Seja com sal ou em doces, a manga é uma das frutas mais amadas pelos amazônidas.
Docinha ou com sal, não há duvidas que a manga é uma das frutas mais amadas pelos amazônidas. Em cidades como Belém, no Pará, conhecida como “terra das mangueiras”, o fruto é bastante conhecido e utilizado em receitas culinárias. Porém, apesar da fama na região amazônica, o manga tem origem no sudeste da Ásia e Índia.
“Ela se adaptou rapidamente no Brasil, devido as condições edafoclimáticas, que são as condições de solo e clima para determinada cultura. A mangueira é uma árvore tropical que se adapta bem em climas com estação seca e chuvosa bem definidas. No período seco ocorre o stress hídrico fazendo com que a mangueira floresça e depois que ela frutifica as chuvas são bem vindas. Em condições naturais o período de safra é logo após a estação seca e o início do período chuvoso, a exemplo do que ocorre agora em Belém”, diz o agrônomo e pesquisador da área de fruticultura, Paulo Roberto de Andrade Lopes, professor na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).
Valor nutricional
E além de um sabor agradável, a manga também é fonte de vitaminas. “A fruta é uma ótima fonte de vitamina A, importante para a pele, visão e que auxilia no crescimento; vitamina C, que atua contra organismos invasores e infecções; e vitaminas do complexo B. Além disso, a manga possui vários sais minerais, especialmente Cálcio, Fósforo e Ferro, sendo indicada no tratamento da anemia”, explica.
De acordo com o pesquisador, todas as partes da fruta podem ser consumidas. “Entretanto, no Brasil, apenas a polpa é aproveitada. Estudos são incentivados propondo o consumo das partes não comestíveis, como a semente e casca da manga, em função do teor nutricional, custo e impacto ambiental. Já foram feitos estudos com a farinha da semente da manga para fazer bolo e o sorvete com a casca desta fruta. As receitas foram adaptadas para que se tornassem mais atrativas e saborosas, e foi verificado um aumento do valor nutricional, principalmente no que se refere à fibra, lipídeos, vitaminas e minerais. Além de reduzir custo e impacto ambiental, com a utilização de partes geralmente descartadas pelos consumidores”, explica.
No Brasil, ainda predominam as variedades locais do tipo ‘Bourbon’, ‘Rosa’, ‘Espada’, ‘Coqueiro’, ‘Ouro’, entre várias outras. As maiores regiões produtoras de mangas no país são a nordeste e sudeste. Em todas essas áreas, o cultivo da manga chamada “tipo exportação” entrou em fase de franca expansão, tendo como base as cultivares Tommy Atkins, Haden, Palmer, Keitt, Van Dyke, Kent, entre outras.
De acordo com o pesquisador, os principais estados produtores e as suas respectivas participações na produção brasileira foram: Bahia (41%), São Paulo (18%) e Pernambuco (17%). “No Pará existe uma pequena área de cultivo de mangas, porém o Estado tem grande potencial de implantação e exploração desta fruteira, como a região sul e sudeste do Pará em razão das suas condições edafoclimáticas”, afirma.