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Rios Negro, Amazonas e Solimões iniciam processo de vazante, anuncia SGB

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O mês de julho começa com registros de descidas em alguns trechos dos rios Negro, Amazonas e Solimões. Isso sinaliza o início do processo de vazante nesses rios que compõem a Bacia do Amazonas, conforme indica o Serviço Geológico do Brasil (SGB). Após registrarem cheias de menor intensidade, os rios avançam para o período de estiagem.

O SGB realiza o monitoramento dos rios da Bacia do Rio Amazonas e disponibiliza os dados, em tempo real, por meio da plataforma do Sistema de Alerta Hidrológico.

“O Rio Negro, em Manaus, iniciou a semana com descidas de um centímetro por dia. Observamos também declínios na região do Alto Rio Negro”, explica a pesquisadora em geociências do SGB, Jussara Cury.

Em Manaus, a cota registrada na manhã desta segunda-feira (1) foi de 26,77 m. No dia 21 de junho, o rio registrou o pico da cheia na capital amazonense: 26,85 m.

De acordo com Jussara Cury, também foram registradas descidas no Rio Solimões, em Fonte Boa, Coari e Manacapuru. Já em Tabatinga, o cenário é diferente: “No final da semana, o rio apresentou subidas que indicam o retorno do período chuvoso na Região dos Andes, com chuvas acima do normal para esse período que é de início de vazante”.

No Rio Amazonas, foram registradas descidas médias diárias de 2 cm em Itacoatiara. “Essa recessão é normal para o período, mas na região os níveis estão baixos para a época”, pontua a pesquisadora do SGB. A cota observada é de 12,10 m, sendo que o esperado em Itacoatiara para a data de hoje seria de 13,03 m.

Níveis abaixo da média também já são observados na margem direita da Bacia do Amazonas, nos rios Madeira, Acre e Tapajós. O cenário é monitorado pelo SGB.

Cheias no Rio Branco

O Rio Branco, em Roraima, ainda está em processo de enchente. Em Boa Vista (RR), a cota observada na manhã desta segunda-feira (1) foi de 7,21 m (a cota de alerta é de 8 m). Em Caracaraí (RR), a marca mais recente é de 8,08 m (a cota de alerta é de 8,5 m). Há previsões de chuvas concentradas na Bacia do Rio Branco para os próximos dias.

Livro analisa obra de Paul Le Cointe sobre a Amazônia e apresenta diário inédito de viagem

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O livro ‘Viagem circular de Paul Le Cointe’ compartilha com o leitor o diário da viagem ao rio Madidi do naturalista francês Paul Le Cointe (1870 – 1956), um panorama amplo de diferentes aspectos da produção de borracha no corredor formado pelos rios Madidi – Beni – Madre de Dios – Mamoré – Madeira. E, além do diário, ‘Viagem circular’ traz também um estudo biográfico de Le Cointe, uma análise do contexto histórico do diário e um ensaio sobre a obra do naturalista.

A publicação é resultado de cooperação franco-brasileira envolvendo quatro pesquisadores – os historiadores Nelson Sanjad, Heloisa Bertol Domingues e Patrick Petitjean e a antropóloga Emilie Stoll. A parceria acadêmica teve início após a entrega dos originais do diário de Paul Le Cointe à editora do Museu Paraense Emílio Goeldi pelo premiado jornalista Lúcio Flávio Pinto, que o recebeu como herança da química e estudiosa da Amazônia, Clara Pandolfo.

Os temas do livro, o resgate do diário e os personagens icônicos da história da Amazônia envolvidos  nessa saga foram o assunto do Seminário ‘Paul Le Cointe na Amazônia: colonialismo e ciência no contexto da economia da borracha,  1890 – 1920’, nesta segunda-feira (1°), no Centro de Exposições Eduardo Galvão, no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, com a participação dos organizadores da publicação, co-editada pelo Museu Goeldi, Projeto Emergence(s) Ville de Paris Exorigins, da Prefeitura de Paris e o Museu de Astronomia e Ciências Afins.

Paul Le Cointe

O historiador Nelson Sanjad, pesquisador do Museu Goeldi e editor de Viagem Circular, juntamente com a historiadora Heloísa Bertol Domingues (MAST) e a antropóloga Emilie Stoll (CNRS), conta que o naturalista francês chegou à Amazônia em 1891 para explorar a Guiana e o Amapá, mas, por razões políticas, o projeto foi cancelado pelo governo da França. No Brasil, Le Cointe se fixou em Óbidos, onde trabalhou como agrimensor e cônsul, depois foi contratado para gerenciar um seringal na Bolívia, no rio Madidi, afluente do Beni. “É essa viagem, de Óbidos ao Madidi (e o retorno ao Brasil após trágicos acontecimentos), que ele descreve no diário”, esclarece o historiador.

Apesar de algumas de suas obras já serem conhecidas, entre elas seus escritos sobre o cultivo de cacau e borracha e as observações sobre as características naturais e sociais da região amazônica, a publicação de seu diário pessoal sobre a viagem ao rio Madidi ainda é inédita. Sanjad também destaca que “Le Cointe foi autor de vasta obra sobre a Amazônia e o Pará, como os clássicos ‘Amazônia Brasileira’ e ‘O Estado do Pará’.

