Espécie chama atenção com suas cores vibrantes e impressionantes que vão do laranja, dourado, azul, azul e até rosa
Considerados as joias das florestas e riachos da Amazônia, os sapos-arlequins, que compõem o gênero Atelopus, chamam atenção com suas cores vibrantes e impressionantes, que vão do laranja, verde, dourado, azul, preto, marrom, roxo e até rosa.
No Brasil são registradas três espécies desse gênero: Atelopus manauensis, espécie recém-descrita no ano de 2020, que está restrita a uma pequena região de planícies no entorno de Manaus; Atelopus hoogmoedi, que ocorre nos estados do Pará, Amazonas, Amapá e Roraima; e Atelopus franciscus, que ocorre no Oiapoque, no Amapá.
Os arlequins são considerados ameaçados pelo fungo Batrachochytrium dendrobatidis (Bd), causador da quitridiomicose, doença letal responsável pelo declínio de anfíbios em todo o mundo. Embora o Bd seja, provavelmente, o principal catalisador desses declínios, uma série de outras ameaças está contribuindo com as quedas no número de sapos-arlequins.
Entre as ameaças estão a destruição e a degradação do hábitat, como resultado da agricultura, pecuária, exploração madeireira, mineração e desenvolvimento de infraestrutura; a introdução de espécies invasoras; poluição; coleta ilegal para o comércio de animais; e os efeitos das mudanças climáticas.
“Com suas belas canções e estilos de vida únicos, anfíbios estão entre os animais mais extraordinários da Terra, e, entre eles, os sapos-arlequins se destacam por suas incríveis cores”, disse Luís Fernando Marin da Fonte, coordenador da Iniciativa de Sobrevivência Atelopus (ASI).
Segundo ele, os sapos-arlequins devem ser protegidos não apenas por sua beleza e singularidade, mas também por seu valor intrínseco e sua importância biológica, ecológica e até cultural.
“Nas últimas décadas, muitas espécies de sapos-arlequins sofreram graves declínios populacionais e extinções em toda a sua distribuição. Hoje, das 94 espécies de sapos-arlequins avaliadas pela IUCN, 83% estão ameaçadas de extinção, e cerca de 40% das espécies de Atelopus desapareceram de seus habitats conhecidos e não são vistas desde o início dos anos 2000, apesar de esforços específicos para encontrá-las.