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Primeira da Amazônia, a Fonoteca Satyro de Mello é a segunda mais antiga do Brasil

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Foto: Valéria Ramos/FCP

Inaugurada em 26 de junho de 1987, a Fonoteca Satyro de Mello, localizada em Belém (PA), na Biblioteca Pública Arthur Vianna (BPAV), é a segunda mais antiga do Brasil, perdendo apenas para a Fonoteca Neotropical Jacques Vielliard, de São Paulo (SP), segundo dados da BPAV.

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A fonoteca paraense foi criada a partir da aquisição do acervo fonográfico do colecionador Ricardo Pereira, do Rio de Janeiro. “A coleção de discos foi vendida por Pereira pelo valor simbólico de 600 mil cruzados para a Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves”, informa a BPAV. 

O nome ‘Satyro de Melo’, trata-se de uma homenagem ao músico paraense Raimundo Satyro de Mello, considerado por estudiosos o primeiro arranjador de músicas para discos do Brasil. Atualmente ela possui possui mais de 30 mil exemplares.

Leia também: Com quase 800 mil livros, acervo da Biblioteca Arthur Vianna atrai amantes da literatura em Belém

Os conteúdos disponíveis vão desde obras eruditas (concertos musicais, recitais e clássicos do Jazz) à músicas infantis (Xuxa, Trem da Alegria e Turma do Balão Mágico). Para ter acesso, o visitante deve escolher o que deseja escutar no catálogo e informar para o funcionário o Disco ou CD selecionado para ser escutado de forma individual em fones no local.

Além de disponibilizar parte do acervo para consulta e audição local, a fonoteca também promove atividades de workshops e palestras de forma gratuita. 

Um exemplo é o projeto ‘Audição de Vinil’, criado em 2024. Em abril deste ano, houve a audição do álbum ‘Exagerado’, de Cazuza, lançado em 1985, com a mediação de Alexandre Roseno, servidor da Fundação Cultural do Pará (FCP). “O projeto é um sucesso, desde a realização da audição do trabalho de Maria Bethânia”, lembra.

Roseno refere-se à primeira edição do projeto, realizada em junho de 2024, em comemoração aos 78 anos da cantora Maria Bethânia, com a audição de vinil do álbum ‘Álibi’, que faz parte do acervo da fonoteca. Ele também foi o mediador da edição.

Outra atividade realizada pela fonoteca é a ‘Ouvir e Conhecer’. No Carnaval deste ano, por exemplo, a audição especial de vinil foi do LP das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, de 1989, mergulhando nos sambas-enredo.

Guiada por Wander Nunes, carnavalesco que tem forte ligação tanto com as escolas de samba do Rio quanto de Belém, o público participou de uma imersão no processo de gravação e no contexto cultural da obra. A atividade visa engajar o público a conhecer mais sobre o vinil, além de fazer uma reflexão sobre a importância da preservação dos discos e o papel da música na cultura popular.

Foto: Reprodução/FCP

Para quem quiser conhecer a Fonoteca Satyro de Melo, ela está localizada no 3º andar na Biblioteca Pública Arthur Vianna, na Avenida Gentil Bittencourt, n° 650, no bairro Nazaré (Belém/PA).

*Com informações da Fundação Cultural do Pará (FCP) e Biblioteca Pública Arthur Vianna (BPAV)

Como seria o imaginário popular sobre o Amazonas retratado no chatGPT?

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Certamente, quem mora no Amazonas, já ouviu perguntas como: “aí só tem bicho?” ou “vocês andam de onça-pintada?”. Para quem vive fora da Amazônia, a região parece ser apenas de floresta, pois muitos desconhecem a realidade dos estados amazônicos.

Pensando nisso, o Portal Amazônia foi buscar no ChatGPT a resposta para como seria o Amazonas, por exemplo, se realmente fosse como o imaginário popular de outras regiões do país pensa que ele é.

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“Moram nas árvores”

Será? Em alguns locais existem sim casas nas árvores, mas voltadas ao turismo. Na verdade, as cidades podem ser tão complexas e modernas que até casas inusitadas podem ser encontradas, como a casa borboleta em Manaus. Além disso, existem áreas que as casas são “suspensas” em função dos ciclos de seca e cheia e os famosos flutuantes.

“Só tem floresta e rio”

Essa aqui muita gente até queria que fosse verdade, pois a temperatura na região seria mais amena. Mas mesmo que muitos imaginem as cidades tal como o ChatGPT recriou, está longe de ser verdade. Quer ver como é mais complexo? Dá uma olhada nessa matéria feita com fotógrafos do Amazonas.

