenta de cálculo adaptada ao contexto brasileiro pelo Programa Brasileiro GHG Protocol. Neste processo, primeiro são levantadas as emissões, em seguida é feito o cálculo com o total estimado para, consequentemente, identificar a quantidade de árvores a serem plantadas.

Cada árvore plantada pelo Idesam pode ser rastreada na plataforma de plantio disponível no site da organização. Além de garantir o pleno desenvolvimento das mudas ao longo do tempo, sabe-se exatamente onde a árvore foi plantada e qual é a família parceira da iniciativa.

*Com informações do Idesam

Azul ou vermelho? Aprenda receitas de drinks inspiradas no Caprichoso e no Garantido

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Para sustentar o calor da região amazônica nada melhor do que um drink refrescante, não é mesmo? Ainda mais quando a inspiração dele é um dos festivais mais famosos do país, o Festival Folclórico de Parintins.

Confira ideias de drinks inspirados nos bois-bumbás Caprichoso e Garantido:

Gin Caprichoso

50ml de Gin
30ml Suco de limão Tahiti
20ml de xarope de açúcar
10ml de xarope de laranja azul
Energético de coco e açaí
Uma fatia de laranja
Ramo de hortelã

Em uma taça, acrescente 10 cubos de gelo. Em seguida, acrescente o Gin, suco de limão, um copo de xarope de açúcar e o xarope de laranja azul. Mexa todos os ingredientes. Complete a bebida com energético. A fatia de laranja e o ramo de hortelã entram como decoração na taça.

Gin Garantido

50ml de Gin
Suco de limão Tahiti (a gosto)
1 copo de xarope de açúcar
Xarope de frutas vermelhas (a gosto)
Energético de frutas vermelhas (a gosto)
Uma fatia de limão siciliano
Ramo de hortelã

Em uma taça, acrescente 10 cubos de gelo. Em seguida, acrescente o Gin, suco de limão, um copo de xarope de açúcar e o xarope de frutas vermelhas. Mexa todos os ingredientes. Complete a bebida com energético de frutas vermelhas. O limão siciliano e o ramo de hortelã entram como decoração na taça.

Livro sobre apagão no Amapá durante a pandemia de Covid-19 é publicado pela USP

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A amapaense Dayanne Farias, de 24 anos, teve o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que consiste em uma História em Quadrinhos, publicado pela revista da Universidade de São Paulo (USP). A estudante foi aprovada em design gráfico na Universidade Federal de Goiânia (UFG) em 2018.

Ao Grupo Rede Amazônica, Dayanne contou que mesmo morando na terra goiana, ela decidiu que iria levar consigo a cultura e história da terra natal para onde fosse, e principalmente o cenário ‘pós-apocalíptico’ do apagão, que ela, a família e mais de 800 mil pessoas passaram por 22 dias, durante a pandemia mundial de Covid-19.

Desta grande tragédia, surgiu a HQ ‘Ilha dos Esquecidos’, onde Dayanne criou uma história fictícia sob várias histórias de cidadãos amapaenses, transmitindo o sentimento de impotência, isolamento e desespero que enfrentavam.

Trecho da HQ publicada pela estudante de Design Gráfico — Foto: Dayanne Farias/Arquivo Pessoal
Foto: Dayanne Farias/Arquivo pessoal

“Eu acho que além da minha vontade, era também uma obrigação falar sobre isso e, enfim, dar visibilidade para o que estava acontecendo, já que quase ninguém estava dando a visibilidade que a gente precisava. Eu levo nossa história adiante sempre que puder”, disse Dayanne.

Processo de criação

A jovem contou que a ideia da criação do material surgiu em uma disciplina na grade de ensino do Design Gráfico, quando um professor de História em Quadrinhos, passou um trabalho que pedia temas socias inseridos no contexto do design.

“A primeira história foi uma atividade para essa disciplina. Eu fiz essa atividade sobre o apagão, essa HQ, apresentei na época. O professor colocou num artigo dele, foi publicado numa revista também, só que só com o nome dele. E aí eu pensei, bom, eu vou levar esse tema para o meu TCC”, disse.

A amapaense destacou que já tinha visto trabalhos de autores de fora sobre o apagão. Ela conta que escolheu a música popular amapaense “Jeito Tucujú” em sua epígrafe para destacar uma produção de uma mulher que passou pelo ocorrido, nascida no Amapá, para o resto do Brasil.

Dayanne teve a mãe como insipiração — Foto: Dayanne Farias/Arquivo Pessoal
Foto: Dayanne Farias/Arquivo pessoal

“Acho muito importante que as pessoas daqui tenham visibilidade pra falar e pra dar voz sobre as coisas daqui. Já que são sempre as pessoas de fora fazendo isso. Eu decidi que eu queria falar sobre isso, em qualquer oportunidade que eu tivesse”, contou Dayanne.

A estudante destacou que ainda está na busca para conseguir publicar a História em Quadrinhos na forma física comercial, e que pretende seguir com este trabalho.

Trecho da História em Quadrinhos Ilha dos Isolados — Foto: Dayane Farias/Arquivo Pessoal
Foto: Dayanne Farias/Arquivo pessoal

O livro está disponível para leitura no formato digital. A estudante contou ainda que possui interesse em dar uma continuidade a esta história, que deveria ser mais longa, mas por conta do tempo de entrega, não conseguiu transmitir todos os detalhes que gostaria.

*Por Isadora Pereira, do g1 Amapá