Portal Amazônia responde: os botos da Amazônia podem mudar de cor?

O Portal Amazônia consultou a pesquisadora sênior do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA), no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Vera da Silva, para entender essa questão.

O boto-da-Amazônia (Inia geoffrensis), ou boto-vermelho, é um dos animais encantadores da região e que até possui lendas. Um dos questionamentos em torno do animal é que eles poderiam mudar de cor, do cinza para rosa muito intenso, em poucos minutos.

Mas calma, que não é bem assim que acontece. O Portal Amazônia consultou a pesquisadora sênior do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA), no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Vera da Silva, para entender essa questão, e a resposta é:

“Não, os botos-vermelhos ou boto-da-Amazônia, não podem mudar de cor em poucos minutos, mas podem mudar de cor ao longo do tempo”,

afirma a especialista.

Foto: Reprodução/Fapeam

“A cor do boto está relacionada a três fatores: idade, sexo e comportamento. Todo boto nasce cinza escuro e na medida que vai crescendo, a coloração vai se tornando mais clara. Somente os machos adultos apresentam a coloração rosa muito intensa e isso está ligado não só à redução da quantidade de melanina na pele, mas também devido as interações intraespecíficas de machos que brigam e ‘raspam’ a pele dos adversários com seus dentes, removendo parte da pele escura acumulada no dorso, cabeça e outras extremidades do corpo”, explica Vera.

Leia também: Estudo avalia o comportamento vocal de botos-vermelho isolados há mais de três décadas

De acordo com a pesquisadora, as fêmeas adultas tendem a ser cinza mais claro e muitas vezes rosadas, mas não tão intenso como a coloração dos machos adultos. “A luz e a cor da água podem criar a impressão de mudança de cor rapidamente de um rosa mais brilhante para uma cor mais clara ou menos intensa, mas um boto adulto rosa, não volta a ser cinza escuro como são os jovens”, assegura.

Leia também: Cientistas desenvolvem plataforma para mapear e ajudar na conservação de botos da Amazônia

Vera também explica que “a coloração diferenciada nos machos adultos pode estar relacionada a uma ‘propaganda honesta’ de maturidade sexual que o macho exibe para a fêmea”. Ou seja, é “como se ele se exibisse e dissesse para a fêmea: Olha como sou bonito, rosa, saudável e pronto para reprodução”.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Extrato de própolis mostra ação antiviral contra zika, chikungunya e mayaro

Pesquisa conduzida no Instituto Butantan busca identificar um composto que possa ser usado tanto na prevenção quanto no tratamento de arboviroses.

Leia também

Publicidade