Foto: Reprodução/Google Maps
Furo do Paracuúba, que liga o rio Solimões ao rio Negro, gerando um braço de rio. Foto: Reprodução/Google Maps
Na imensidão dos rios amazônicos, termos como ‘braço do rio’, ‘paraná’ e ‘furo’ fazem parte do vocabulário local e descrevem diferentes formas que as águas encontram para se distribuir pela floresta. Para entender melhor essas nomenclaturas e suas diferenças, a equipe do Portal Amazônia conversou com o professor de geografia e pesquisador Antonio Fábio, especialista em dinâmicas fluviais da região.
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Segundo o professor, o termo ‘braço do rio’ costuma se referir a um paraná, que é um trecho do próprio rio que se separa do canal principal por uma ilha, restinga ou outro obstáculo natural. Apesar de se afastar momentaneamente do leito central, o paraná ainda faz parte do mesmo corpo d’água, sem possuir nascente própria.
“Um bom exemplo é o Paraná da Eva, que é um trecho do rio Amazonas onde o curso d’água se separa do canal principal, contornando uma ilha alongada. Não é um rio novo, nem nasce em outro lugar — ele apenas segue um percurso alternativo por um tempo”, explica Antonio Fábio.
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Já o furo é diferente: trata de um canal natural que conecta dois rios distintos. “Temos o furo do Paracuúba, que liga o rio Solimões ao rio Negro. Ele não é parte do mesmo rio, mas sim uma ligação entre dois corpos d’água diferentes”, esclarece o pesquisador.
Esses braços e canais possuem importância não só ecológica, mas também logística. Os paraná, por exemplo, costumam ter águas mais calmas, o que facilita a navegação. “Muitos barcos preferem esses canais quando estão em bom volume, justamente porque a correnteza é menor e isso ajuda a economizar combustível”, aponta Antonio.
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