Unama realiza maior soltura de peixes-bois com rádios transmissores, no Pará
O Zoológico da Universidade da Amazônia (ZOOUNAMA) fará a soltura de quatro peixes-bois, no dia 14 de março, no Porto Marques Pinto, em Santarém. É a primeira vez que os mamíferos serão monitorados por um rádio transmissor nas águas dos rios Tapajós e Amazonas.
Os animais estão localizados na base flutuante do “Projeto Peixe–boi”, que tem sido referência no município de Santarém com mamíferos ameaçados pela caça ilegal nos rios Tapajós e Amazonas, na comunidade Igarapé do Costa.
Os animais estão localizados na base flutuante do “Projeto Peixe–boi”, que tem sido referência no município de Santarém com mamíferos ameaçados pela caça ilegal nos rios Tapajós e Amazonas, na comunidade Igarapé do Costa.
Todos os animais mantidos pelo projeto são chamados pelo nome, recebem um tratamento especial e ficam em piscinas artificiais adequadas ao tratamento de reabilitação. Além de receberem acompanhamento de biólogos, veterinários e tratadores de animais.
Os peixes-boi chegaram no projeto ainda filhotes, quando passaram pela 1° fase do processo de reabilitação nas piscinas do zoológico. Concluída esta etapa, eles foram transferidos para a 2° fase, em uma base flutuante de 100m² no rio. Neste período, os animais puderam apreciar águas naturais e correntes. Agora, na 3° fase, serão soltos em seu habitat, sem limitações de espaço.
Segundo Jairo Moura, médico veterinário do ZOOUNAMA, o processo é feito de forma gradual e com acompanhamento técnico. Quando filhotes, os animais recebem, diariamente, uma dieta láctea sem lactose, acrescida de suplemento vitamínico, óleo de canola e óleo mineral, além de atendimento especializado quando a ocasião exige.
Os peixes-boi chegaram no projeto ainda filhotes, quando passaram pela 1° fase do processo de reabilitação nas piscinas do zoológico. Concluída esta etapa, eles foram transferidos para a 2° fase, em uma base flutuante de 100m² no rio. Neste período, os animais puderam apreciar águas naturais e correntes. Agora, na 3° fase, serão soltos em seu habitat, sem limitações de espaço.
Segundo Jairo Moura, médico veterinário do ZOOUNAMA, o processo é feito de forma gradual e com acompanhamento técnico. Quando filhotes, os animais recebem, diariamente, uma dieta láctea sem lactose, acrescida de suplemento vitamínico, óleo de canola e óleo mineral, além de atendimento especializado quando a ocasião exige.
“Paulatinamente, é feita a substituição da dieta láctea sem lactose pela com lactose, após constatação de que o animal tolera este dissacarídeo. Gradativamente, a inclusão de macrófitas aquáticas – plantas aquáticas - é efetuada nos itens alimentares até a retirada total da dieta láctea, possibilitando a ida do espécime para a base flutuante, situada em um lago de uma comunidade próxima a Santarém”, frisa Moura.
No rio, os animais têm contato com a água corrente, enquanto nas piscinas é água de poço. A aclimatação natural faz com que haja alterações comportamentais quando comparadas aos animais que estão em recuperação nas piscinas. Os mamíferos ficam aproximadamente três anos na aclimatação e depois seguem para a base do rio.
No rio, os animais têm contato com a água corrente, enquanto nas piscinas é água de poço. A aclimatação natural faz com que haja alterações comportamentais quando comparadas aos animais que estão em recuperação nas piscinas. Os mamíferos ficam aproximadamente três anos na aclimatação e depois seguem para a base do rio.
Jairo também ressalta que, hoje, o projeto ainda conta com dez animais na aclimatação e que passarão por coletas de sangue para avalição do perfil sanitário. “Com os rádios transmissores, nós, do zoológico, faremos o acompanhamento e observaremos o comportamento no habitat natural dos mamíferos”, explica.
Os animais variam de 5 a 10 anos e pesam, em média, 115 quilos.
Ao longo de seus dez anos, o Zoológico da Universidade da Amazônia (ZOOUNAMA) tem desenvolvido trabalhos agregados à iniciação científica, reabilitação de animais e educação ambiental no município de Santarém, Oeste do Pará. A soltura será realizada pela equipe do Zoológico, do Instituto Chico Mendes (ICMBio), do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma).
Os animais variam de 5 a 10 anos e pesam, em média, 115 quilos.
Ao longo de seus dez anos, o Zoológico da Universidade da Amazônia (ZOOUNAMA) tem desenvolvido trabalhos agregados à iniciação científica, reabilitação de animais e educação ambiental no município de Santarém, Oeste do Pará. A soltura será realizada pela equipe do Zoológico, do Instituto Chico Mendes (ICMBio), do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma).
Peixe-boi da Amazônia
O peixe-boi de água doce tem o nome científico de Trichechus inunguis, é endêmico da bacia amazônica e encontra-se na lista dos animais brasileiros ameaçados de extinção. Mesmo protegido por lei, a caça a este animal ainda acontece principalmente com as fêmeas lactantes. Historicamente, a partir do século XVI, esse mamífero aquático foi caçado indiscriminadamente para obtenção da carne e a utilização do couro que é, pelo menos, seis vezes mais resistente que o couro de um bovino.
O peixe-boi de água doce tem o nome científico de Trichechus inunguis, é endêmico da bacia amazônica e encontra-se na lista dos animais brasileiros ameaçados de extinção. Mesmo protegido por lei, a caça a este animal ainda acontece principalmente com as fêmeas lactantes. Historicamente, a partir do século XVI, esse mamífero aquático foi caçado indiscriminadamente para obtenção da carne e a utilização do couro que é, pelo menos, seis vezes mais resistente que o couro de um bovino.
Uma das descrições mais antigas acerca do peixe-boi da Amazônia foi efetuada pelo Padre José de Anchieta, em 1560, na qual relaciona características particulares entre o peixe-boi de água doce e de água salgada. A carne deste animal foi muito apreciada pelos primeiros viajantes, naturalistas, pelos índios e pelos colonizadores. Além da carne, seu couro, seus ossos e sua banha tiveram durante quase dois séculos preços excelentes e com uma reputação considerada tanto como produto para iluminação, como para alimento, ou ainda como material para fazer objetos que necessitassem de resistência maior que a da sola.
Morfologicamente, difere do peixe-boi de água salgada Trichechus manatus, quanto à cor, peso e tamanho. Enquanto o de água doce tem a coloração escura, pode pesar até 450 kg e medir até 2,5 metros de comprimento, o de água salgada possui a coloração cinza, pesando 700 kg e medindo até 4,5 metros. Outra particularidade é que somente o de água salgada tem unhas nas nadadeiras e a maioria dos espécimes de água doce apresenta uma característica exclusiva na região ventral que é uma mancha branca ou rosa com formato diferenciado, o que facilita a identificação individual.
Morfologicamente, difere do peixe-boi de água salgada Trichechus manatus, quanto à cor, peso e tamanho. Enquanto o de água doce tem a coloração escura, pode pesar até 450 kg e medir até 2,5 metros de comprimento, o de água salgada possui a coloração cinza, pesando 700 kg e medindo até 4,5 metros. Outra particularidade é que somente o de água salgada tem unhas nas nadadeiras e a maioria dos espécimes de água doce apresenta uma característica exclusiva na região ventral que é uma mancha branca ou rosa com formato diferenciado, o que facilita a identificação individual.
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