A participação das mulheres no artesanato paraense é extremamente expressiva. Atualmente, diversas associações e organizações do segmento apresentam lideranças femininas. Apenas no Pará, 5.130 artesãos fazem parte do Programa do Artesanato Brasileiro, no qual, 76% (3.906) são mulheres, e 40% (2.052) declaram que a atividade artesanal é sua principal renda familiar. “Eu sou casada e independente, banquei toda a educação dos meus filhos por meio da minha arte. Hoje minha filha faz doutorado em Biotecnologia em São Paulo, e se eu consegui educá-la foi por meio do meu trabalho”, revela Rose.
Recentemente, a artesã foi considerada sucessora de Dica Frazão, importante nome da cultura paraense, pela Escola de Artes de Santarém. “Sou muito feliz por ter esse reconhecimento da minha cidade. Eu acho que Santarém me reconheceu muito cedo. A dona Dica, por exemplo, tinha um trabalho extraordinário, mas demorou para ser reconhecido”, diz ela.
Reconhecimento esse, que faz Rose percorrer diversas cidades do Pará, fazendo o que saber de melhor: ensinar. “Melhor do que fazer minhas peças, é repassar o meu conhecimento. Eu amo ensinar. É muito gratificante ver que tantas pessoas estão sobrevivendo daquilo que eu ensinei. Eu tenho muito orgulho de saber que as minhas alunas de Trairão (sudoeste paraense) estão exportando para fora do Brasil por meio de materiais confeccionados com a fibra da bananeira”, comenta.
Estímulo
Rose participa da Fesarte desde 2014 representando o artesanato de Santarém, em uma grande troca de conhecimento e experiência com artesãos de outros municípios. “A Feira é uma grande oportunidade para fazermos negócios, aqui é um espaço para trocarmos experiências, abrir nossas mentes para novos horizontes e abrir caminhos para novos negócios. Participar desse evento é uma injeção de estímulo, uma oportunidade que gera renda”, conta.
Para o diretor de Qualificação Profissional e Empreendedorismo da Seaster, José Raimundo Portilho, a Fesarte é uma importante estratégia do Governo do Estado para promover a geração de trabalho e renda para as famílias. “A feira é um espaço de debate e valorização do segmento, uma oportunidade de divulgação para os artesãos que fazem da sua produção, a base de renda familiar. É um ambiente de articulação, de troca e da escoação da produção”, explica.