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Nova espécie de fungo descoberta em Mato Grosso causa doença que afeta trabalhadores rurais

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Foto: Widson Ovando/Fapemat

Pesquisadores identificaram uma nova espécie de fungo, denominado Paracoccidioides lutzii, causador da doença da Paracoccidioidomicose (PCM), uma micose sistêmica que afeta trabalhadores rurais, garimpeiros, tratoristas agrícolas e pessoas em contato direto ou indireto com o solo. A descoberta ocorreu durante investigações realizadas no Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM-UFMT), a partir de isolados clínicos de pacientes atendidos no serviço de referência para diagnósticos clínicos, laboratorial e doenças infecto parasitárias no ambulatório 3 da unidade.

O fungo fica alojado no solo, e ao remexer a terra, a pessoa inala, indo parar nos pulmões. A paracoccidioidomicose (PCM) pode causar sequelas pulmonares crônicas, como fibrose pulmonar e alterações enfisematosas, e uma série de manifestações clínicas típicas, como úlceras na mucosa oral, nasal, gânglios cervicais, lesões em pele, em ossos, e mais raramente, em mucosa ocular e outros sítios anatômicos.

O nome escolhido para a nova espécie foi uma homenagem ao Dr. Adolfo Lutz, do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, que há 117 anos registrou o primeiro caso clínico da doença, denominado P. brasiliensis.

A descoberta foi uma colaboração entre pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com financiamento total da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), o projeto está vinculado ao Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde da UFMT.

A coordenadora da pesquisa, a professora doutora Rosane Hahn, estuda a doença há 29 anos para identificar sintomas e seus principais acometimentos. Nesse período foram executados vários projetos com foco em estudos epidemiológicos e clínicos-laboratoriais da PCM em Mato Grosso. A doença não possui cura, mas pode ser controlada com tratamento adequado.

Em Mato Grosso, os casos são acompanhados pelo Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM). A descoberta da nova espécie (P. lutzii) e a obrigatoriedade de notificação da doença em Mato Grosso reforçam a necessidade de monitoramento epidemiológico e aprimoramento das estratégias de diagnóstico e controle da PCM no Brasil.

Atualmente a pesquisadora coordena um projeto em parceria com a Secretaria de Estado Agricultura Familiar/MT (SEAF). Este projeto visa a obtenção de amostras de sangue (soro) de indivíduos envolvidos com agricultura familiar para realização da sorologia para PCM, identificando fatores epidemiológicos em nove munícipios da Baixada Cuiabana (Cuiabá, Várzea Grande, Chapada dos Guimarães, Santo Antônio do Leverger, Nossa Senhora do Livramento, Acorizal, Jangada, Barão de Melgaço e Poconé).

Sabe-se que os homens são mais acometidos pela doença em uma proporção de 14 para 1 em relação às mulheres. O hormônio estrogênio exerce um efeito protetor, reduzindo os casos entre mulheres antes da puberdade e após a menopausa.

O Ministério da Saúde está financiando um projeto na ordem de R$1,5 milhões, para esse grupo de pesquisadores obterem um antígeno que possa ser utilizado em laboratórios dos estados brasileiros (LACEN’S). O antígeno que contenha o complexo P. brasiliensis e suas 4 espécies crípticas (S1, S2, PS3 e PS4), e a nova espécie P. lutzii. Até o final de 2025, a equipe de pesquisadores incluindo USP, FIOCRUZ (RJ), UNIFESP, UNESP, Instituto Adolfo Lutz (IAL-SP) e UFMT deverá finalizar a entrega do novo antígeno.

Atualmente, apenas no laboratório de sorologia para PCM localizado no laboratório de Micologia/Investigação vinculado a Faculdade de Medicina/UFMT, realiza manualmente essa sorologia.

*Com informações da Fapemat

Desde 2001, Festival da Pororoca reúne atletas do surf e curiosos em São Domingos do Capim

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Foto: Divulgação

Um espetáculo sonoro e visual. A pororoca, fenômeno natural provocado pelo encontro entre as águas de rio e do mar, há anos encanta surfistas, moradores e visitantes em São Domingos do Capim, nordeste do Pará. Originária do Tupi, a palavra pororoca significa “estrondo”.

O Festival Internacional da Pororoca, que ocorre anualmente desde 2001, reúne atletas nacionais e internacionais do surf. As águas do Rio Capim, famosas por suas ondas intensas, voltaram a ser palco de manobras radicais, colocando novamente o município como referência da modalidade esportiva na Amazônia. Assista AQUI.

