bananeiras podem purificar a água na Amazônia, afirma estudo

Desde o caule da bananeira até a casca da fruta é um potente despoluente e possui alta eficácia na absorção de materiais pesados

Uma equatoriana descobriu que o caule da bananeira poderia ser usado como material absorvente para hidrocarbonetos na água. Maricela Granda é uma ambientalista, engenheira e biotecnóloga vinda da província de Sucumbios, na parte norte da Amazônia equatoriana, conhecida por sua produção de petróleo.

Foi durante a colheita de bananas na terra de seus pais que Granda observou a estrutura detalhada do pseudocaule, a parte da bananeira que parece um tronco, enquanto ela era descartada.

Ela também descobriu que a água daquela área estava poluída por hidrocarbonetos, como no petróleo, com impactos prejudiciais para a obtenção de água potável.

Com isso, Granda levantou estudos para entender se o caule da banana poderia ser usado como material absorvente para hidrocarbonetos na água. Sua ideia inicial era criar um filtro que pudesse ser instalado nas casas locais para levar água limpa para áreas afetadas pela poluição da água.

Foto: Divulgação

A tecnologia se desenvolve após a água passar pelo filtro que contém o biomaterial da banana e depois for adicionando outros materiais que complementam a filtragem, como cascalho e areia, como uma espécie de cascalho adicional. Os testes de qualidade são realizados antes e depois do uso do filtro. Os resultados são comparados com padrões técnicos nacionais sujeitos aos padrões da Organização Mundial da Saúde(OMS).

Entretanto, não é apenas o caule que atua como uma espécie de filtro. Pesquisadores da universidade de Aveiro, em Portugal, descobriram que a casca da banana também é um ótimo despoluente da água. A casca da banana tem uma alta eficácia na absorção de metais pesados, entre eles o mercúrio, conhecido pelo seu alto teor cancerígeno. A composição enriquecida da casca da banana, formada por celulose, lenhina e hemicelulose, é próspera em enxofre, e o mercúrio tem elevada afinidade por esse elemento. Publicada na revista “Science of the Total Environment”, a descoberta informa que, para tratar 100 litros de água contaminada com 0,05 miligramas de mercúrio, seriam necessários apenas 291 gramas de cascas de banana. O processo de limpeza, se dá através da absorção: “Os resultados mostram um potencial muito promissor na aplicação das cascas em sistemas reais”, aposta Elaine Fabre, investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM).

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