“Vocês andam de onça-pintada?”

Essa pergunta aí quem mora na região e ainda não ouviu, com certeza ainda vai ouvir. A onça-pintada é um dos felinos mais conhecidos – e até temidos – no país. Porém, ainda tem quem ache que elas são o “transporte” dos amazônidas, tal como seriam os cavalos em outras regiões (mesmo que seja apenas para fazer piada).

Leia também: Descubra o que fazer quando encontrar uma onça-pintada

“Tenho medo da anaconda”

Seja nas lendas da cobra grande (a Boiúna) ou nas produções de filmes internacionais, as cobras são animais que causam arrepios em muitas pessoas. Na Amazônia, uma das maiores do mundo é encontrada: a sucuri. Por conta de sua fama, tem quem realmente tema encontrar com uma dessas, por isso acaba imaginando que elas podem ser encontradas em toda parte.

Leia também: De jiboia à ‘anaconda’, conheça as cinco maiores cobras da região amazônica

Essas são algumas frases que certamente até quem não é do Amazonas especificamente, mas de outros estados da região amazônica, já deve ter ouvindo. E aí? Que outras frases poderiam entrar pra essa lista?

Óleo extraído de árvore típica de Tepequém tem potencial para combater mosquito da malária

Foto: Naamã Mourão/Rede Amazônica RR

Um grupo de pesquisadores de universidades da Amazônia e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificaram no óleo essencial extraído da Trattinnickia burserifolia espécie típica de Tepequém, região de serra que é o principal ponto turístico de Roraima — um alto poder larvicida contra o Anopheles, mosquito transmissor da malária.

Leia também: A intervenção humana na floresta favorece e impulsiona a malária na Amazônia

A pesquisa integra a tese da doutoranda em biotecnologia pela Universidade Federal de Rondônia (UFRO) Gisele de Oliveira e contou com apoio de instituições como a Universidade Federal de Roraima (UFRR), Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) do Amazonas e a Fiocruz Rondônia.

O estudo foi publicado recentemente na revista internacional Pharmaceuticals, da editora suíça MDPI, uma das mais conceituadas do meio científico, com classificação Qualis A1 — o mais alto nível de avaliação acadêmica no Brasil. Antes de ser publicado, o estudo passou por um extenso processo de validação científica.

“Publicar o resultado de uma pesquisa exige rigor: são muitos revisores, exigências e correções antes da aceitação”, afirmou a doutoranda Gisele.

A Serra do Tepequém, localizada no município de Amajarí, ao Norte de Roraima, é considerada o destino mais procurado pelos turistas locais e de outros lugares do Brasil, segundo o Departamento de Turismo do Estado (Detur). Fica distante cerca de 210 km de Boa Vista. O local é um dos mais visitados por apresentar atrações como cachoeiras, um platô que chega a quase 1.022 m de altura e pelo clima ameno durante a noite, proporcionado pelas serras.

Ajuda para inibir a malária na Amazônia

A pesquisa começou a partir da coleta de amostras da Trattinnickia burserifolia, planta pouco estudada da flora amazônica, conhecida entre populações locais pelas propriedades aromáticas.

As cascas do caule são retiradas para garantir a recuperação natural da árvore e enviadas a laboratórios especializados.

O óleo essencial é extraído por meio de um processo de hidrodestilação — técnica que utiliza a ação do vapor para liberar compostos voláteis presentes nas plantas. Em seguida, os pesquisadores realizaram a caracterização química do óleo, identificando cerca de 40 substâncias distintas.

Três compostos, em especial, chamaram atenção: limoneno, triciclênio e betapineno.

“Esses três componentes majoritários mostraram forte ação larvicida, mas há indícios de que outros constituintes também contribuam para a eliminação das larvas”, explicou Gisele de Oliveira.

Foto: Naamã Mourão/Rede Amazônica RR

Os testes de eficácia foram conduzidos no Laboratório de Malária do Inpa, em Manaus. Amostras de larvas do mosquito Anopheles foram expostas ao óleo essencial, e os resultados foram “surpreendentes”.

“As larvas apresentaram lentidão significativa e, em até 48 horas, observamos a morte da maioria delas”, relatou a pesquisadora.

Reconhecimento científico

A escolha da revista Pharmaceuticals se deu não apenas pelo prestígio da publicação, mas também pela linha editorial voltada a novas descobertas farmacológicas e produtos naturais com potencial terapêutico ou biológico.

