23ª edição do Festival Amazonas de Ópera será totalmente dedicado a compositores e intérpretes brasileiros, com três estreias em sua programação
A 23ª edição do Festival Amazonas de Ópera (FAO) será realizada de 6 a 20 de junho, com óperas e concertos gravados, recitais transmitidos ao vivo, webinars e masterclasses online, entre outras atrações. Adiado por conta da pandemia de Covid-19 em 2020, o FAO conta com uma produção inovadora e será totalmente dedicado a compositores e intérpretes brasileiros, com três estreias em sua programação.
Realizado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e pela Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural, o festival está sendo produzido inteiramente com verba da iniciativa privada, por meio do Bradesco e da Motorola, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério do Turismo e Secretaria Especial de Cultura.
O Festival conta ainda com a parceria do canal Allegro HD e TV Encontro das Águas, e com o apoio do Catavento Museu de Ciências e da Importadora Carioca. A programação será transmitida por meio do Facebook e Youtube da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (culturadoam), e também pelo canal do Youtube do FAO (festivalamazonasdeoperafao).
“Adiamos o festival tendo como prioridade a segurança de nossos artistas e também do público, e tivemos que pensar em um novo formato que tornasse possível apresentar o mundo da ópera àqueles que acompanham o FAO há tantos anos. A pandemia afetou gravemente o setor cultural, e por isso esta edição não terá artistas internacionais e será totalmente dedicada aos compositores, músicos, intérpretes e técnicos brasileiros, de forma a valorizar estes profissionais neste tempo de crise”, declara o secretário de Cultura, Marcos Apolo Muniz.
Produção desafiadora
Seguindo os protocolos de segurança e prevenção contra o novo coronavírus, as orquestras dos Corpos Artísticos gravam, em dias alternados, áudio e vídeo das obras em Manaus, e os solistas gravam as vozes em São Paulo, onde também é trabalhada a parte cênica. O material é, então, reunido e editado para dar vida às óperas e aos concertos. Os grupos de músicos também são reduzidos, em formato de câmara, para evitar aglomerações e facilitar o distanciamento social.
“O mundo está experimentando novas formas de fazer arte nesta crise em que estamos vivendo. Depois do choque da pandemia e do adiamento do festival, ficamos um tempo sem inspiração, mas essa ideia de que precisávamos fazer algo, que fosse seguro e viável, foi crescendo, começamos a consultar os compositores e fomos nos animando ainda mais com a proposta ao descobrir novos nomes da música no Brasil”, explica o diretor artístico do FAO, maestro Luiz Fernando Malheiro.
“É uma produção desafiadora. As óperas serão como três filmes, uma inclusive é uma animação. A Amazonas Filarmônica e o Coral do Amazonas são gravados no Teatro Amazonas, pela equipe do Audiovisual da Secretaria, em parceria com o músico Igor Jouk; depois a gravação é enviada para São Paulo, onde o material é editado com a voz dos solistas”, ressalta.
Malheiro afirma que o FAO 2021 não exaltará apenas os compositores contemporâneos, mas realizará um panorama de 165 anos de repertório brasileiro. “É importante salientar a filosofia desta edição do festival de priorizar nossos artistas. Muitos sofreram e foram prejudicados por conta da pandemia, e por isso decidimos trabalhar apenas com profissionais brasileiros e também com repertório brasileiro. Teremos obras desde o século 19 até os dias atuais”, comenta.
Óperas
O FAO 2021 terá três estreias: “Três Minutos de Sol”, de Leonardo Martinelli; “O Corvo”, de Eduardo Frigatti; e “Moto-contínuo”, de Piero Schlochauer. Todas encomendadas especialmente para o Festival.
“Três Minutos de Sol”, de Leonardo Martinelli, abrirá a programação no dia 6 de junho, às 19h (horário de Manaus). Ópera de câmara, com libreto de João Luiz Sampaio, aborda os relacionamentos em tempo de pandemia. Narra a história de três pessoas que estão em lugares diferentes, cada uma em sua casa, que convivem e se relacionam por meio das mídias sociais. O nome da ópera faz referência ao tempo em que uma dessas pessoas fica perto da janela esperando o sol bater diariamente por apenas três minutos.
Obra de Eduardo Frigatti, “O Corvo” será apresentada no dia 13 de junho, às 19h. Baseada no poema de Edgar Allan Poe, traduzido por Machado de Assis, a ópera será uma ilustração de 20 minutos que narra a visita perturbante de um corvo a um homem que acaba de perder sua amada, e que vê a ave como uma mensageira sobrenatural.
Já “Moto-contínuo”, de Piero Schlochauer, encerrará o festival no dia 20 de junho, às 19h. Com libreto de Beatriz Porto, Isabela Pretti e Piero Schlochauer, a obra conta a história de uma inventora que recebe um pedido para construir um moto-contínuo que leve um homem viajante ao espaço.
Recitais e concertos
Os recitais serão apresentados em transmissões ao vivo do Teatro Amazonas, nos dias 7, 9, 10, 16 e 17 de junho, às 20h. No repertório estarão canções de Carlos Gomes, Ronaldo Miranda, João Guilherme Ripper, Chiquinha Gonzaga, Almeida Prado, Ernani Aguiar, Osvaldo Lacerda e Francisco Mignone.
O programa também terá canções amazonenses, com temáticas ou compositores regionais como Waldemar Henrique, Lindalva Cruz, Adroaldo Cauduro, Ronaldo Barbosa, Ketlen Nascimento, Celdo Braga, Osmar Oliveira, Candinho, Altino Pimenta, Claudio Santoro, Pedro Amorim e Arnaldo Rebelo.
Os concertos, que são gravados com produções em Manaus e São Paulo, serão exibidos nos dias 11, 12, 14, 15, 18 e 19 de junho, também às 20h, com obras de Fernando Riederer, Laiana Oliveira, Tatiana Catanzaro, Vinicius Giusti, Paulina Luciuk e Willian Lentz.
Webinars e Masterclasses
O FAO também terá ações educativas e formativas com a realização de webinars e masterclasses on-line. As webinars acontecerão no dias 6, 8 e 12 junho, com os temas “A ópera hoje, no Brasil e no Mundo”, “Teatros de Ópera e a Economia Criativa no Brasil e na América Latina” e ” A profissão do compositor erudito no Brasil: formação, divulgação, interesse, futuro”.
As masterclasses serão realizadas entre 16 e 18 de junho, com os temas “Novas linguagens, streaming – até que ponto ajuda ou prejudica a ópera” e “A arte do canto na ópera contemporânea – especialização?”.
Em breve, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa divulgará as datas para inscrição.