Leia também: Pororocas: saiba em quais lugares da Amazônia o rio encontra o mar

Este ano, além do torneio de surf, São Domingos do Capim – há mais de 135 km de Belém – também se prepara para sediar um festival cultural e gastronômico, que destacará a culinária paraense e as tradições artísticas da região.

O público terá a oportunidade de experimentar pratos típicos da culinária paraense, como maniçoba, tacacá e peixe assado, enquanto assiste a apresentações de carimbó, outras danças folclóricas e shows de artistas locais.

Com ênfase na sustentabilidade, o município investe em trilhas ecológicas, passeios de barco pelo Rio Capim e iniciativas que conectam os visitantes à biodiversidade amazônica.

Leia também: Na crista da onda: lugares para surfar na Amazônia

Deisy Reis saiu do município de Moju, na Região de Integração Tocantins, para ver a pororoca pela primeira vez in loco. “Eu vi na televisão, mas a experiência tem que ser ao vivo, porque o nosso Pará é único em relação às nossas comidas, ao nossos fenômenos. É muito interessante a gente ver o crescimento do turismo no Pará”, disse a visitante.

Leia também: Saiba como estão divididas as regiões de integração dos municípios do Pará

Segundo o prefeito de São Domingos, Orivaldo das Neves Oliveira (Orivaldo Bateria), o evento em 2025 oferece diversas atrações regionais e nacionais, incluindo aparelhagens e competições de surf, futebol de areia, natação, triathlon, canoagem e boxe (a ‘Pororoca Fight’).

A proposta da Prefeitura é valorizar as políticas sociais e culturais voltadas à preservação ambiental a partir da curiosidade despertada pelo fenômeno da pororoca, e sua adaptação às mudanças climáticas, dentro do atual contexto vivenciado pelo Pará, que receberá a COP 30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas). Pela primeira vez, o evento ocorrerá em uma cidade da Amazônia – Belém – em novembro próximo.

3 startups do Amapá disputam prêmio de sustentabilidade criado pelo príncipe da Inglaterra

Fotos: Reprodução

Três startups do Amapá – Amazon Biofert, Engenho Café de Açaí e Mazodan – estão concorrendo ao prêmio Earthshot Prize, criado pelo herdeiro da coroa britânica, príncipe William. A ideia é reconhecer alternativas que buscam preservar o meio ambiente.

São 15 finalistas, desses, cinco irão ganhar incentivos financeiros que equivalem a mais de R$7 milhões, para seguirem realizando um trabalho sustentável. A expectativa é que o príncipe venha ao Brasil no início de novembro para a cerimônia de entrega da premiação, no Rio de Janeiro (RJ).

Nesta edição, concorrem grupos indígenas, ONGs e comunidades locais. As empresas do Amapá são as únicas representantes da Amazônia, cada uma atua em um eixo.

O Earthshot Prize é considerado uma das maiores iniciativas ambientais da atualidade. As cinco categorias do prêmio são inspiradas nos objetivos de desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU): restauração e proteção da natureza, limpeza do ar, revitalização dos oceanos, vida sem resíduos e ação climática.

Conheça mais sobre as representantes do Amapá:

Amazon Biofert

A empresa viu nos caroços de açaí uma alternativa de fertilizante que diminui a produção de carbono e promove uma agricultura mais sustentável. O biochar promove uma agricultura mais sustentável, valorizando os recursos da floresta amapaense.

A matéria-prima da Amazon é fruto de uma parceria com os batedores de açaí. A empresa recolhe os caroços descartados por esses profissionais, gerando uma economia circular. A Amazon é pioneira na geração de créditos de carbono e regeneração de solos através do Biochar.

Para os gestores, a indicação ao prêmio reforça o potencial da empresa, que para eles está preparada para revolucionar o mercado da agricultura sustentável.

“A gente trabalha em colaboração com coletores e batedores de açaí da área urbana e temos também parcerias com as agroindústria. Hoje a gente traz esses resíduos que poderiam ser usados para gerar mais ainda C02, e na Amazon Biofert fazemos o processo de criação do biochar. Esse biochar já está impactando a vida de agricultores do estado. Estamos prontos para impactar toda a região Norte”, destacou Wesley Resplande, sócio da Amazon.

