‘Periquitos do v8’: saiba o porquê dessa ave correr perigo nesta época do ano

De setembro à maio, vários bandos de periquitos voam na Avenida Efigênio Salles e seus cantos já são conhecidos por quem passa na região.Porém, o que poderia ser considerado apenas um espetáculo da natureza, preocupa entidades ambientais devido à mortes das aves.

Se você mora em Manaus, provavelmente já deve ter se deparado com o canto de bandos de periquitos na Avenida Efigênio Salles, uma das ruas mais movimentadas da cidade. O espetáculo de revoadas acontece diariamente no amanhecer e no pôr-do-sol entre os meses de setembro à março. Muitos moradores se questionam sobre o motivo das aves virem até lugares tão urbanizados e se “hospedarem” nas palmeiras-imperiais da região.

O Portal Amazônia esclarece algumas dúvidas e explica o perigo que essas aves correm nesta época do ano.

Foto: Reprodução/Danilo Almeida Santos

Os periquitos-de-asa-branca (Brotogeris versicolurus) são aves que medem até 25 cm de comprimento e se alimentam de frutas. Em bandos de cerca de 100 indivíduos, os periquitos vêm até a cidade na época da frutificação da manga e da goiaba. As palmeiras imperiais são escolhidas para morada pois representam o dormitório ideal, uma vez que dificulta a subida de predadores. Além disso as copas das árvores possuem um espaçamento que também dificulta a passagem do predador de uma copa para outra.

Foto: Divulgação

Como são vários os bandos que se locomovem até a cidade, as copas das palmeiras imperiais chegam a abrigar milhares de periquitos e o canto dessas aves se torna um barulho peculiar e característico que já faz parte da rotina de quem passa ou mora pela região. Em contraste com o canto, há o barulho dos carros no trânsito em horários de pico.

Devido ao excesso de aves e otrânsito intenso, algo que também se tornou comum foi o risco de atropelamento que os periquitos-de-asa-branca sofrem, fato que já ocorreu diversas vezes ao longo dos anos. Em 2014, ao menos 200 pássaros da mesma espécie foram encontrado mortos na Efigênio Salles, o que chamou a atenção das autoridades ambientais da região.

Segundo exame toxicológico realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na época do ocorrido, ficou constatado que os pássaros foram contaminados por agrotóxicos, como a Ciromazina, que combate ação de larvas de insetos em lavouras.

Foto: Patrick Mota/Rede Amazônica

Desde então, todos os anos são encontrados algumas dezenas de pássaros, devido também à imprudência no trânsito de alguns motoristas. Então, o que é feito para evitar as mortes aos montes dessas aves?

Medidas para preservação

Autoridades ambientais afirmam que há placas no local indicando a presença dos periquitos e sinalizações para redução da velocidade e para que veículos pesados como caminhões e carretas trafeguem pela faixa da direita.

Além dessas ações, pesquisadores do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) afirmam que é ideal que seja realizado a poda das palmeiras acima do nível da passagem dos carros. Os periquitos não apresentam ameaça de extinção, porém é sempre válido conscientizar para a preservação deles, pois são necessários para equilíbrio da fauna na região.

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