Em 2011, a manifestação artística já havia sido reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural do Brasil.
O título foi dado a todo o complexo cultural que constituí o Bumba Meu Boi, já que congrega diversos valores e atividades: performances dramáticas, musicais e coreográficas e elementos materiais, como artesanatos, bordados do couro do boi, instrumentos musicais, indumentárias dos personagens, entre outros.
Para o secretário de Estado da Cultura, Anderson Lindoso, a condecoração deve ser recebida com muito orgulho pelos maranhenses e pelo povo brasileiro, pois trata-se de um reconhecimento legítimo à importância do Bumba Meu Boi.
“Sem dúvida nenhuma, é um título muito importante para o povo do estado do Maranhão. O Bumba Meu Boi é uma tradição determinante para a formação da identidade do maranhense. É o que faz o nosso estado ser conhecido no mundo inteiro. Certamente, é uma conquista que devemos valorizar, é um reconhecimento mais do que justo. Comemoraremos mais essa conquista do nosso estado com um grande São João 2020”, comentou o secretário.
A história do Bumba Meu Boi
Sob forte influência do catolicismo, o Bumba Meu Boi é considerado a manifestação mais importante da cultura popular do Maranhão e está diretamente relacionado à devoção aos santos juninos (Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal) e aos cultos religiosos afro-brasileiros do Maranhão, como o Terecô e o Tambor de Mina.
Em geral, dividem-se em cinco sotaques (baixada, matraca, zabumba, costa de mão e orquestra), contudo estes estilos não são os únicos e existem ainda muitas variações, assim como os bois alternativos.
Estima-se que a lenda é oriunda do século XVIII. A versão mais popular conta que Catirina, grávida, sentiu desejo de comer a língua do boi mais precioso da fazenda onde trabalhava. Para satisfazer as vontades da amada, Pai Chico matou o boi, causando a ira de seu patrão. Todavia, com ajuda de seres mitológicos, o boi ressuscitou, deixando todas as partes felizes.