Leia também: Biocarvão é alternativa sustentável para fertilidade de solos amazônicos, aponta pesquisa

Foto: Divulgação/GEA

Engenho Café de Açaí

Inspirado também na reutilização dos caroços de açaí, a Engenho Café de Açaí aliou duas paixões: o açaí e o café. A ideia surgiu em 2011.

Nos resíduos que seriam descartados de forma inadequada, o casal Lázaro Gonçalves e Valda Gonçalves, viu a possibilidade empreender e entregar à sociedade um produto que traz os traços do fruto da Amazônia amapaense combinado com as sensações ao tomar um café.

Do modo de preparo ao gosto, Lázaro destaca que o maior diferencial do produto é a preocupação com o meio-ambiente.

“Durante os últimos quatro anos de operação já reaproveitamos mais de 200 toneladas de resíduos de açaí. Nós estamos alinhados com oito das 17 ODS da Onu, então isso é muito importante […] tem a questão da Amazônia, que é um apelo muito forte, por isso somos fortes concorrentes para disputar com o mundo”, disse Lázaro.

Foto: Divulgação/Sebrae

Mazodan

O empreendimento, criado pelo empresário Michael Carvalho, de 39 anos, usa sedimentos de rios para baratear custos de construção e diminuir impacto ambiental.

Em 2023 amapaense chegou à final da Expo Favela 2023 – O Desafio 2023 ao lado de Gleicy Alencar, da favela Parelheiros, de São Paulo. A Mazodan foi selecionada como uma das 10 melhores do país, durante a Expo Favela Innovation Brasil, e chegou à final, onde conquistou o prêmio de R$80 mil.

A meta também é ajudar a diminuir a emissão de dióxido de carbono, provocada pela produção de cimentos e argamassas comuns. Com sede no município de Santana, distante 17 quilômetros de Macapá, a empresa retira parte da matéria-prima utilizada na produção do rio Amazonas.

Segundo dados coletados pela startup, só no maior rio de água doce do mundo o volume de rejeitos reposto é de 1,2 bilhões de toneladas ao ano.

“A construção civil é um dos segmentos que mais entrega no Brasil, mas também é o que mais gera resíduos. Nosso objetivo não é substituir o cimento, mas diminuir o uso dele com produtos sustentáveis. Quando a gente coloca um material como o da Mazodan, conseguimos equilibrar mais essa matriz poluente”, afirmou Michael.

Foto: Michael Carvalho/Arquivo pessoal

O prêmio Earthshot Prize ocorre desde 2020. Com a visita do príncipe ao Brasil, a expectativa que ações de preservação sejam debatidas com as autoridades também.

*Por Mariana Ferreira e Mayra Carvalho, da Rede Amazônica AP

Maria Gomes: mulher seringueira tem sua história registrada em livro

Foto: Divulgação

‘Varadouro: a História de Maria, Mulher Seringueira’. Este é o nome da obra do jornalista acreano Edson Lodi lançada no dia 28 em Rio Branco. O livro narra a história de Maria Gomes, uma mulher que morava no Amazonas e se mudou para o Acre, onde constituiu família. Ela participou do lançamento.

A obra conta sobre a trajetória de Maria Gomes, que cresceu entre os seringais de Pauini, no estado do Amazonas, como filha de pais nordestinos e a mais velha de 16 irmãos.

“Desde pequena, Maria aprendeu a caçar, pescar e extrair seringa, habilidades que moldaram sua vida. Seu espírito indomável foi testado quando, aos 12 anos, enfrentou uma onça faminta, defendendo-se com bravura enquanto trabalhava sozinha na floresta. Essa experiência marcante é apenas um dos muitos desafios que Maria superou ao longo de sua vida”, diz o livro.

Ela então se mudou para o Acre, onde casou e deu à luz seis filhos. O livro então narra a luta pela sobrevivência dessa mulher que, segundo o autor, exala a bravura e a coragem das mulheres acreanas.

“Retornar ao Acre é sempre uma alegria e renovação dos laços de amizade que tenho por aqui. Varadouro é um livro ambientado nos ermos das florestas desse Estado, em que a história de Maria é a história de centenas de Marias, mães seringueiras que moldaram a alma acreana”, afirma Lodi.