Foi pioneiro nos estudos fitoquímicos de espécies amazônicas, tendo influenciado toda uma geração de químicos brasileiros. Também foi autor de ensaios capitais sobre as possibilidades de desenvolvimento da Amazônia, tendo elaborado o primeiro projeto para a criação da Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia – SPVEA, que originou a atual Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia – SUDAM”.

Considerado como um importante testemunho sobre a produção da borracha na Amazônia no auge da economia gomífera ao observar e descrever a atuação e o envolvimento de diferentes grupos e seus interesses no sistema produtivo da hevea brasiliensis, desde investidores, burocratas, milícias armadas a trabalhadores, geralmente migrantes empobrecidos e povos indígenas escravizados, Sanjad lembra que, sendo um documento datado, o diário de viagem de Paul Le Cointe deve ser contextualizado, por isso não foi apenas relançado, mas reeditado.

“O diário da viagem ao rio Madidi fornece um panorama inédito da infraestrutura de produção de borracha no corredor formado pelos rios Madidi-Beni-Madre de Dios-Mamoré-Madeira, incluindo as principais propriedades, o contingente humano, a produção econômica, os meios de transporte, as condições de navegação e de saúde, o processo de urbanização etc., além de uma crônica social sarcástica e, por vezes, bastante racista. Este diário pode ser considerado um dos melhores testemunhos de época sobre o violento processo colonial que integrou a Amazônia ao capitalismo mundial a partir da exploração da borracha”, explica o pesquisador que também já biografou o suíço Emílio Goeldi, cientista que consolidou o Museu Paraense, e que está incorporado no nome da instituição.

Além do diário, a obra traz um estudo biográfico produzido pelo historiador francês Patrick Petitjean, uma análise do diário feita pelo professor Sanjad em coautoria com a antropóloga Emilie Stoll e um ensaio sobre a obra de Le Cointe assinado pelos três pesquisadores.

A descoberta do Diário

O livro Viagem Circular foi prefaciado pelo jornalista Lúcio Flávio Pinto, guardião do texto original, e quem solicitou ao Museu Goeldi a produção da publicação que será lançada nesta segunda (1° de julho).

Lúcio Flávio lembra que o diário original chegou até ele por intermédio da então chefe do Departamento de Recursos Naturais da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), Clara Pandolfo, que deixou o diário como presente ao jornalista depois de anos de amizade. 

“Durante muitos anos eu a visitava no seu gabinete. Das entrevistas ao repórter, passamos a conversas mais longas, autênticas aulas que ela me concedia. Antes de morrer, ela disse aos parentes que o diário de Paul Le Cointe, que foi seu professor, era meu. Avisado pelos parentes, que não sabiam onde estava o documento, fui atrás dele, onde eu o tinha visto certa vez. E assim herdei o diário”, lembrou Lúcio Flávio Pinto.

Agraciado com quatro prêmios Esso e dois da Federação Nacional dos Jornalistas, por seu trabalho em defesa da verdade e contra as injustiças sociais, Lúcio Flávio, também sociólogo de formação, avalia que a publicação oferece ao leitor a preciosa oportunidade de comparar as transformações ocorridas na região do Rio Madeira, parte brasileira da viagem do naturalista e um dos principais afluentes do Rio Amazonas.

Um século após a passagem de Paul Le Cointe, a área viria abrigar duas das maiores hidrelétricas do mundo, ter intensa movimentação de embarcações transportando principalmente soja e ser impactado por um terrível garimpo de ouro.

Conhecedor da história e da realidade amazônica, Lúcio Flávio Pinto, após analisar a publicação Viagem Circular, considera que o público receberá uma grande obra de referência. 

“O resultado do trabalho é de alto nível, centrado no diário, mas contextualizando a sua época e atualizando e aprofundando o conhecimento do vale do rio Madeira”, pontua o jornalista, autor de 21 livros sobre a Amazônia e leitor voraz.

O livro

‘A viagem circular de Paul Le Cointe’ é um livro de capa dura com 484 páginas, com imagens e encarte do mapa do trajeto da viagem. O lançamento ocorreu durante o Seminário ‘Paul Le Cointe na Amazônia: colonialismo e ciência no contexto da economia da borracha,  1890 – 1920’ e está disponível gratuitamente no formato de e-book no portal do Museu Goeldi.

Já os interessados em adquirir a versão impressa do livro, que serão entregues apenas em agosto, devem reservar o exemplar no Seminário de lançamento ou clicando nesse link. O preço de capa do livro ‘A viagem circular de Paul Le Cointe’ é de R$190,00 (cento e noventa reais) com desconto para reservas realizadas até 2 de julho. 

A publicação estará disponível para venda a partir de agosto na Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna, no Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, localizado na Avenida Perimetral, n°1901, e na Travessia Livraria, na Alcindo Cacela, em Belém (PA).

*Com informações do Museu Paraense Emílio Goeldi

Retirada de intrusos em Terra Yanomami é reforçada pelo MPI e operação prossegue

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O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) assinou no dia 28 de junho, quatro atos de descentralização de crédito extraordinário do MPI para garantir o prosseguimento das ações em terras indígenas Yanomami, no valor total de 3 milhões de reais. Coordenado pelo MPI, o comitê liberou recursos que serão distribuídos para quatro instituições em ações de combate a atos ilícitos na TI Yanomami.

O Comitê Interministerial de Desintrusão de Terras Indígenas foi criado por decreto pelo presidente Lula e coordena ações de desintrusão em todo o país. Atualmente, além da TI Yanomami, atua também na TI Caripuna.