“Quando você vê que uma pesquisa como essa, que trabalha no óleo essencial de uma planta, que é uma árvore, que você consegue ver que ela tem um potencial biotecnológico, aplicações que podem trazer benefícios à saúde, não só à saúde humana, mas também ao óleo digital, ou seja, dentro do conceito de saúde humana, você vê que essas pesquisas científicas se tornam cada vez mais relevantes para a sociedade”, avalia Andreimar Martins Soares, orientador da pesquisa pela Universidade Federal de Rondônia e Fiocruz Rondônia.

Para o professor Antonio Alves, da UFRR, que atuou como coorientador do projeto, a pesquisa reforça a importância de valorizar a biodiversidade amazônica.

“Estamos trabalhando com plantas da nossa região. E [essa descoberta] pode inibir essa questão da malária dentro da Amazônia, no Brasil, e até no mundo”, disse.

Foto: Naamã Mourão/Rede Amazônica RR

Malária

Segundo o Ministério da Saúde, a malária é endêmica nos estados da Amazônia Legal, que concentra quase a totalidade dos casos da doença no Brasil.

O Anopheles darlingi, principal vetor da malária na região, encontra no ambiente amazônico condições ideais para reprodução.

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O próximo passo, de acordo com os pesquisadores, é aprofundar a análise da ação dos componentes isolados através da pesquisa com a Trattinnickia burserifolia. Gisele de Oliveira reforça como ponto positivo fundamental a seleção de alternativas dentro da natureza e da biodiversidade.

“É na natureza que está a grande riqueza. Toda variedade que nós precisamos preservar, pois dela podem surgir respostas para muitos desafios do nosso cotidiano”.

*Por Naamã Mourão, da Rede Amazônica RR

Idoso constrói casa com formato de barco em homenagem a ribeirinhos no Acre

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Foto: Mazinho Rogério/Rede Amazônica AC

Aos 84 anos, o aposentado Valdemar Negreiros realizou um sonho. Agora, ele e a esposa, a também aposentada Lucimar Reis, moram em uma casa exatamente como imaginaram: em formato de barco.

O casal, que vive em Mâncio Lima, o município mais ocidental do Brasil, no interior do Acre, distante mais de 600 quilômetros da capital Rio Branco, ergueu a obra em uma área no centro da cidade. A ideia é preservar e relembrar as raízes, já que ambos foram ribeirinhos, e homenagear a resiliência destas famílias que se sustentam navegando as águas.

“Eu tive essa ideia porque eu gostava muito de viajar no rio [Juruá] para ver a floresta, vender mercadoria para o pessoal, para trazer sustento para casa”, comentou.

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Foto: Mazinho Rogério/Rede Amazônica AC

A casa-barco foi construída em uma pequena ilha, em um lugar chamado pelo dono de lagoa verde devido à tonalidade da água. Mas o local não é simplesmente o lar de um casal de idosos, mas também o símbolo da luta pela sobrevivência de milhares de famílias que desbravaram os rios da Amazônia para garantir o sustento de suas famílias.

“Para poder manter a família, a gente tinha um barco para viajar no rio e a gente subia para vender mercadoria, para arrumar recurso para botar os filhos na aula em Cruzeiro do Sul. E, aliás, na época até a mulher também estudava, e eu subia o Rio Juruá para fazer esse trabalho de regatão para arrumar dinheiro para manter a casa e os filhos na escola e a mulher”, relembra.

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A lembrança também é compartilhada pela esposa que, por também ter vivenciado essa realidade, não teve dúvidas em apoiar o projeto do marido. O casal teve 11 filhos e se orgulha de ter construído a família com os frutos da vida ribeirinha.

“Não estranhei, eu sempre apoiei a ideia dele”, destacou.

Leia também: Moradores se juntam para ‘arrastar’ casa em comunidade ribeirinha do Amazonas

“É o mesmo que viajar no rio”

A casa tem 25 metros de comprimento e cinco de largura, dividida em dois quartos, sala e cozinha. O espaço livre na proa serve como uma varanda e na popa da embarcação há uma área de serviço.

Quem chega ao local tem a impressão de realmente estar em um rio preparado para navegar. A casa conta até com um leme, que faz o morador lembrar dos trajetos na região do Vale do Juruá.

“É mesmo que eu estar viajando lá no rio, então fica matando a saudade daquele trabalho que a gente fazia”, disse.

Foto: Mazinho Rogério/Rede Amazônica AC

Orgulho que atrai visitantes

E toda essa paixão da família tem contagiado a região. A casa em formato de barco chama a atenção de quem visita o município.