Tesouro natural paraense: conheça o Parque Estadual da Serra dos Martírios/Andorinhas

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Foto: Reprodução/Ideflor-Bio

Localizado a apenas 20 quilômetros da área urbana de São Geraldo do Araguaia, na região sudeste do Pará, o Unidade de Conservação de Proteção Integral Parque Estadual Serra das Andorinhas/Martírios (PESAM) se destaca como uma joia natural e riqueza histórica. A Unidade de Conservação (UC), administrada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), está situada em uma zona de transição entre os biomas Amazônia e Cerrado, proporcionando uma experiência única aos visitantes.

Leia também: Trilhas no Parque Estadual da Serra das Andorinhas atraem dezenas de aventureiros no Pará

O PESAM foi criado pela Lei Estadual nº 5.982, de 25 de julho de 1996, publicada no Diário Oficial do Estado do Pará nº 28.339, de 12/11/1996 (ANEXO III) e está localizada no município de São Geraldo do Araguaia, sudeste paraense, distante cerca de 700 km da capital Belém e a 160 km da cidade de Marabá. 

Com mais de 30 cachoeiras catalogadas, o Parque Estadual da Serra dos Martírios/Andorinhas é um verdadeiro paraíso para os amantes da natureza e do ecoturismo. Suas águas cristalinas e quedas d’água oferecem momentos de lazer e relaxamento. Mirantes estão distribuídos pelo parque para proporcionar vistas panorâmicas da paisagem local.

Um dos pontos mais icônicos da região é a Casa de Pedra, uma grandiosa formação rochosa situada em um dos pontos mais altos da Serra das Andorinhas. Além de sua beleza natural, o local abriga um pequeno altar em devoção ao Divino Espírito Santo, que atrai fiéis todos os anos, especialmente no mês de outubro.

Outro grande atrativo do parque é a presença do rio Araguaia, que corta parte do seu território e forma praias de água doce, como o Remanso dos Botos e a praia da Santa Cruz dos Martírios. Esses locais são ideais para banhos refrescantes e momentos de lazer e relaxamento.

Leia também: Riqueza botânica do Parque Estadual da Serra dos Martírios é registrada em livro 

Foto: Reprodução/Ideflor-Bio

Riqueza histórica

Além das belezas naturais, o parque também é um importante marco histórico. Durante a Guerrilha do Araguaia, um dos mais emblemáticos conflitos políticos da história brasileira, a região serviu de abrigo para guerrilheiros que resistiam ao regime militar.

Atualmente, é possível visitar cavernas utilizadas pelos combatentes e conhecer mais sobre esse período marcante da história do Brasil.

Outro grande destaque do Parque é a quantidade de sítios arqueológicos espalhados pelo seu território: são mais de 100. Com aproximadamente 5.500 pinturas e gravuras rupestres, a área é um tesouro arqueológico que ajuda a contar a história das antigas civilizações que habitaram a região.

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As visitas nos pontos turísticos no PESAM são realizadas durante o ano inteiro. No período de estiagem (de maio a novembro) as praias surgem no rio Araguaia e no período de chuvas (de dezembro a abril) há maior queda d’agua das cachoeiras.

Para as visitas é necessário autorização junto ao Ideflor-bio e acompanhamento de condutores de trilha autorizados. Para realizar pesquisas no PESAM também são necessárias autorizações junto ao Ideflor-bio.

*Com informações do Ideflor-Bio, Governo do Pará e Instituto Socioambiental

6 parques nacionais na Amazônia que são fontes de pesquisa e ecoturismo

Foto: Reprodução/Wild Expedition

Criados para promover pesquisas científicas e proteger espécies de fauna e flora, os parques nacionais surgem com o propósito de preservar a natureza.

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No Brasil, existem 74 ‘parnas’ (sigla para parque nacional). O primeiro parna, do Itatiaia, foi criado em 1937 no governo de Getúlio Vargas. Na região amazônica, ao todo, são 20.

Leia também: Portal Amazônia responde: o que são Parnas?

Confira seis deles que contribuem para a preservação do ecossistema amazônico e possuem relevância ecológica:

Parque Nacional da Amazônia

Com mais de 1 milhão de hectares, o Parque Nacional da Amazônia foi criado em 19 de fevereiro de 1974, no Pará, para preservar os recursos naturais da região diante do grande  impacto da migração promovida na Amazônia.