Os recursos são para as agências que atuam na TI Yanomami no combate e fiscalização de ações ilegais cometidas na região. Para a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a verba é para fiscalizar, monitorar e coibir a venda ilegal de combustível em postos que abastecem aeronaves que operam ilegalmente em terra Yanomami. 

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) vai receber recursos para fazer a fiscalização e monitoramento do uso de vários resíduos que são usados ou extraídos, como o mercúrio, e os minerais como cassiterita e até ouro ilegal, nas margens de rios e acessos por estrada ao território.

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) vai garantir a continuidade da fiscalização, identificação e destruição de pistas clandestinas dentro e fora da TI Yanomami. E a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) receberá apoio financeiro para o trabalho de inteligência, prevenção e monitoramento dos novos garimpos, do deslocamento desses garimpeiros ilegais na terra Yanomami e de acompanhamento e monitoramento de pontos já existentes de garimpos, e ações de desmatamento da região com ações efetivas e repressivas no combate e toda a logística empregada ilegalmente na TI Yanomami.

Participaram da reunião, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) coordenado por Marcos Kaingang (SEDAT), além de representantes dos Ministérios da Justiça, da Defesa, do Meio Ambiente, Ministério Público Federal (MPF), Procuradoria Geral da República (PGR), Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e dos órgãos: FUNAI, PF, ANTT, ANP, ABIN, ANAC e INCRA.

Para Marcos Kaingang, “fortalecer a parceria e garantir a permanência das agências dentro e fora das terras indígenas é crucial para assegurar a eficiência e a efetividade das ações que vem sendo feitas no combate e repressão aos crimes feitos na terra indígena dos Yanomami”, declaro

*Com informações do Ministério dos Povos Indígenas

Saudade já? Confira galerias com alguns dos melhores momentos de Caprichoso e Garantido no Festival de Parintins

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O 57° Festival Folclórico de Parintins encerrou nesta segunda (1°) com a consagração da vitória do boi-bumbá Caprichoso, que conquistou seu tricampeonato e o 26° título de sua história. O bumbódromo da Ilha da Magia foi tomado por torcedores que aguardavam a contagem das notas para saber o resultado da disputa com o boi Garantido.

Por três noites, entre 28 e 30 de junho, os bois se apresentaram por cerca de 2h30 diariamente, mostrando a rivalidade que alimenta uma das maiores festas populares brasileiras. Confira alguns dos melhores momentos:

Caprichoso

Fotos: Arthur Castro, Pedro Coelho, Alexandre Vieira, Michel Amazonas e Arleison Cruz

Garantido

Fotos: Mauro Neto e Euzivaldo Queiroz

Tricampeão: Caprichoso vence o 57° Festival Folclórico de Parintins

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O boi-bumbá Caprichoso é o grande campeão do 57° Festival Folclórico de Parintins, conquistando seu tricampeonato. Em três noites de festival, entre 28 e 30 de junho, o boi da estrela azul se consolida tricampeão após quase 30 anos de hiato de seu primeiro título de tri.

O boi Caprichoso levou o tema ‘Cultura – O Triunfo do Povo’ este ano e abriu o festival com o subtema ‘Raízes: o entrelaçar de gentes e lutas’. Na segunda noite de apresentações, sábado (29), o bumbá também abriu, com o subtema ‘Tradições: o flamejar da resistência popular’. Na última noite de disputa o boi Caprichoso fechou as apresentações com o subtema ‘Saberes: o reflorestar das consciências’.

O bumbá foi o vencedor da primeira noite (28 de junho) por um décimo de diferença. Já na segunda noite houve empate. A decisão ficou por conta da terceira noite, 30 de junho, consagrando o Caprichoso vencedor.

Os bois Caprichoso e Garantido foram avaliados por nove jurados que atribuíram notas para 21 itens, divididos em três blocos:

A – Comum/Musical (Itens: Apresentador, Levantador de Toadas, Marujada de Guerra e Batucada, Amo do Boi, Toada – Letra e Música, Galera e Organização do Conjunto Folclórico);

B – Cênico Coreográfico (Itens: Porta Estandarte, Sinhazinha da Fazenda, Rainha do Folclore, Cunhã-poranga, Boi bumbá: evolução, Pajé e Coreografia);

C – Artístico (Itens: Ritual, Povos Indígenas, Tuxauas, Figura Típica Regional, Alegorias, Lenda Amazônica e Vaqueirada).

Echos da Amazônia: Terra, Café e Sustentabilidade, o Futuro da agricultura familiar na Amazônia

O cultivo do café possui uma ligação clara com a agricultura familiar, sendo uma importante fonte de renda para pequenos agricultores na região amazônica. A dona Paula mora na comunidade São João Batista, localizada na estrada de Silves (AM), a cerca de 330 km distante de capital Manaus (AM), ela conta que viu no sonho do pai a inspiração para iniciar a produção de café.

“Eu sempre tive o sonho de plantar e colher café, foi um sonho do meu pai, mas infelizmente não tivemos a oportunidade de fazer essa plantação. Hoje com a ajuda da família e da associação, começamos a produzir para e ter uma colheita boa e nossa expectativa para essa primeira colheita é de 50 sacas de café, que será uma renda a mais para nossa família.’, destacou Paula de Assunção Amaral, agricultora.

