Nesta terça-feira (27), é comemorado o Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual, e por conta disso, a UNESCO, reforça a importância do trabalho desenvolvido pelo Museu da Imagem e do Som do Pará.
“Hoje, cada vez mais, os registros audiovisuais fazem parte do cotidiano da vida das pessoas. Na era digital, todo mundo fotografa, grava, filma. No passado não era assim. Havia restrições em relação à quantidade de material registrado. Para uma fotografia era necessário todo um preparo”, conta Januário Guedes, demonstrando a importância de cuidar dos registros paraenses.
A memória é um lugar de conexão entre o passado, o presente e o futuro. A preservação de elementos que contam a história do povo paraense e do Estado é essencial para garantir a vivacidade desses conhecimentos. O Museu da Imagem e do Som do Pará (MIS) é responsável pelos cuidados com esse rico patrimônio cultural.
“Um povo sem memória, é um povo destinado a não ser considerado mais povo. Como um Estado pode viver sem as suas memórias? A memória é o único tempo verdadeiro, é sempre um tempo presente”, reflete o Diretor do MIS, Januário Guedes.
O acervo do Museu se divide em duas vertentes: materiais sonoros, como discos de vinil, fitas cassetes e CDs; e materiais de imagem, que envolvem películas cinematográficas de 8, 16, e 35mm, DVDs e VHS. Além de maquinários utilizados pelas primeiras emissoras no Estado, como a TV Guajará e TV Marajoara.
Além de cartazes de filmes pioneiros no Pará, em especial da coleção Líbero Luxardo, como “Um diamante e 5 balas”, “Brutos inocentes” e “Marajó – barreira do mar”. Produções de Líbero Luxardo, Milton Mendonça, Pedro Veriano e Padre Giovani Gallo; e acervos pessoais dos maestros Waldemar Henrique e Altino Pimenta, também fazem parte do conteúdo do MIS. Ao todo, cerca de sete mil unidades compõem o acervo.
Os cuidados para a preservação da cultura paraense são diários. Para as películas cinematográficas, as salas precisam estar climatizadas 24h para manter a conservação. Os discos de vinil e CDs, por exemplo, precisam de cautela com a higienização, lavagem e catalogação desses elementos que se tornam, muitas vezes, objetos de pesquisas.
Palacete Faciola
A obra de restauração do Palacete Faciola, que iniciou neste mês de outubro, prepara o local para abrigar a nova sede do Museu da Imagem e do Som (MIS). A expectativa para passar a funcionar em um espaço mais amplo e moderno é grande.
“Esperamos há muito tempo por isso. A expectativa é totalmente positiva. Finalmente teremos um espaço adequado para guardar fisicamente a memória audiovisual da nossa história”, ressalta o Diretor do MIS.
Com previsão de entrega em 25 meses, a obra do novo palacete é orçada em quase R$ 16 milhões.
Segundo a titular da Secretária de Estado de Cultura (Secult), Úrsula Vidal, o prédio abrigará o acervo e as atividades do MIS, o Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC), além de abrigar um espaço multifuncional para atividades ligadas às manifestações e expressões da cultura material e imaterial do Estado.
Museu da Imagem e do Som
Idealizado pela escritora e jornalista paraense Eneida de Moraes, o espaço foi fundado na década de 1970. Vinculado ao Sistema Integrado de Museus da Secult, o Museu da Imagem e do Som é utilizado principalmente pelos pesquisadores que desejam investigar a história audiovisual do estado. O museu também promove projeções audiovisuais para alunos de escolas públicas, mas que estão canceladas devido à pandemia de Covid-19.
Serviço:
Museu da Imagem e do Som / Rua Padre Champagnat, 160. (Ao lado da Igreja de Santo Alexandre, próximo ao Museu do Círio). Mais informações: 4009-8667.