Os vizinhos contam que diariamente muitos curiosos param para admirar a residência que preserva a história da família.

“Ele sempre teve um sonho de construir uma casa barco. E agora, nesses quatro anos atrás, ele realizou o sonho dele de construir e todo mundo que passa aqui fica admirado, vendo essa casa diferente das outras”, comentou Euclides Nascimento, vizinho.

Navegar é preciso

Após quatro anos do início dessa construção, Valdemar disse que o projeto ainda não acabou, e há mais detalhes a serem acrescentados, como móveis também em alusão às embarcações.

Porém, a saudade dos tempos de regatão não é amenizada apenas pelo cenário. Valdemar e a família ainda têm um barco, de verdade, que utilizam para navegar, agora por lazer.

Foto: Mazinho Rogério/Rede Amazônica AC

“Quando a gente parou com essa viagem no rio por causa já da idade avançada e os filhos não queriam mais deixar que a gente fosse, então a gente resolveu conseguir esse barco de alumínio, que tem três cadeiras que comportam seis pessoas e um fogãozinho lá atrás para a gente viajar no rio Môa para ir à serra, passear, visitar as comunidades, pegar peixe”, contou.

*Por Victor Lebre e Mazinho Rogério, da Rede Amazônica AC

Corrupião, o pássaro ‘elegante’ capaz de aprender outras melodias

Foto: Reprodução/Passarinhando

Se existisse um ‘The Voice’ da natureza, com direito a júri técnico e cadeira giratória, o corrupião não só levaria o troféu pelo canto, como também pelo figurino. Afinal, não é todo dia que se vê uma ave “desfilando por aí” com um look vibrante em tons de laranja e preto, como se tivesse acabado de sair de um baile de gala da floresta.

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Conhecido também como joão-pinto, sofrê ou concriz — a depender da cidade, do estado ou da criatividade local — o corrupião (Icterus jamacaii) é um dos pássaros considerados mais bonitos do Brasil pela elegância de duas cores.

É encontrado em todos os estados do Nordeste, Centro-Oeste e do Sudeste, mas na Amazônia Legal é encontrado apenas no leste do Pará, a partir do Maranhão, e no Tocantins.

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Com cerca de 25 centímetros de comprimento, o que salta aos olhos é sua plumagem alaranjada no peito, pescoço e ventre, que contrasta com o preto profundo do capuz, dorso, asas e cauda. Para completar o visual, ainda carrega uma mancha branca nas asas e olhos claros. Até mesmo o bico tem estilo: forte, pontudo e com uma base azulada.

Mas o corrupião não é só um “rostinho bonito” com vozeirão. Ele também é talentoso: aprende a imitar cantos de outras aves e até sons musicais — há relatos de exemplares que “cantam” trechos do Hino Nacional.

Embora ainda esteja classificada como ‘Pouco Preocupante’ na lista de conservação, o corrupião enfrenta ameaças como a caça, o tráfico e a destruição do habitat natural, pois se tornou alvo do tráfico ilegal de animais silvestres.

Onívoro, o corrupião come de tudo um pouco (insetos à frutas). E quanto à convivência? Vive em pares e constrói seu próprio ninho, mas também pode aproveitar ninhos de outras aves para garantir sua reprodução.

Mapeamento em 67 aldeias visa a salvaguarda de línguas indígenas faladas no Oiapoque

Foto: Reprodução/IPHAN

O que faz uma língua continuar existindo e sendo falada por um povo, a cada nova geração? Essa foi uma das perguntas-chave de um evento realizado nos dias 22 e 23 de abril, na superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) no Amapá, em Macapá. 

O ‘1° Encontro Qual(is) Língua(s) Você Fala?’ foi uma ação do projeto de pesquisa de mesmo nome, realizado no âmbito do Mestrado Profissional de Cultura e Política da Universidade Federal do Amapá (Unifap) e contemplado em 2023 pelo edital do Programa Nacional de Patrimônio Imaterial (PNPI) do Iphan. 

Reunindo pesquisadores, professores, estudantes e lideranças indígenas, o evento serviu para apresentar e pôr em discussão alguns resultados do projeto, que vem mapeando e busca criar um acervo digital de línguas indígenas faladas no Oiapoque, norte do Amapá. 

