Considerado o maior rio do mundo, a bacia começou a ser formada no período Paleozoico, entre 254 e 251 milhões de anos atrás.
Considerado o maior rio do mundo, o Rio Amazonas possui 6.992 km de extensão e sua bacia possui aproximadamente 1.100 rios, conhecidos como afluentes. A bacia hidrográfica abrange sete países da América do Sul: Brasil, Peru, Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela e Guiana.
O rio nasce na Cordilheira dos Andes, no Peru, e deságua no Oceano Atlântico, junto com o rio Tocantins, no Delta do Amazonas (norte brasileiro). Ele recebe vários nomes durante o seu curso, como Apurimac, Ene, Tambo e Ucayali. O Rio Amazonas foi registrado primeiramente pelos espanhóis, mas de forma inversa, ou seja, da nascente para a foz.
Mas você sabe como ele surgiu? O Portal Amazônia conversou com o pesquisador e professor de geografia da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), José Camilo, para explicar qual a origem do Rio Amazonas.
Camilo explica que, inicialmente, para entender a origem do rio, é preciso falar sobre a formação do planeta Terra. Há 230 milhões de anos, na era Paleozoica, quando América do Sul, África, Índia e Austrália estavam unidas. Ocorrem grandes chuvas, que acabaram alagando as crateras, gerando os oceanos e surgindo um único bloco emerso, chamado de Pangeia e um grande oceano denominado Pantalassa.
Esse bloco de rocha, que estava ligado a crosta terrestre, subdivide-se em dois continentes: Laurásia, mais voltado para o norte e Gondwana, voltado para o sul. Ambos, acabam se subdividindo mais uma vez, gerando a deriva dos continentes.
Com o início da deriva dos continentes, havia outras placas tectônicas abaixo da região da Gondwana, que, já separada, sua região sul deriva e começa a navegar para o oeste, enquanto a parte africana permanece. Nessa época, o Rio Níger, que fica localizado ao norte da África, próximo ao deserto do Saara, corria para a região que é hoje o Oceano Pacífico.
“Quando o continente viaja ele é coberto, no caso, pelo mar, chamado de Mar Siluriano. Com isso, houve um represamento de uma placa chamada Nazca, que afunda na zona da astenosfera, a parte mais líquida do planeta, embaixo da litosfera (crosta terrestre). A placa de cima, que seria a sul-americana, colide e nessa pressão começa a erguer os Andes, no caso, com o dobramento das rochas. Quanto maior a pressão, mais o dobramento se firma e, com isso, vai erguendo as montanhas represando o mar”,
explica.
Com a pressão e aparecimento das montanhas, o Mar Siluriano acaba se formando e, ao mesmo tempo, ocorre o escoamento das águas. Nesse processo, os rios que foram se formando, alguns tiveram a capacidade de realizar colmatagem, ou seja, aterrar as margens, como o caso do Rio Negro, que tem o seu canal definido. Enquanto isso, outros não tiveram a mesma capacidade, passando a ser rios em formação.
“Com o erguimento dos Andes, toda a água no interior da rocha (águas subterrâneas), rompe a grande rocha, no caso, os próprios Andes, e começa a fazer o escoamento superficial e nesse escoamento superficial ela vai definindo os canais e abre até o mar. Com isso, vai constituindo sedimentos que vão transformar a água do rio em rios com água branca (no caso, amarelada), devido aos sedimentos, e vai definindo os canais. Com as curvas, ele vai tirando de um lado e depositando de outro, chamados de várzea. Assim, temos a formação do Rio Amazonas com seus inúmeros afluentes”,
conclui o pesquisador.