No Brasil, o café é uma das principais commodities agrícolas, contribuindo significativamente para o PIB nacional e para a geração de divisas. Diante da importância do setor cafeeiro, diversas associações e entidades têm desenvolvido projetos e iniciativas para promover o desenvolvimento sustentável da cafeicultura, beneficiando tanto a população quanto os agricultores envolvidos na produção de café.

Com o apoio de empresas privadas, o projeto Agro Floresta, apoia o desenvolvimento das comunidades de Silves. A Eneva, por exemplo, estabeleceu uma parceria técnica com o Instituto Belterra para a construção de um programa de desenvolvimento de territórios agroflorestais na região do projeto Azulão, no estado do Amazonas. Com o objetivo de fomentar negócios de impacto socioambiental positivo, o programa visa desenvolver e expandir Sistemas Agroflorestais (SAFs), gerando renda e emprego para as comunidades locais através da criação de florestas produtivas em áreas degradadas.

“Hoje são 40 associados em geral, então nós trabalhamos com oficinas, capacitação, consultoria técnica para que eles possam se desenvolver enquanto agricultores com essa cultura do café.”, destacou William Borges, assistente social da Eneva.

Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são uma alternativa produtiva e regenerativa, desempenhando um papel fundamental na prevenção do esgotamento de recursos naturais e fomentando o desenvolvimento da bioeconomia. Ao combinar culturas de ciclos curtos e longos no mesmo espaço, os SAFs estabelecem um sistema de produção de alimentos que satisfaz as necessidades alimentares e também promove a revitalização do solo.

“Decidimos estruturar uma estratégia com uma visão de mais longo prazo, abrangendo o fortalecimento de todos os elos da cadeia produtiva da bioeconomia, e potencializando os impactos positivos para natureza, pessoas e clima. O plano de desenvolvimento irá aprimorar os meios de subsistência das comunidades agrícolas locais, ao mesmo tempo em que promoverá a regeneração do solo, a recuperação da biodiversidade e a remoção e armazenagem de carbono da atmosfera”, destaca Flavia Heller, diretora-executiva de Estratégia e ESG da Eneva.

Foto: Divulgação/Eneva

A Associação Solidariedade Amazônia (ASA), é uma das associações do município que recebe esse apoio e pretende desenvolver a região de Silves através da produção de café Robusta Amazonas, e consequentemente garantir um rendimento digno de forma sustentável às famílias. São 20.000 pés de café que são cultivados em diferentes terrenos: 2 hectares estão na sede da associação, os outros nos lotes dos agricultores que os possuem. As plantações estão espalhadas por um raio de 30 km ao longo da estrada Várzea a 35 km de Silves, vila em uma ilha do Rio Urubu que tem aproximadamente 8.000 habitantes. A associação não apenas apoia esses produtores na melhoria de suas técnicas agrícolas, mas também promove a preservação do meio ambiente.

“Nós pensamos que não vamos conseguir fazer 10 ou 20 hectares de plantações, então estudamos muito e chegamos a conclusão que é melhor trabalhar em pequenas áreas com tecnologia e grandes produções e com qualidade para manter a floresta de pé”, destacou Roque Lins, vice-presidente da associação

À medida que o projeto avança, a produção de café de primeira qualidade, aliada a práticas ecologicamente corretas, representa um futuro promissor para a região e para as gerações que nela vivem.

Echos da Amazônia tem o apoio da Eneva e a realização da Fundação Rede Amazônica.

Antônio Bernardo Andorinha, um português na Aurora Lusitana

Por Abrahim Baze – literatura@amazonsat.com.br

Tenho tanto medo do percurso, que a luz que trago é uma 
simples vela que mal ilumina um palmo a minha frente.
Por isso compartilho com todos e deixo claro que sou
um mero aprendiz de posse de uma frágil luz em mãos
que pode a qualquer momento com um sopro ser apagada.
Esse medo que me acompanha é o bom senso dos
passos humildes em direção ao conhecimento.
- Paulo Ursaia

A Instituição Maçônica cuja origem é motivo ainda hoje, de paciente perquirição, ensejando as mais diversas opiniões, todas elas porém, demonstrando o caráter universalista da Ordem, sempre se constituiu em um tema apaixonante de apreensão da inteligência humana. É muito difícil por certo, a sua conceituação uniforme, uma vez que seu processo de expansão e evolução acompanha os fatos que se desenrolam entre os homens gerando as motivações mais civilizadoras.

[…] Segundo o estudioso dos assuntos maçônicos Alfredo de Paiva, a maçonaria é uma associação universal e filosófica, reflexo sempre de nobres tendências inspiradas na mais perfeita tolerância pelas crenças individuais”.

Fonte: VALLE, Rodolpho. Centenário Maçônico. Manaus, 1972. Pág.: 15

Nos momentos mais inquietantes que o mundo atravessa de guerras, tumultos de paixões, campanhas de descredito, febre de riqueza, luxo desvairado, conflito violento de ideias.

Senhor Antonio Bernardo. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

[…] Segundo o autor Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro, a Maçonaria no vasto campo moral que possui tem bálsamo para todas as dores e aflições, remédio para todos males e é, uma força que não se gasta, não se dissipa, no tratamento que deve ao próximo que sente necessidade de amparo e socorro”.