Leia também: Conheça as belezas naturais e 7 curiosidades de Oiapoque

Para isso, a equipe do projeto vem produzindo registros audiovisuais, aplicando questionários e conduzindo entrevistas nas 67 aldeias da região, com falantes das línguas:

  • Parikwaki (do povo Palikur-Arukwayene), 
  • Kheuól Karipuna (dos Karipuna), 
  • Kheuól Galibi-Marworno (dos Galibi Marworno)
  • e Kali’na (dos Galibi-Kali’na). 

Com esse conjunto de dados qualitativos e quantitativos, os pesquisadores querem caracterizar a situação de cada uma dessas línguas – se estão em uso vigoroso, em processo de perda ou em fase de revitalização – para contribuir com a sua salvaguarda e o seu reconhecimento oficial como patrimônio cultural do Brasil. 

“Esse tipo de trabalho tem valor por si só – por tudo que ele representa para as comunidades envolvidas –, mas também abre caminhos para novas políticas públicas, que garantam, por exemplo, educação bilíngue nas escolas indígenas, materiais de saúde traduzidos nas línguas das comunidades e o direito dessas pessoas de serem atendidas e compreendidas em sua própria língua”, disse o superintendente do Iphan no Amapá, Michel Flores. “Esse tipo de trabalho abre caminhos para novas políticas públicas, que garantam, por exemplo, educação bilíngue, materiais de saúde traduzidos e o direito das pessoas de serem atendidas em sua própria língua”.

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O superintendente nota que a própria pesquisa celebrada no evento desta semana já é fruto de uma política pública de grande relevância, implementada pelo Iphan, o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), que reconhece e protege as línguas faladas por diferentes comunidades no País. 

Utilizando critérios padronizados e metodologia científica, o INDL é uma forma de documentação de línguas que, se reconhecidas como Referência Cultural Brasileira, podem contar com nível de proteção do Estado semelhante a outros bens culturais registrados como Patrimônio Imaterial do Brasil.  

“O INDL entende que a língua é um patrimônio cultural, um bem precioso que deve ser cuidado como se cuida da memória de um povo”, disse Flores.

Participação das comunidades 

Para a coordenadora do projeto, a doutora em Linguística Elissandra Barros, a pesquisa vai “fornecer dados sem precedentes sobre as línguas indígenas do Oiapoque”, município que abriga cerca de 8 mil indígenas – quase um terço de sua população. Segundo ela, além de contabilizar o número de falantes de cada uma das quatro línguas estudadas, a ideia é também investigar expressões e usos cotidianos, os níveis de proficiência e como se dá a relação entre elas e o português. Algo que pode variar muito de geração para geração. 

“Os jovens entendem o que os mais velhos dizem, mas só respondem em português”, diz Nadilson Felipe, do povo Karipuna, que integra a equipe do projeto. Embora afirme que o Kheuól Karipuna continua vivo como língua e identidade étnica, Nadilson destaca que em muitas aldeias o português é a língua predominante, o que só reforça a urgência e a necessidade da pesquisa. 

É um depoimento semelhante ao de Rudolph Lod, do povo Galibi Kali’na: “Meu povo no Brasil é pequeno, somente os mais velhos falam o Kali’na”, diz ele. “Mas passei a ter um outro olhar sobre a nossa língua quando entrei para o projeto e vejo que isso tem acontecido com muitos indígenas também”. 

A participação de Nadilson e Rudolph na equipe não é por acaso. O projeto conta com a colaboração de organizações representativas dos quatro povos estudados: a Associação Indígena do Povo Palikur (AIPA), a Associação Indígena do Povo Galibi-Marworno (AIPGM), a Associação Indígena do Povo Karipuna (AIKA) e a Associação Na’na Kali’na. 

Cada uma delas indicou um coordenador interno para articular as ações localmente, garantindo a participação direta das comunidades na pesquisa. Além de Nadilson e Rudolph, também integram a equipe, como coordenadores locais, Lenise Felício Batista, do povo Palikur, e Orineio Monteiro, dos Galibi-Marworno. 

“Essa estrutura colaborativa assegura que o projeto seja conduzido em diálogo constante com os povos envolvidos, respeitando os saberes tradicionais e as dinâmicas locais”, diz Elissandra. 

*Com informações do IPHAN

Corujas murucututu fazem “intercâmbio” por meio de parceria entre Mangal das Garças e UFPA

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Foto: Divulgação

O Parque Zoobotâncio Mangal das Garças, em Belém (PA), promoveu um intercâmbio especial entre corujas murucututu (Pulsatrix perspicillata), em parceria com o Hospital Veterinário da Universidade Federal do Pará (HV-UFPA). A ação teve como objetivo contribuir tanto para a conservação da fauna quanto para projetos de educação ambiental e reabilitação de animais silvestres.

