Exposição itinerante em Manaus mostra extremos da destruição da floresta amazônica

O Paiol da Cultura do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus (AM), recebe a exposição itinerante ‘Amazônia – Os Extremos‘, promovida pela Agência de Jornalismo Independente Amazônia Real até dia 7 de maio. Com fotografias e imagens de vídeos, a mostra faz um alerta sobre a destruição da floresta amazônica causada pelos desmatamentos e pelas queimadas.

A exposição faz parte da programação de aniversário de 22 anos do Bosque da Ciência, completados no dia 1º de abril. Conforme os organizadores, são imagens de vídeos e 40 fotografias nos tamanhos A2 e A3+ padrão fine art, em trabalhos de 12 profissionais: Odair Leal (Acre), Alberto César Araújo, Chico Batata, Joel Rosa, Raphael Alves e Orlando Júnior (Amazonas), Jorge Macêdo (Roraima), Marcela Bonfim (Rondônia), Paulo Santos, do Acervo H (Pará), Ana Mendes (Maranhão), Flávio Forner, do InfoAmazônia (São Paulo) e Pablo La Rosa (Uruguai).

Patrocinada por um prêmio concedido pela Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil, a exposição inclui fotografias da escassez de água potável e de inundações nas regiões ribeirinhas, fenômenos estes provocados por eventos climáticos extremos.

Seca em Cacau Pirêra, em Iranduba. Foto: Joel Rosa/Amazônia Real

A exposição itinerante é parte da programação do debate ‘Mudança climática e seu impacto nas populações tradicionais da Amazônia. O que esperar?’, que teve início no mês passado, pelo Instituto Cultural Brasil – Estados Unidos (ICBEU). O debate reuniu indígenas, ribeirinhos e cientistas, entre eles, Foster Brown, da Universidade Federal do Acre, Philip Fearnside, do Inpa, Davi Kopenawa Yanomami, Mayra Wapichana e Sineia Vale, de Roraima.

Para o curador da exposição, o repórter-fotográfico Alberto César Araújo, a mostra também reflete o processo de transformação do fotojornalismo na Amazônia. “Ao ganhar espaço em uma galeria de arte, [a exposição] ressignifica as imagens de cada fotógrafo com seus estilos. Do trabalho já nascido autoral, como o de Raphael Alves, Marcela Bonfim, pela documentação mais clássica de Jorge Macêdo, da contundência de Joel Rosa, da perseverança de Chico Batata e Odair Leal, passando pela dedicação e a coerência de Ana Mendes, pelo olhar da experiência de Paulo Santos, da imersão de Flavio Forner e pelo arrojo de Orlando Júnior, todos ávidos por mostrar as mudanças que estamos enfrentando a cada ano com o nosso clima amazônico. Cheias recordes, secas nunca antes vistas, incêndios florestais e tanta fumaça que não conseguimos mais nos enxergar”, comentou. 

Enchente em Iranduba. Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real
Os interessados podem visitar a mostra no horário de funcionamento do espaço de visitação do Inpa, de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 16h30. Aos sábados e domingos das 9h às 16h, sem intervalo para almoço. Às segundas-feiras, o bosque é fechado para manutenção.

No mês de abril, a entrada no bosque é gratuita, em comemoração ao aniversário do espaço. As visitas guiadas na exposição pelo curador acontecerão nas sextas-feiras pela manhã. Os interessados devem entrar em contato com os organizadores, pelo telefone (92) 98207-5542 (também no whatsapp).

Amazônia Real

A agência de jornalismo independente Amazônia Real, dirigida pelas jornalistas Kátia Brasil e Elaíze Farias, publica em seu site reportagens que provocam o debate na sociedade sobre a preservação da floresta amazônica e sua população. Em atividade desde 21 de outubro de 2013, com sede em Manaus, é financiada pela Fundação Ford no âmbito do Projeto de Acesso à Mídia das populações invisíveis na imprensa tradicional.

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