Fonte: VALLE, Rodolpho. Centenário Maçônico. Manaus, 1972. Pág.: 15

Sem dúvida ela é uma instituição que ensina o valor eterno dos princípios de cultura humana e individual no independente dos lugares e das épocas, proporciona aos indivíduos as suas agrupações, a noção clara e certa da solidariedade do amor, do direito, da justiça e da liberdade. A instituição maçônica adota desde a origem a trilogia liberdade, igualdade e fraternidade, consagrando a luta dos povos oprimidos pelos governos absolutistas.

Tanto na Europa quanto na Ásia, por toda parte onde ela pode exercer sua influência, teve a glória de vencer pelas armas da persuasão e pelo poder do exemplo, a insaciável avidez das paixões políticas e religiosas e de levar a ordem e a paz por toda a parte onde o espírito revolucionário implantou a discórdia e a guerra. E ao seu zelo por causa tão santa que se atribui a longa tirania que ela teve que suportar de todos os poderes que não marcharam nas veredas da justiça. Como ocorreu em tempos mais recentes na pátria mãe Portugal quando da instalação da tirania do Regime Salazarista imposto por Salazar na pátria mãe.

Foto: Roumen Koynov

Grande Benemérita Loja Simbólica Aurora Lusitana oferece a verdadeira luz ao português Antônio Bernardo Andorinha

A Grande Benemérita Loja Simbólica Aurora Lusitana fundada por portugueses no dia 20 de junho de 1897, em um jantar na residência do maçom Abel Nunes Thompson de Quadros, cuja, principal ordem era acolher portugueses natos, muitos foram aqueles que lá se destacaram dentre eles o português radicado em Manaus, Antônio Bernardo Andorinha, que recebeu a verdadeira luz por iniciação no Grau de Aprendiz Maçom no dia 18 de março de 1944, ingressando assim, mais um português que viria com a força do sangue lusitano reforçar as colunas daquela loja e se juntar a tantos outros portugueses que ajudaram a caminhada centenária da referida loja.

Sua trajetória na busca dos conhecimentos maçônica lhe permitiu que no dia 22 de maio de 1944 recebia por merecimento, frequência e doação o Grau de Companheiro Maçom na sua Loja Mãe. O tempo foi passando, os ensinamentos foram sendo ministrados e ele por dedicação foi merecedor de receber sua Plenitude Maçônica no Grau de Mestre Maçom no dia 22 de julho de 1944, permitindo assim, a conquista de seus méritos em sua Loja Mãe. O agora Mestre Maçom Antônio Bernardo Andorinha continuou sua luta no templo de sua loja contra as fraquezas morais, promovendo a virtude e a integridade, tão necessárias para a construção de uma sociedade mais justas e equitativa dentro dos princípios de sua formação moral e de generosidade para com a Instituição.

Foto: Roumen Koynov

Foi um maçom dedicado as causas humanas e acompanhou desde sua iniciação as normas disciplinadoras de seu comportamento e de suas atividades, adaptando-se ao processo de desenvolvimento espiritual e moral de sua vida. Para se conhecer na verdade em toda sua extensão a passagem desse português pelos quadros como obreiro e Mestre Maçom Antônio Bernardo Andorinha, em todas suas minucias e me todas suas ações enquanto viveu entre nós é fundamentalmente indispensável saber como ele aqui chegou, como se aclimatou no país e na cidade que o recebeu e de que forma exerceu sua função como cidadão, esposo, pai e irmão de nossa ordem.

Cumpre saber como ele trabalhou e contribuiu de forma importante para manutenção da colunas portuguesas da Grande Benemérita Loja Simbólica Aurora Lusitana. Foi um maçom constante metódico, consciente generoso, abnegado e amigo tantas vezes daqueles que estiveram em sua volta. Sua atuação econômica permitia que no aniversario da Loja fosse destinado um boi de uma de suas fazendas para ser produto de um leilão cuja renda era destinada a sua Loja Mãe. Essas verdade históricas resultam de um espirito de luta desse bravo irmão lusitano que se deslocou de sua pátria para desbravar nossa terra e principalmente promovendo o crescimento de nossa região.

Como chefe de família a sua conduta foi exemplar, como maçom dedicado teve uma vida irrepreensível. Considerado um homem de elevada alma nobre, mas sábia e sublime foi sua participação na maçonaria a época. Como maçom esteve intimamente convencido de que a maçonaria é a obra mais completa que o homem produziu e de que, como Instituição humana dispõem melhor do que qualquer outra de todas as instituições precisas para tornar o homem feliz, levando-lhe o moral, retratando-lhe os instintos, desembaraçando do fanatismo religioso, tornando-o um homem bom e justo, tolerante e sociável, sem ódios a satisfazer sem vinganças a pôr em prática, pronto a qualquer sacrifício em proveito da liberdade e a justiça, onde quer que os tiranos tentem ofuscar o espírito humano, eram de fato seus princípios de vida.

Por um longo período durante todas as noites trabalhou em sua oficina no Oriente de Manaus, dando-lhe salutar exemplo de uma dedicação sem limites, de uma correção irrepreensível, ensinando os portugueses neófitos, aconselhando os inexperientes a todos carinhosamente envolvendo no manto augusto de sua bondade inesgotável. Homem simples mas vezes calado sem pretensões de ser o dono da palavra, contudo, guardava força para a solidariedade. Quem quer ainda creia nos altos desígnios de Deus sobre o homem na face da terra, quem ainda não tenha todo descrito da ação civilizadora nos destinos da humanidade, quem quer ainda não se tenha tornado em absoluto indiferente ao movimento regenerador que as conquistas do espírito humano vão operando na vida de um homem, este era o maçom dedicado a Grande Benemérita Loja Simbólica Aurora Lusitana, Antônio Bernardo Andorinha.