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O Mangal recebeu da instituição uma coruja da espécie murucututu batizada de ‘Iara’, que sofreu a amputação de uma das asas em decorrência de um acidente com descarga elétrica. Devido à gravidade da lesão e a perda funcional, sua reintegração ao ambiente natural tornou-se inviável.

Agora, sob os cuidados do parque, Iara assume um novo papel: contribuir com os programas de educação ambiental, sensibilizando o público sobre os impactos das atividades humanas na fauna silvestre e a importância da conservação das espécies amazônicas.

Foto: Divulgação

Como parte do intercambio, o Parque encaminhou ao HV-UFPA a corujinha ‘Tapioca’, também da espécie murucututu, que foi assim batizada pela público, por meio de votação nas redes sociais. Ela foi abandonada nas dependências do Mangal em outubro de 2024 e, desde então, era acompanhada por profissionais.

Por apresentar plenas condições físicas e comportamentais, Tapioca será submetida a um processo de reabilitação com treinamento de caça e outras habilidades fundamentais para retorno ao habitat natural.

“A Tapioca foi acolhida e passou pela avaliação clínica inicial feita pela nossa equipe. Ela está sendo submetida a exames complementares de triagem, para que possamos conhecer melhor seu quadro de saúde. Em seguida, ela iniciará as etapas de reabilitação, sempre acompanhada de perto pelos nossos médicos veterinários e biólogos. Estamos empenhados em oferecer o melhor cuidado para que, futuramente, ela tenha a oportunidade de retornar à natureza”, declara Cinthia Távora, técnica veterinária do Setor de Animais Silvestres do HV/UFPA.

Além da Iara, o Parque possui outras três corujas da espécie murucututu que podem ser vistas durante o funcionamento Mangal, em um recinto feito especialmente feito para elas, o qual fica localizado dentro da Reserva José Márcio Ayres (borboletário).

Segundo o médico veterinário do Mangal das Garças, Camilo González, essa ação é essencial para o equilíbrio entre conservação e educação ambiental.

“A Iara agora tem um papel fundamental na conscientização da população. Mesmo não podendo mais viver na natureza, ela contribui para que mais pessoas entendam a importância de proteger esses animais. Já a Tapioca é um exemplo de recuperação. Com o treinamento adequado, ela terá a chance de voltar ao seu ambiente natural, o que é sempre o nosso objetivo principal”, explicou.

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A coruja murucututu

Foto: Divulgação

A murucututu é uma das maiores espécies de coruja da América do Sul, conhecida por seu olhar penetrante e canto grave. Com hábitos noturnos, alimenta-se principalmente de pequenos mamíferos e aves pequenas. Discreta e silenciosa, exerce um papel importante no controle de populações de roedores e insetos, sendo uma grande aliada dos ecossistemas em que vive.

O intercâmbio, que foi realizado no último dia 25, reforça o compromisso do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Turismo e Organização Social Pará 2000, que administra o Parque, em realizar ações de fomento e conservação da biodiversidade amazônica e o bem-estar dos animais silvestres.

*Com informações do OS Pará 2000

Açaí de Bailique, no Amapá, tem Indicação Geográfica reconhecida pelo INPI

Foto: Divulgação/MIDR

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) publicou, na Revista da Propriedade Industrial (RPI) do dia 8 de abril de 2025, o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP), para a região do Bailique, como produtora de açaí.

Com essa concessão, a segunda para o estado do Amapá, o INPI chega a 141 IGs reconhecidas no Brasil, sendo 102 IPs (todas nacionais) e 39 Denominações de Origem – DOs (29 nacionais e 10 estrangeiras).

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A região do Bailique é composta de oito ilhas fluviais e área costeira próxima à foz do rio Amazonas, no leste do Amapá. O ambiente natural é marcado por uma rede de rios, igarapé e furos que desaguam no canal norte do rio Amazonas, formando extensas áreas de florestas de várzea, manguezais e campos inundados. São cerca de 51 comunidades ribeirinhas que se organizam em torno de sua religiosidade e de atividades produtivas como a coleta do fruto de açaí.

De acordo com a documentação apresentada pela Associação das Comunidades Tradicionais do Bailique, a região produz o açaí mais sustentável do mundo. Ele é nativo da região e cultivado da forma natural, sem o uso de agrotóxicos, máquinas e fertilizantes. É apenas manejado pelos produtores e possui certificado FSC (Forest Stewardship Council, organização não governamental internacional que atesta que os produtos florestais são oriundos de florestas bem geridas), o que garante que todas as etapas do processo sejam feitas com respeito à legislação do país, aos direitos dos trabalhadores e ao meio ambiente.

