Estação das Docas recebe exposições da Bienal das Amazônias

Artistas visuais paraenses, Keyla Sobral e Dirceu Maués apresentam intervenções urbanas, que podem ser visitadas até 15 de maio.

A Estação das Docas, em Belém, é o local escolhido para receber as obras dos artistas Keyla Sobral e Dirceu Maués, na exposição que integra a programação da Bienal das Amazônias, cuja primeira edição na capital paraense ocorreu entre agosto e novembro do ano passado, com o tema “Bubuia: águas como fonte de imaginações e desejos”, reunindo 120 artistas e coletivos de oito países da Pan-Amazônia, além da Guiana Francesa. As obras de Keyla Sobral e Dirceu Maués estão expostas até 15 de maio, no complexo turístico.
Foto: Isabelle Lima/Portal Amazônia

Com o projeto de intervenção pública “Metade de mim rio a outra nem tanto”, Keyla Sobral apresenta peças em neon de vidro, nas cores verde e vermelha, para áreas interna e externa, respectivamente, que propõem um diálogo entre a palavra e a paisagem. 

“É um transbordamento. É essa relação rio-floresta. Essa geografia-sentimento. Que palavras são essas? Um rio de metáforas”,

diz a artista.

Ela explica que a obra é uma expansão contemporânea. “A Bienal é importante porque ajuda a dar visibilidade aos artistas que estão construindo a visualidade amazônica contemporânea, contribuindo assim para debates e reflexões sobre a arte feita na região”, ressalta.

Paraense, Keyla Sobral é doutora em Artes pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Participa, desde o início dos anos 2000 de exposições e projetos pelo Brasil e no exterior. Sua produção artística aborda a cultura amazônica, na busca do que está invisível ou imperceptível.

 Diálogo

Os trabalhos dos artistas paraenses já podem ser conferidos pelo público. Foto: Beatriz Santos/Divulgação

Outra exposição para ser vista na Estação das Docas é “Tambores de luz: [in]versões na paisagem”, de Dirceu Maués, que faz parte de uma série de instalações ou intervenções urbanas exibidas desde 2013, em Brasília (DF). “[In] versões na paisagem foi como denominei os primeiros trabalhos de intervenções com câmeras escuras. Essas intervenções se aproximam da noção de instalações in situ ou site specific, pois propõem um diálogo com a paisagem local, com um ambiente ou com a especificidade de determinados espaços”, explica Dirceu.

Cada tambor, diz ele, funciona como uma câmera obscura aberta, na qual é possível visualizar uma imagem projetada em seu interior, sobre um suporte de papel vegetal. Duas peças foram colocadas na entrada da Estação das Docas, e a terceira às proximidades do primeiro galpão. “Os múltiplos recortes que as câmeras provocam na paisagem urbana invertem a imagem do mundo. O olhar do fotógrafo, através do dispositivo, encontra par no olhar distraído dos transeuntes, em meio à correria diária de um cotidiano cheio de excessos que entorpecem os sentidos”, acrescenta.

Também paraense, Dirceu Maués começou a fotografar em 1990. Em 1991, participou da oficina da Associação FotoAtiva, e iniciou trabalhos como fotógrafo para jornais e revistas. Ganhador de prêmios nacionais e internacionais, em 2003 passou a trabalhar com a técnica pinhole, como linguagem estética. Já expôs no Künstlerhaus Bethanien de Berlim, Alemanha, (2009-2010) e no Centro Municipal de Fotografia (CMDF) de Montevidéu, no Uruguai.

O Projeto é realizado por meio da Lei de Incentivo Federal à Cultura Rouanet, com apoio institucional da Embaixada da França no Brasil; Goethe Institut; Instituto Francês; Cultural Circular – British Council e Oi Futuro; Governo do Pará – por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM); Prefeitura de Belém – via Fundação Cultural do Munícipio de Belém (Fumbel); Universidade Federal do Pará (Museu da UFPA); Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp) e Instituto Peabiru, com patrocínio do Instituto Cultural Vale e Mercado Livre.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Pará perde Mestre Laurentino; artista completaria 99 anos em janeiro de 2025

Natural da cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, ele era conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil.

Leia também

Publicidade