Foto: Roumen Koynov

As raízes portuguesas de Antônio Bernardo Andorinha

Nasceu no dia 13 de setembro de 1906 em Armamar – Arícera (Conselho da Régua), veio para o Brasil porque seu pai José Bernardo na época já viúvo não permitiu que após a conclusão dos estudos no Liceu, muda-se para a cidade de Coimbra, a fim de se matricular na tradicional Universidade de Coimbra.

Com a ideia de não permanecer na aldeia que lhe servira de berço e querendo ir em busca de novos horizontes logo vê a ideia de transferir-se para o Rio de Janeiro, pelo fato de lá já residirem alguns primos. No entanto, a influência de um amigo de infância Delfim da Costa, com quem se trocava correspondia e já estava em Manaus alguns anos, exercendo a profissão de barbeiro e que tinha alcançado algum êxito.

Transcorria o ano de 1929, embalado pelo que confirmava, amiúde, ser Manaus uma bela e pacata cidade. Aqui foram tempos difíceis, seu primeiro emprego foi na então chamada Colônia de Alienados (Hospício Eduardo Ribeiro no Bairro de Flores). Com o passar do tempo, seu diretor Urbano Nôvoa, tornou-se um inigualável amigo, sentimento que os uniu até a morte. Ali permaneceu durante um pouco mais de ano, apesar das instâncias feitas pelo Diretor Urbano, inclusive com melhoria salarial, porem, saiu porque tinha um objetivo: Queria ser seu próprio empregado independente de qualquer vinculo empregatício com qualquer que fosse. Assim o fez. A princípio no Mercado Municipal Adolpho Lisboa, com uma venda de carne bovina, é nesta oportunidade que ganhou o carinhoso apelido de Andorinha e que acabou por incorporá-lo ao seu nome.

Alguns anos passaram-se trabalhando por sua proporia conta e risco, a atuar no Matadouro Municipal, também conhecido como (curro), quando abatia o gado adquirido no Baixo Amazonas e o revendia para açougues e bancas do mercado municipal. Em 1943 comprou sua primeira fazenda, a São José e anos após mais três, todas no município do Careiro, conseguindo nelas fazer a engorda do rebanho que vinha do então Território do Rio Branco e do Baixo Amazonas

Com sua visão comercial acabou por eliminar o atravessador, que lhe encarecia o produto, trazendo-o ele próprio de suas fazendas para o matadouro nas embarcações de sua propriedade. Era pois, numa pessoa só, o produtor, o criador e o vendedor direto do produto o que lhe permitiu durante anos consecutivos ser o principal senão o único fornecedor de carnes bovinas aos quartéis, hospitais, educandários e a maior parte dos açougues e trabalhadores. Em 1956 fundou a Marchantaria Imperial da qual foi presidente ate sua morte e que era integrada por todos os marchantes importantes e poderosos da época.

Sobre o autor

Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Em busca da esperança perdida

*Por Conexões Amazônicas – contato@conexoesamazonicas.org

Ter esperança é um sentimento primordial para a maioria das pessoas. Mas para um pesquisador que estuda insetos que são mestres na arte da camuflagem na imensidão da floresta amazônica, a esperança precisa se transformar quase em um mantra pessoal. No Brasil, esse grupo de insetos, parentes próximos dos gafanhotos e frequentemente com asas idênticas a folhas, são conhecidos popularmente como esperanças ou bichos-folha (família Tettigoniidae).

Assim como as folhas que imitam, esses insetos apresentam uma infinidade de variações de cores, formas e tamanhos, mas a maioria das espécies é verde, noturna, com longas antenas e altamente reclusa, escondendo-se na vegetação.

Exemplo clássico de esperança verde (Menenghelia sp.). Foto: Diego Mendes

Talvez como consequência dessa habilidade magistral de se mesclar com o ambiente, a maior parte das esperanças encontradas na Amazônia é desconhecida da ciência. Isso torna minhas coletas de campo sempre surpreendentes: nunca sei quando uma esperança totalmente nova e incrível vai aparecer. E a parte mais desafiadora é que nunca sei quando conseguirei encontrar outro exemplar da mesma espécie. Nos trabalhos de descrição de uma espécie nova, é necessário, sempre que possível, ter mais de um exemplar e a descrição de ambos os sexos (macho e fêmea) para realizar um trabalho científico completo.

Portanto, encontrar uma espécie nova durante a madrugada na floresta muitas vezes resulta em uma verdadeira caça ao tesouro: será que vou conseguir encontrar o macho? Ou a fêmea? Às vezes, em poucos metros, a busca é bem-sucedida, gerando uma felicidade única para um “esperançólogo” no meio da noite na floresta. No entanto, outras vezes, a busca se transforma em uma novela…

Em 2017, uma dessas novelas começou na minha vida. Minha esposa havia visitado o sítio dos pais, no município de Tefé/AM, e, como de costume, fotografou uma estranha esperança em um arbusto perto da casa. Ela me enviou a foto e, quando a vi, achei que fosse montagem. Era uma esperança muito diferente, super colorida, que eu nunca havia visto em anos de pesquisa com esse grupo biológico. Fiquei fascinado. Fui ao sítio na primeira oportunidade e, depois de muita procura, consegui capturar uma fêmea daquela esperança. Após um longo processo de identificação, concluí que era uma belíssima espécie nova do gênero Paraxiphidium, que até aquele momento só ocorria no Peru.