Leia também: Minissérie mistura missão astronauta com salinização das águas enfrentada no Bailique, no Amapá

Além do certificado FSC, o açaí do Bailique também possui o selo vegano SVB, da Sociedade Vegetariana Brasileira. Esse certificado garante que o produto não contenha, em sua composição, nada de origem animal, bem como que o processo de extração e de produção seja livre de qualquer tipo de exploração animal.

O açaí do Bailique é composto apenas da polpa da fruta, sendo inteiramente puro, sem adição de açúcares, xaropes, corantes, aromas ou conservantes. A notoriedade do arquipélago na produção de açaí o fez ser incluído no Polo Tucuju, da Rota do Açaí, uma das Rotas de Integração Nacional (RIN) do Governo Federal, redes de arranjos produtivos locais associadas a cadeias produtivas estratégicas capazes de promover a inclusão produtiva e o desenvolvimento sustentável das regiões brasileiras.

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*Com informações do INPI

‘Fenômeno genético?’: Galinha com características de duas espécies nasce em sítio de Rondônia

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‘Galinhola’: Ave com aparência incomum e acredita ser resultado de cruzamento entre galinha e galinha-d’angola em RO — Foto: Reprodução/redes sociais

Uma família da zona rural de Jaru (RO) se surpreendeu ao presenciar o nascimento de uma ave com traços de galinha e galinha-d’angola. O animal, apelidado de “galinhola”, chamou a atenção por sua aparência incomum.

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Apesar da semelhança entre as aves, pesquisadores afirmam que não se trata de um cruzamento entre diferentes espécies, mas sim de aves de diferentes raças.

A professora aposentada Terezinha Barbosa, dona da propriedade, contou que a galinhola se parecia com uma galinha no início, mas, com o passar do tempo, foi se modificando e mudando a penugem, tornando-se uma ave única. O animal tem cerca de seis meses.

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‘Galinhola’: Ave com aparência incomum e acredita ser resultado de cruzamento entre galinha e galinha-d’angola em RO — Foto: Reprodução/redes sociais

Genética permite cruzamento?

Para entender se seria possível uma ave gerada a partir do cruzamento entre uma galinha (Gallus-gallus) e uma e uma galinha-d’angola (Numida-meleagris), o professor e pesquisador da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Elvino Ferreira, analisou as imagens do animal.

Segundo o especialista, o cruzamento entre as aves não é possível do ponto de vista genético:

“As duas aves possuem quantidades diferentes de cromossomos — a galinha tem 78 e a galinha-d’angola, 76. Essa diferença impede o pareamento correto durante a formação do embrião, tornando o desenvolvimento inviável”, explicou Elvino.

Leia também: O curioso caso do animal que parece cobra, tem nome de cobra, mas não é cobra

Arte explicativa sobre genética da galinha e galinha-dangola — Foto: Reprodução/redes sociais

Além da diferença genética, o professor destacou que o comportamento reprodutivo e o tamanho das aves também dificultam o acasalamento.

“Aspectos comportamentais também devem ser considerados, especialmente no tocante à corte, ou seja, ao comportamento reprodutivo entre essas espécies”, afirma a análise.

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Outras possibilidades

De acordo com Elvino, a aparência incomum da “galinhola” pode ser resultado de cruzamentos entre diferentes raças de galinhas caipiras, como:

  • Rhode Island Red
  • Welsummer
  • Indio Gigante (linhagens Asil ou Shano)

Essas raças possuem o mesmo número de cromossomos e apresentam grande variedade de tamanhos, formas e colorações, podendo gerar animais com características únicas, mas geneticamente compatíveis.

Outra possibilidade considerada pelo pesquisador é o cruzamento entre a galinha comum e aves nativas, como os jacus. Algumas espécies como Penelope obscura, Penelope purpurascens e Ortalis canicollis também têm 78 cromossomos, o que torna o cruzamento possível do ponto de vista genético, embora bastante raro.

*Por Mateus Santos, g1 RO

Rota do cacau: Acre se torna promissor na produção do fruto nativo da região

Produção de cacau nativo em comunidade indígena do Acre. Foto: cedida

No coração da floresta Amazônica, o Acre tem se revelado uma potência no universo do cacau. Terra de biodiversidade exuberante e de povos tradicionais com saberes ancestrais, o estado aposta em um tesouro: o cacau nativo, aquele que cresce naturalmente no meio da mata densa, e o cacau de cultivo, plantado a partir de material genético de alta produtividade.

