Por uma bela fotografia, eles se arriscam, e não tem tempo ruim quando se trata de conseguir o clique perfeito. Você sabe quem são eles? Estou falando dos profissionais das imagens, os fotógrafos. Nesta segunda-feira (8) é comemorado o Dia do Fotógrafo, e a reportagem do Portal Amazônia conversou com alguns fotógrafos para saber quais são suas inspirações, inicio de carreira e casos inusitados da profissão.
Há 30 anos, o fotojornalista Clóvis Miranda trabalha na capital do Amazonas. Ele começou em 1988 como bolsista, profissional que carregava os equipamentos dos fotógrafos. Então, Miranda aproveitou as oportunidades para crescer na carreira e contou com a ajuda de muitas pessoas para se firmar na profissão. Em 2008, o fotógrafo ganhou o Prêmio Esso Jornalismo na categoria ‘FotoJornalismo’. Já em 2012, ganhou a oportunidade de cobrir as Olimpíadas que aconteceu em Londres, na Inglaterra.
Entre várias reportagens tensas, o fotojornalista garante que existem aqueles casos engraçados. “Uma vez, na Copa do Mundo de 2006, ia fotografar a família de um cônsul durante os jogos. Cheguei cedo para começar a preparar o cenário, e o cônsul ainda estava dormindo. Eu e a equipe tivemos que acordar o homem e toda sua família. Depois de um tempo, percebi que a blusa que ele usava era de outro país. Resultado? Estava na casa do cônsul errado. Agora imagina a situação. Quase matei meu editor quando voltei para o jornal”, lembrou ao risos.
Para Miranda, o mundo está mudando e o profissional da fotografia precisa acompanhar o ritmo. “Acho que os fotógrafos precisam se render a tecnologia, um problema que muitos profissionais estão tendo por causa da teimosia. Eu tive a ajuda de muitas pessoas durante a minha carreira, por isso, gosto de ajudar os novatos. Adoro conversar sobre fotografia e dar dicas importante para os que estão começando”, falou.
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Fotografia familiar
Como eu disse no início, os fotógrafos se arriscam em suas áreas. Existem aqueles que escalam montanhas para registrar o nascer do sol, outros preferem se arriscar em áreas de conflitos, muitos fotógrafos gostam de ganhar dinheiro mostrando a rotina das celebridades, mas a fotógrafa Julia Muxfeldt decidiu se aventurar com sessões fotográficas de ‘newborn’, ou seja, registrar bebês recém-nascidos.
Aos 15 anos, Julia começou a pesquisar sobre fotografia na internet e a treinar com uma câmera. Ela iniciou os trabalhos como freelancer para empresas de formatura, gostou e buscou cursos para se profissionalizar. Já o interesse de Julia por sessões fotográficas familiares começou dentro de casa. “A área familiar, na época que comecei tinha pouca gente atuando, por isso decidi investir. E também porque tenha uma irmã de seis anos, quando ela nasceu, despertou esse interesse em mim”, revelou.
E existem riscos quando se fotógrafa um bebê dormindo? Segundo Julia sim, e muitos. “É super normal eles fazerem xixi e cocô em mim”, afirmou. Mas, no geral, Julia garante que a fotografia familiar trouxe diversas emoções em sua vida. “No réveillon de 2013 pude acompanhar um parto, acho que foi a sessão mais emocionante que fiz na vida”, falou a jovem.
Decisão
Assim como Clovis Miranda, o fotógrafo Raphael Alves, decidiu seguir pelo fotojornalismo. Os primeiros cliques foram feitos em 2000. No início, o profissional ainda não sabia qual carreira escolheria. “Demora um pouco para sabermos qual profissão seguir, mas sempre me interessei por pintura e desenho. Quando eu ‘descobri’ a fotografia na adolescência, vi que era aquilo que eu queria fazer”, contou.
Profissionalmente, Alves já ganhou vários prêmios, como por exemplo, na 31 ª edição do The Best of Journalism da Society for News Design (2010), Feira Internacional de Tecnologia Para o Meio Ambiente de Jornalismo Ambiental (2010), Leica X Photo Contes (2014), Fapeam de Jornalismo Científico na categoria Fotojornalismo (2015) e Pictures of The Year Latin America (2017). Ele garante que apesar do reconhecimento, o estudo e pesquisa faz parte da sua rotina. “Busco sempre formas de me reciclar, criar de forma diferente”, disse.
Carlos Nobre, do Painel Científico da Amazônia, apontou que o limite de 1,5º C na temperatura da Terra já é uma realidade, que se reflete nos eventos extremos.