Porém, como as outras espécies do grupo haviam sido descritas com o macho, eu precisava encontrar o macho para fazer a descrição dessa nova espécie. E assim começou a busca pelo macho… e nada. Revirei cada canto do sítio e das proximidades sem sucesso. O pior é que eu não sabia nada sobre o habitat daquela esperança: “Ela vive no alto?”, “Fica próxima ao chão?”, “Prefere áreas abertas ou floresta fechada?”. Todas as alternativas foram tentadas, mas com resultados frustrantes. Contudo, a esperança é a última que morre, certo? E continuei procurando essa danada…

Fêmea de esperança harlequim (Paraxiphidium iriodes). Foto: Diego Mendes

Em 2018, enquanto fazia uma trilha com uma colega, ela perguntou como estava meu trabalho com as esperanças. Relatei os vários sucessos que havia conseguido até então, mas não deixei de mencionar o caso da esperança colorida perdida, que eu procurava há mais de um ano. Nesse exato momento, vi um bicho diferente pulando na vegetação ao nosso lado…

Era o bendito macho. Fiquei pálido. Precisava capturá-lo, mas algumas esperanças são bastante ariscas e, se eu errasse o bote com o puçá (rede de mão usada para capturar insetos), quem sabe quanto tempo levaria para encontrar outro. Foram momentos de pura tensão… mas felizmente, consegui capturá-lo e dei vários pulos e berros de alegria. Essa espécie foi publicada oficialmente em 2019, nomeada Paraxiphidium iriodes, com o nome significando “igual a um arco-íris”, devido ao colorido incrível dessa esperança. Agora sigo tentando resolver outras novelas semelhantes, mas sempre com muita esperança.

Macho de esperança harlequim (Paraxiphidium iriodes). Foto: Diego Mendes
Captura de esperanças com uso de puçá. Foto: Raphael Heleodoro

*Autor:
Diego Mendes é biólogo, e trabalha há 14 anos com taxonomia de esperanças, especialmente na Amazônia. Fez doutorado e mestrado em entomologia no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA. Atualmente é Analista de Coleções Científicas Pleno do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e atua na curadoria das coleções biológicas do instituto.

Sobre o Conexões Amazônicas

O coordenador da ONG Rede Conexões Amazônicas, Ayan Fleischmann, é pesquisador titular do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, sendo mestre e doutor em recursos hídricos. Em sua trajetória tem pesquisado as águas e várzeas amazônicas em suas múltiplas dimensões. É representante da ONG na coluna no Portal Amazônia, onde recebe pesquisadores convidados que contam os bastidores de suas experiências de pesquisa na Amazônia.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Fecomércio propõe ao Estado flexibilização fiscal como atenuante dos efeitos de nova seca que se avizinha

Por Osíris M. Araújo da Silva

Autoridades governamentais e entidades representativas das classes empresariais (Fieam, Cieam, Fecomércio e ACA) vêm discutindo medidas preventivas sobre a iminência da seca de 2024 tornar-se a pior da história, superando o desastre de 2023. Baseado em prognóstico baseado em medições do perfil do ciclo enchente/vazante registradas desde o ano passado, tem-se que a região mal conseguiu se recuperar dos danos sociais e econômicos decorrentes e já se encontra na iminência de novo desastre climático no corrente exercício.

O quadro torna-se ainda mais sério devido aos obstáculos interpostos pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Ibama na concessão das licenças ambientais para a conclusão das obras da rodovia BR-319, vital para atenuar as graves dificuldades consequentes da interrupção da navegação fluvial no rio Madeira.

A gravidade da situação levou a Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio) a enviar ao governador Wilson Lima documento assinado pelo presidente da entidade, Aderson Frota, externando a preocupação do setor ante a real proximidade de nova calamidade ambiental. O documento salienta que “o setor comercial teve que enfrentar não somente o desabastecimento da população, mas também a elevação dos custos de fretes, na ordem de 300%, segundo dados da Sedecti-AM”. Salienta ainda que “o transporte marítimo de cabotagem, que representa 86% das mercadorias na entrada e na saída do Estado, viveu a impossibilidade dos navios de poderem chegar até aos nossos portos, fato que provocou o deslocamento de navios para interior dos estados do Ceará e do Pará para fracionamento de cargas em unidades de menor calagem”.

“O desdobramento dessas operações, segundo a Fecomércio, levou ao “aumentou do preço dos transportes, retardado a chegada de mercadorias em Manaus, cuja praxe de recebimento de 30/35 dias, saltou para 130/150 dias. Esse brutal descompasso resultou na elevação de preços no mercado, levando a população, em consequência, a reclamar intensamente. Por outro lado, as empresas comerciais, obrigadas a recolher o ICMS antecipado e com adição de MVAs, se descapitalizaram, provocando expressiva perda na arrecadação estadual e, consequentemente, significativa elevação da inadimplência fiscal”. Dados da Sefaz, convém observar, dão conta de que os segmentos do comércio e de serviços respondem pelo recolhimento de 61% dos impostos estaduais; empregam 70% dos postos de trabalho formais, dados do CAGED, e representam, de acordo com o IBGE e a Sedecti-AM, mais de 45% do PIB amazonense”.

