O objeto voador, que parece com um mini helicóptero, fez os primeiros sobrevoos na praia do Horizonte em setembro desse ano. Controlado de forma remota por um piloto integrante da pesquisa, o drone realizou percursos aéreos a diferentes altitudes, filmando e fotografando com uma câmera de alta definição o relevo da praia.
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A ideia, de acordo com a pesquisadora Marina Secco, é identificar rastros de tartarugas na areia e, assim, chegar até os ninhos. Os voos-teste foram realizados na faixa de 11 às 14 horas, quando os raios do sol chegam à superfície da terra em ângulos mais próximos a 90 graus, facilitando ainda mais a visibilidade. Os melhores resultados foram gravados a 20 metros de altura em relação à praia.
Assista ao vídeo sobre o projeto:
Com o possível sucesso do experimento, os pesquisadores esperam usar drones para contagem de ninhos, segundo informou Marina, que faz parte do Programa de Pesquisa em Conservação e Manejo de Quelônios do Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Os vídeos e as fotos captados na praia do Horizonte estão agora sob a análise de equipe da Universidade da Flórida, parceira do projeto. “A ideia é ver em que medida os pesquisadores de lá conseguem identificar os rastros de tartarugas e os ninhos nas imagens, qual a taxa de erro entre a contagem in loco (feita pelos pesquisadores do Instituto Mamirauá na praia) e a contagem feita por eles nas imagens”, explica Marina.
Os testes foram financiados pela Disney Conservation Fund, Rufford Foundation e tem apoio da WWF-Brasil. Depois da avaliação dos resultados, a expectativa dos integrantes do projeto é que os drones possam ser integrados a projetos de conservação na região amazônica.
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Tecnologia a serviço da conservação
“Uma das vantagens da tecnologia é reduzir o tempo gasto no monitoramento de uma única praia e distribuir melhor os esforços para encontrar novas áreas de desova nessa região. Em pontos de difícil acesso, também podemos usar os drones para fazer a contagem remota de ninhos dos quelônios”, explica Marina Secco.
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Além das metas diretamente ligadas à conservação, a pesquisadora aponta que os veículos aéreos não tripulados também podem ser úteis em estudos mais amplos sobre a ecologia de quelônios na Amazônia. A ferramenta tem potencial em levantamentos de altimetria (medição de altitudes) em pontos de desova nas praias.
*Com informações do Instituto Mamirauá.