O Parque integra um corredor ecológico de dispersão de espécies entre os rios Tapajós e Madeira. As sumaúmas se destacam na cobertura florestal, já a fauna inclui 13 espécies de primatas, além de espécies vulneráveis e ameaçadas de extinção, como a onça-pintada e o gato-maracajá.  

Além disso, o parna abriga grupos indígenas isolados e sítios arqueológicos ainda não explorados por pesquisadores.

Foto: Divulgação/ICMBio

Pacaás Novos

Localizado no estado de Rondônia, o  Parque Nacional de Pacaás Novos foi criado em 1979 e possui mais de 700 mil hectares de território. O local abriga um importante patrimônio cultural indígena, pois é lá que se encontram os índios da tribo Uru-Eu-Wau-Wau e Uru-pa-in.

O nome Pacaás Novos teve origem com os seringueiros que encontravam muitas pacas na beira do igarapé.

Em decorrência da ocupação acelerada e desordenada de Rondônia pela abertura da BR-364 (que liga os Estados de São Paulo e Acre, passando por Mato Grosso e Rondônia), tornou-se necessário proteger parte de seus recursos naturais.

Foto: Reprodução/Entre Parques BR

Serra da Cutia

Administrado pelo  Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), O Parque Nacional da Serra da Cutia fica localizado no município de Guajará-Mirim, em Rondônia

De acordo com dados do Instituto Socioambiental (ISA), o Parque foi criado em agosto de 2001 com o objetivo de preservar amostras dos ecossistemas amazônicos e propiciar pesquisas científicas, além do turismo ecológico. O local possui área de 283.611 hectares.

Foto: Reprodução/Entre Parques BR

Pico da Neblina

O Parque Nacional do Pico da Neblina, criado no Dia Mundial do Meio Ambiente, em 1979, possui uma particularidade interessante: abriga o ponto mais elevado do Brasil, o Pico da Neblina com 2.995,30 metros de altitude, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fica localizado no norte do estado do Amazonas, na fronteira com a Venezuela e abrange duas cidades: Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira. Junto com outros quatro parques, integra os parques nacionais fronteiriços da Amazônia brasileira.

O turismo na região foi proibido em 2003 e retomado em 2022. Atualmente, é necessária uma autorização do ICMBio, pois a área além de se tratar de um Parque Nacional, integra a Terra Indígena Yanomami, povo indígena que intitula o pico como Yaripo.

Foto: Reprodução/Wild Expedition

Serra da Mocidade

Localizado em Roraima, o Parque Nacional Nacional Serra da Mocidade foi criado por meio de decreto presidencial em abril de 1998. O parque conta com uma extensão territorial de 350.960 hectares e, segundo o ISA, a região registrou atividades extrativistas entre o início do século XX e meados dos anos 1980.

Ainda de acordo com o Instituto Socioambiental, o nome da unidade foi dado por pioneiros ao mencionarem as dificuldades para subir as montanhas da região, o que só poderia ser realizado por quem estivesse no “vigor da mocidade” .

Atualmente, a unidade é gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, até julho de 2015 ainda não possuía plano de manejo e teve seu conselho consultivo aprovado em 2010.

Foto: Divulgação/ICMBio

Serra do Divisor

No estado do Acre, o Parque Nacional da Serra do Divisor foi criado em junho de 1989 e fica localizado no noroeste do estado, na fronteira entre Brasil e Peru.

É o ponto mais ocidental do Brasil e atrai olhares do mundo todo por ter, em seus 837 mil hectares preservados, uma diversidade de pássaros, borboletas, árvores endêmicas e cachoeiras.

Foto: Pedro Devani/Secom Acre

‘Artesãs Indígenas’: Boi Garantido é primeiro bumbá a ter liderança indígena dando voz a uma toada

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Foto: Iasmina Saraiva/Boi Bumbá Garantido

Dando sequência ao lançamento das toadas de 2025, o Boi Garantido apresentou no dia 27 de março, a obra ‘Artesãs Indígenas‘, que, pela primeira vez na história do Festival Folclórico de Parintins, traz as vozes de representantes, artesãs e de uma anciã do povo Sateré-Mawé.

A figura típica regional exalta os saberes e fazeres de mulheres indígenas de diferentes povos, como Sateré-Mawé, Baniwa, Hixkaryana e Yanomami.

A toada é assinada pelos compositores Geandro Matos, Ulisses Rodrigues, José Carlos e Wanderson Rodrigues. Em quatro dias, o álbum de 2025 ultrapassou a marca de 100 mil visualizações no YouTube.