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Com aroma intenso, sabor único e características genéticas peculiares, o cacau acreano tem chamado a atenção de especialistas em chocolates do Brasil e do mundo, apontando para um futuro promissor da cultura cacaueira na região.

Diferente das plantações comerciais do Sudeste ou do Norte da Bahia, o cacau nativo acreano nasce de forma espontânea nas matas, principalmente nas regiões do Juruá, Tarauacá, Envira, Purus e Alto Acre.

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Produção de cacau. Foto: Marlon del Aguila Guerrero/CIFOR

Visando o potencial da cultura do cacau no estado, a Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri) tem investido, desde 2023, no incentivo à cultura do cacau nativo e do cacau de colheita em todo o Acre.

“O nosso cacau guarda uma genética de alto valor, por isso identificamos que o Acre tem um potencial de crescimento. A nossa expectativa é de que o cacau se torne uma das principais cadeias produtivas do estado nos próximos anos”, disse o secretário de Agricultura, Luis Tchê.

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A Rota do Cacau: produção e sustentabilidade

A Rota do Cacau no Acre é um conjunto de ações que busca mapear, fortalecer e integrar os elos da cadeia produtiva do cacau. A iniciativa conecta produtores rurais, extrativistas, comunidades indígenas, agroindústrias, universidades e o poder público em uma rede que tem como objetivo impulsionar a produção sustentável e agregar valor ao cacau nativo.

Desde a produção e beneficiamento até a comercialização e exportação, a rota busca oferecer capacitação técnica, infraestrutura, certificações e abertura de mercados, tudo isso alinhado à conservação da floresta.

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Mapa da Rota do Cacau no Acre. Imagem Ilustrativa: Seagri

De acordo com o chefe da Divisão de Produção Familiar da Seagri e mestre em Gestão e Conservação de Recursos Naturais, Marcos Rocha, a rota do cacau ainda está em construção. “Estamos mapeando as plantações existentes no Acre, colocando tudo isso em um banco de dados. Visitamos os produtores, dando orientação técnica, fazemos levantamentos de dados, também abordamos a questão do controle de pragas e começamos a fomentar, incentivar e orientar, de forma técnica, o plantio e manejo da floresta”, declarou.

De acordo com Marcos,  projetos para o fomento à cultura cacaueira começaram a ser aprovados pelo Programa REM. Um deles vai financiar a implantação de uma agroindústria de produção de chocolate, liderada por mulheres, em Cruzeiro do Sul.

Segundo a Seagri, mais de 300 famílias foram mapeadas pela Rota do Cacau, que tem como público-alvo populações indígenas, ribeirinhos, extrativistas e produtores rurais em todo o estado.

O fruto do cacau. Foto: Divulgação/USDA

A Rota do Cacau é um projeto desenvolvido em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Universidade Federal do Acre (Ufac), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Acre (Idaf), Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), prefeituras, cooperativas e associações de produtores.

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Apoio institucional

À frente de muitos desses avanços está o governo do Acre, por meio da Seagri, que tem investido em políticas públicas estratégicas para o fortalecimento da cacauicultura. Entre as ações mais relevantes estão: capacitação técnica dos produtores com práticas sustentáveis; incentivo à regularização ambiental, parcerias com instituições de pesquisa e fomento à industrialização, com apoio a mini fábricas de chocolate artesanal e cooperativas de agricultores familiares.

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Produção de cacau nativo em comunidade indígena do Acre. Foto: cedida

Segundo o secretário estadual de Agricultura: “O cacau nativo é uma das nossas maiores apostas. Ele representa não apenas um produto com alto valor de mercado, mas um símbolo de desenvolvimento sustentável, que respeita a identidade cultural e ambiental do Acre”, declarou Tchê.

Este ano, a Seagri vai lançar o programa de incentivo à cultura cacaueira no Acre, o que vai incentivar e promover a cultura no estado. O programa deve conectar produtores, empreendedores e instituições públicas para a valorização do produto.

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O futuro plantado

Segundo uma estimativa da Seagri, atualmente o Acre possui mais de 80 hectares de cacau de cultivo plantados e 200 hectares de cacau nativo em diversas regiões da floresta.

Mais que um produto agrícola, o cacau acreano se consolida como símbolo de identidade e inovação. Uma rota que une saberes tradicionais, ciência e empreendedorismo, mostrando que é possível desenvolver e preservar ao mesmo tempo.

*Com informações da Agência Acre.