A situação, como vem amplamente sendo acompanhada pela Defesa Civil do Estado, o Comando Naval e órgãos reguladores do transporte fluvial exige a adoção de medidas oportunas, prudentes e estratégicas, visando, preventivamente, atenuar a ocorrência de problemas que venham a prejudicar irreversivelmente a população, além de promover brutal queda de arrecadação, como verificado em 2023. Outra grave questão, segundo o os estudos da Fecomércio: “a descapitalização das empresas comerciais em virtude da manutenção de prazos exíguos de recolhimento do ICMS, deslocados dos verdadeiros problemas provocados pela estiagem, motivou a entidade a propor ao Estado a adoção de flexibilização fiscal de sorte a reduzir os efeitos causados por problemas de tal natureza”.

Em síntese, a Fecomércio propõe no documento dilatação dos prazos de recolhimento do ICMS durante o período grave e intenso da estiagem, ou seja, nos meses de julho, agosto, setembro e outubro. Nesse sentido, “o governo do Estado, através da Sefaz, pode parcelar o recolhimento do ICMS em 6 vezes, ou seja, 10% no faturamento e entrada das mercadorias e o restante em 5 parcelas iguais e sucessivas a cada 30 dias”. O propósito da entidade, segundo Aderson Frota, “é o de contribuir com propostas capazes de minimizar os graves efeitos da estiagem que se abateram sobre a população em 2023, principalmente a do interior do Estado”.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Verão Amazônico: em Belém, ilhas revelam praias paradisíacas

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O verão amazônico na capital paraense, Belém, representa uma temporada de descobertas e encantos naturais. Enquanto a cidade é reconhecida por sua cultura vibrante e uma rica história, é nas ilhas próximas que os moradores e visitantes encontram refúgio durante os meses mais quentes. Cada destino oferece experiências únicas, incluindo praias de rio, cultura local e paisagens deslumbrantes.

As ilhas do Combu, Cotijuba, Mosqueiro, Outeiro e das Onças oferecem praias de água doce, igarapés serenos e uma amostra autêntica da vida ribeirinha.

Veja também: 3 praias inexploradas e paradisíacas do Amazonas

Conheça alguns dos destinos mais populares, com informações sobre como chegar e os preços médios das passagens:

Ilha do Combu: natureza e gastronomia

A apenas 10 minutos de barco do porto da Praça Princesa Isabel, a Ilha do Combu é um destino obrigatório. Conhecida por sua exuberante vegetação e igarapés cristalinos, a ilha também se destaca pela gastronomia. Os visitantes podem desfrutar de restaurantes regionais que servem pratos típicos amazônicos e explorar a famosa fábrica de chocolate artesanal, onde é possível ver de perto o processo de produção do cacau ao chocolate. A travessia custa em torno de R$ 10 a R$ 15 por pessoa.

Cotijuba: tranquilidade e paisagens deslumbrantes

Para quem busca tranquilidade e beleza natural, a Ilha de Cotijuba é a escolha perfeita. A uma hora de barco do porto de Icoaraci, Cotijuba encanta com suas faixas de terra de areia clara e água doce, como a Praia do Vai-Quem-Quer e a Praia do Farol. A ilha é um convite ao relaxamento, com trilhas ecológicas e paisagens que oferecem uma pausa revigorante da agitação urbana. A passagem de barco custa entre R$ 10 e R$ 20 por pessoa.

Ilha de Cotijuba. Foto: Divulgação/Ascom Belémtur

Mosqueiro: praias de água doce com ondas e infraestrutura

A cerca de 1h a 1h30 de carro ou ônibus de Belém, a ilha de Mosqueiro é o destino favorito para aqueles que buscam praias com infraestrutura. Com suas ondas que lembram o mar, praias como Chapéu Virado, Murubira e Farol atraem famílias e turistas em busca de diversão e conforto. Mosqueiro oferece uma variedade de bares, restaurantes e serviços que garantem um dia de lazer completo. A passagem de ônibus para a ilha custa entre R$ 10 e R$ 15 por pessoa.

Ilha de Caratateua (Outeiro): praias tranquilas e fácil acesso

Popularmente conhecida como Outeiro, a Ilha de Caratateua está situada a cerca de 25 km do centro de Belém e é conhecida por suas praias de água doce e atmosfera tranquila. Com fácil acesso por meio de uma ponte, Outeiro é uma opção prática para quem deseja passar um dia relaxante longe do centro urbano. As praias de Brasília, Amor e Vai-Quem-Quer são populares entre os visitantes. A passagem de ônibus até Outeiro custa em torno de R$ 5 a R$ 10 por pessoa.

Ilha das Onças: aventura e ecoturismo

A Ilha das Onças, situada a aproximadamente 20 minutos de barco do porto da Praça Princesa Isabel, é ideal para quem busca aventuras ecológicas. A ilha oferece trilhas, passeios de barco e a oportunidade de observar a fauna e flora locais. A visita às comunidades ribeirinhas proporciona uma imersão cultural única. A passagem de barco custa cerca de R$ 15 a R$ 20 por pessoa.

*Com informações da Agência Belém