Izabel Munduruku, membro da Comissão de Artes do Boi Garantido, destacou o momento histórico em que mulheres indígenas não apenas participam da gravação, mas também integram o processo criativo do álbum. Marcam presença na toada Yará Sateré-Mawé, Moy Sateré-Mawé, Inara Sateré-Mawé e Turí Sateré-Mawé.

“O álbum de 2025 é muito especial, elaborado e pensado com muito cuidado para o Boi do Povo e para toda a galera vermelha e branca. Estamos trazendo para a toada o presente e o futuro ancestral, com as vozes de Yará Sateré-Mawé e Moy Sateré-Mawé, mulheres da região de Parintins, torcedoras do Boi Garantido, que carregam a força ancestral do artesanato”, afirmou.

Leia também: 58º Festival Folclórico de Parintins é lançado no Amazonas

Presente e futuro ancestral

De acordo com Moy Sateré-Mawé, liderança no movimento de mulheres indígenas, anciã e artesã, a participação na toada representa o reconhecimento da ancestralidade e do artesanato como partes essenciais da cultura indígena. Ela também agradeceu ao Boi Garantido pelo convite e pela oportunidade.

“O artesanato vem de tempos históricos e é passado de geração em geração. Esse espaço também fortalece nosso trabalho. Durante o Festival de Parintins, conseguimos vender mais e garantir o sustento de nossas famílias. Para nós, mulheres, essa é uma fonte de renda fundamental, que nos ajuda a cuidar de nossas crianças e a manter viva a nossa cultura”, disse.

Foto: Iasmina Saraiva/Boi Bumbá Garantido

Moy ressaltou ainda que o reconhecimento e a homenagem às artesãs indígenas são formas importantes de reafirmar as lutas dos povos originários.

“Isso nos permite dizer que estamos aqui, somos artesãs e queremos que a natureza vença, que a respeitem. Tudo o que tecemos, criamos e fabricamos vem diretamente da natureza, que nos proporciona os materiais para nossa arte e nossa cultura”, afirmou.

Yará Sateré-Mawé, de 9 anos, expressou sua alegria por ter sua voz registrada em uma toada do Boi Garantido e declarou seu amor pelo Boi do Povão.

“Como torcedora, é uma sensação única. Não há preço que pague meu amor pelo Garantido, eu o amo de paixão”, ressaltou.

O Boi Garantido segue destacando as lutas e a resistência dos povos indígenas em suas toadas de 2025, que continuam a movimentar as redes sociais e a reforçar a identidade do Festival de Parintins.

*Com informações da Assessoria de Comunicação do Boi-Bumbá Garantido

SGB aponta que cheia de 2025 em Manaus não deve ultrapassar recorde histórico

Evento contou com órgãos responsáveis pela cheia do Amazonas. Foto: Lucas Macedo/Rede Amazônica AM

Após uma seca histórica, a cheia de 2025 em Manaus (AM) não deve atingir o recorde de 2021, quando o Rio Negro alcançou 30,02 metros. A previsão faz parte do primeiro alerta do Serviço Geológico do Brasil (SGB), divulgado nesta sexta-feira (28), que apresenta estimativas para os rios Negro, Solimões e Amazonas.

Leia também: Rios da bacia do Amazonas têm menor nível da história em 2024, aponta análise da InfoAmazonia

O SGB emite três alertas ao longo da cheia, sempre no final dos meses, sendo os próximos em abril e maio. Na maior parte do estado, os níveis devem se manter dentro da normalidade, com exceção do sul do estado.

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o monitoramento do Rio Negro é feito com base em cotas de medição, tomando como referência a última cheia recorde. Confira a classificação:

🔴 Cota máxima registrada (2021): 30,02m
🟠 Cota de inundação severa: 29,00m
🟡 Cota de inundação: 27,50m
⚪ Cota de alerta: 27,00m

Nesta sexta-feira (28), o Rio Negro marcou 25,91 metros, de acordo com a medição do Porto de Manaus, que monitora os níveis das águas desde 1902. O Serviço Geológico do Brasil (SGB) prevê que a cheia na capital do Amazonas atinja 28,68 metros, um nível entre a cota de inundação (27,5 metros) e a cota de inundação severa (29,9 metros).

O SGB também estima que a probabilidade de inundação severa é de 30%, enquanto as chances de superar o recorde de 30,02 metros são de apenas 1%.

