Embarcam nesta terça-feira (13), para Tocantins, os integrantes do projeto ‘Escambo Sem Palavras Pelo Brasil a Fora’, uma realização do grupo de teatro amazonense Baião de Dois, que este ano comemora 20 anos de atividades em Manaus. Nesta primeira etapa as ações do projeto deverão passar por Palmas, Porto Nacional, e por áreas indígenas localizadas na Lagoa da Confusão e Ilha do Bananal, em Tocantins.
Selma Bustamante, diretora do Baião de Dois explica que, durante estas duas décadas de atividades, desenvolveu ações em quase toda a região norte brasileira, com exceção apenas do estado de Tocantins. “Esse era o único estado no Norte que ainda não tínhamos realizado ou desenvolvido algum projeto. Quando surgiu essa oportunidade, pensei em priorizar este, que geograficamente, possui um acesso um pouco mais difícil para nós no Amazonas, por não fazer limites territoriais com este, e por ser um lugar ainda desconhecido para o Baião de Dois”, explicou.
O projeto foi contemplado com o Prêmio Funarte Myriam Muniz de Circulação 2015 e na segunda etapa passará por São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro, Barcelos e mais 15 comunidades indígenas do Alto Rio Negro, no Amazonas. Em todas as cidades e comunidades por onde o projeto passará, será realizada a oficina “Pessoas & Personagens” e apresentação do espetáculo “Se essa rua fosse minha”.
No espetáculo solo, Selma Bustamante interpreta sua palhaça Kandura, que na trama se apresenta como uma moradora de rua, que carrega consigo sua história, seu cotidiano e seus sonhos, divididos com o público em silêncio. A peça estreou em 2012 e no último mês de agosto, o espetáculo participou da programação oficial do maior festival de comicidade feminina da América Latina, no Rio de Janeiro, representando pela primeira vez o estado do Amazonas no evento. “Se essa rua fosse minha” também já se apresentou em mostras e festivais em São Paulo, Paraná, Pernambuco, Ceará e Piauí, desde sua estreia.
Documentário
Com esse trabalho, o Baião de Dois alcançará locais onde, ainda, a prática do teatro é inédita ou escassa. Diante dessa realidade, a equipe de desenvolvimento das ações propostas contará com a presença do jornalista César Nogueira, que fará um registro audiovisual de todas as atividades do projeto.
César é cinematógrafo e diretor-geral da Artrupe Produções Artísticas. No audiovisual e na fotografia, desde 2006, tem trabalhos que já foram exibidos pelo Brasil e também no Japão. É graduado em jornalismo pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e pós-graduado em artes visuais pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
“O registro audiovisual talvez seja para nós um dos pontos mais importantes do projeto. Esse registro, depois de finalizado, poderá multiplicar nossas experiências por onde passamos, para além daquilo que ficou dentro de cada um que vivenciou as ações nas cidades ou comunidades por onde passaremos”, completou Bustamante.
Produção
A produção do projeto no Alto Rio Negro é assinada por Fidelis Baniwa. Natural de Santa Isabel do Rio Negro, nasceu na comunidade indígena Ingaíwa, pertencente ao povo Baniwa. A partir de 1998 quando fixou residência em Manaus, passou a atuar em diferentes espetáculos da Cia. Vitória Régia de Teatro, entre eles a montagem da Maravilhosa Estória do Sapo Tarô Bequê de Marcio Souza, chegando em 2005, às telas da TV Globo no papel de “Joe Caripuna” na minissérie “Mad Maria”, de Benedito Rui Barbosa.
Foco do edital é apoiar pesquisas que contribuem para o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação na Região da Amazônia Legal de modo sustentável.