Para abril, a Prefeitura de Manaus já planeja ações para mitigar os efeitos da cheia na capital, com foco especial nos bairros Educandos e São Jorge. A Defesa Civil Municipal destacou que a construção de pontes está entre as principais medidas previstas.

Rio Amazonas

Para o Médio Amazonas, em Itacoatiara, o SGB prevê que o nível do rio atinja 14,32 metros até o final do período chuvoso (novembro a março), ficando abaixo da cota histórica de 14,98 metros. Nesta sexta-feira (28), o rio estava com 12,48 metros.

Rio Solimões

No Rio Solimões, a previsão é que o nível chegue a 19,47 metros, sem superar a cota histórica de 20,28 metros. Em Manacapuru, o Solimões registrou 16,55 metros nesta sexta-feira (28).

Previsão de normalidade para o 2º Alerta de Cheia

O pesquisador de geociência do SGB, André Martinelli, destacou que, segundo o monitoramento do órgão, a tendência para este ano é de normalidade, sem grandes cheias no estado.

“Na verdade, o que a gente observa é uma tendência para normalidade, uma climatologia típica. Então, descartamos uma grande enchente. Observamos chuvas acima da média em fevereiro e março, e a previsão é de que isso continue em abril e maio. Porém, em janeiro, tivemos chuvas abaixo do esperado, então este ano a tendência é de uma cheia normal”, explicou o pesquisador.

Cenário atual

De acordo com a Defesa Civil do Amazonas, 23 municípios do estado estão em estado de alerta, com oito em estado de atenção e três em estado de emergência, incluindo o município de Humaitá. No dia 19 de março, a prefeitura da cidade decretou situação de emergência após o Rio Madeira atingir 23,19 metros, ficando apenas 2,44 metros abaixo da cota histórica registrada no município.

“Teremos uma cheia leve a moderada este ano”, afirmou o secretário adjunto da Defesa Civil, coronel Clóvis Araújo.

Apesar disso, um levantamento feito pelo Grupo Rede Amazônica indicou que cinco dos seis principais rios do Amazonas já ultrapassaram os níveis registrados na mesma data do ano anterior. A situação contrasta com o cenário de 2024, quando o estado enfrentou um colapso ambiental histórico devido a uma seca extrema, pelo segundo ano consecutivo, como explicou o pesquisador e meteorologista Leonardo Vergasta.

“Basicamente, os eventos de seca e cheia na bacia amazônica estão relacionados principalmente com os modos de variação oceânica. No entanto, destaco que o efeito do desmatamento desordenado pode agravar fenômenos, especialmente os relacionados à seca”, relatou Vergasta.

Por Daniel Landazuri e Lucas Macedo, da Rede Amazônica AM

26ª edição do Festival Amazonas de Ópera acontece entre abril e maio em Manaus; veja a programação

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Foto: Marcio James/SEC-AM

A 26ª edição do FAO, o Festival Amazonas de Ópera, divulgou sua programação para a edição de 2025. Entre 15 de abril e 18 de maio, os palcos do Teatro Amazonas e do Centro Cultural Palácio da Justiça receberão três óperas, três concertos e dois recitais.

O festival conta com a direção artística o maestro Luiz Fernando Malheiro. Os ingressos estarão disponíveis a partir do dia 1º de abril, na bilheteria do Teatro Amazonas e também pelo site shopingressos.com.br.

Confira a programação:

Teatro Amazonas

Dias 15, 17 e 19, às 19h
La Vorágine
João Guilherme Ripper
(Ópera Binacional Colômbia – Brasil)

Dias 25 e 27, às 19h
La bohème
Giacomo Puccini (ópera em concerto)

Dia 26, às 19h
Innocenti Amori
Cantatas e árias do século XVIII

Centro Cultural Palácio da Justiça

Dia 20, às 19h
Recital Bradesco I
Belcanto

MAIO

Teatro Amazonas

Dia 1°, às 19h
Concerto Lírico

Dia 3, às 19h
Oca a La Rossini

Dias 14, 16 e 18, às 19h
As bodas de Fígaro
Wolfgang Amadeus Mozart

Centro Cultural Palácio da Justiça

Dia 17, às 19h
Recital Bradesco II
Canções Brasileiras

O Festival Amazonas de Ópera é viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet, com apoio de Innova e Swarovski, patrocínio do Bradesco e realização do Fundo do Festival Amazonas de Ópera e GOverno do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas.

Estudo analisa floração de cianobactérias em 3 praias no Pará

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Coleta de amostras de água em Alter do Chão. Foto: Divulgação/Acervo da pesquisa

A Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) divulgou relatório técnico com os resultados das análises da concentração de microcistinas (toxina de cianobactérias) e da abundância de cianobactérias presentes nas águas das praias de Ponta de Pedras e Alter do Chão (em Santarém) e Pindobal (em Belterra), situadas na margem direita do rio Tapajós.

A ação investigou uma floração de cianobactérias ocorrida em janeiro deste ano, quando uma densa massa verde foi identificada nessas praias, causando preocupação na população.

Saiba mais: Conheça Alter do Chão, a vila de Santarém chamada de “Caribe brasileiro”

O estudo foi realizado por meio do projeto Águas do Tapajós, coordenado pela pesquisadora Dávia Talgatti, do Campus Oriximiná da Ufopa. A análise da água coletada mostra que as florações foram formadas predominantemente por cianobactérias (filo Cyanobacteria) das ordens Chroococcales e Nostocales.

Os parâmetros limnológicos analisados apresentaram variações dentro dos padrões esperados para o rio Tapajós, indicando condições relativamente estáveis de balneabilidade e preservação da fauna aquática das praias em que foram colhidas as amostras.

No entanto, a presença de florações de cianobactérias sinaliza alterações na qualidade da água, evidenciadas pelas concentrações de microcistinas detectadas e pela quantidade de indivíduos do grupo das cianobactérias.

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“Embora os valores observados estejam abaixo do limite recomendado para águas recreacionais segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), eles ultrapassam o limite estabelecido para consumo humano, indicando potenciais riscos à saúde das populações ribeirinhas que utilizam a água para consumo, banho e outras atividades domésticas”, destaca o relatório.

Riscos à saúde humana e impactos ecológicos

As concentrações de microcistinas (MCs) nas praias de Ponta de Pedras, Alter do Chão e Pindobal estão dentro do limite de segurança para águas recreacionais recomendado pela OMS, porém dentro do nível de alerta 1.

É necessário que a população fique atenta a possíveis formações mais densas de cianobactérias, que poderiam vir a formar maiores concentrações de MCs. No artigo Recomenda-se evitar atividades que podem favorecer a ingestão de água pela boca e pelo nariz, especialmente crianças.

Coleta de amostras de água em Alter do Chão. Foto: Divulgação/Acervo da pesquisa

O estudo reforça que, sob a perspectiva recreacional, essas águas não representam um risco imediato para turistas e banhistas, mas evidenciam uma preocupação significativa quando se considera o uso dessa água para consumo humano – uma realidade comum entre as comunidades ribeirinhas da região.

O estudo

O estudo foi feito por professores, técnicos e alunos do Laboratório de Águas e Plantas da Amazônia (Lapam), situado no Campus Oriximiná, e do Laboratório de Estudos de Impactos Ambientais (Leia), situado no Campus Santarém, ambos da Ufopa.

“Os dados discutidos no relatório técnico estão diretamente relacionados à ocorrência de uma floração de cianobactérias registrada no dia 6 de janeiro de 2025, um evento de grande relevância para a qualidade da água na região”, afirma o técnico do Leia, Fernando Abreu Oliveira.

A pesquisa buscou compreender a extensão e os impactos dessa floração, avaliando a presença de toxinas associadas e seus possíveis efeitos ambientais e à saúde pública. Além disso, o relatório destaca a importância do monitoramento contínuo e sugere medidas para a mitigação dos riscos decorrentes desse fenômeno.

“Os resultados obtidos oferecem informações essenciais para o desenvolvimento de estratégias de gestão ambiental, prevenção da contaminação e mitigação dos impactos associados à proliferação de cianobactérias. Assim, esse estudo busca contribuir diretamente para a formulação de políticas de conservação e para a segurança hídrica das comunidades locais e visitantes do rio Tapajós”, explica Mayerly Alexandra Guerrero Moreno, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (PPGSND) da Ufopa.

Confira mais detalhes da análise: Relatório Técnico: Análise de microcistinas nas águas das praias de Ponta de Pedras, Alter do Chão (Santarém – PA) e Pindobal (Belterra – PA)

*Com informações da Ufopa