Chamada de Pariana caxiuanensis, a planta é de pequeno porte e possui um potencial ornamental
Batizada de Pariana caxiuanensis, em homenagem à Floresta Nacional de Caxiuanã, a nova espécie descoberta é um bambu que se diferencia por ter colmos (caule) e floríferos dimórficos, ou seja, estruturas diferentes entre si. Alguns colmos têm inflorescências e folhas, alguns apenas inflorescência. Nos colmos vegetativos, as folhas são concentradas no seu alto.
A descoberta foi feita por Kauê Dias, durante o mestrado na área de Botânica Tropical, no qual catalogou 39 espécies das gramíneas (Poaceae). Durante a pesquisa, a Pariana foi encontrada no Arquipélago do Marajó, no estado do Pará.
“Ela possui um enorme potencial ornamental. É uma planta de pequeno porte. Por ser uma planta de sombra, é fácil de ser cultivada dentro de casa,” explica Kauê Dias.
A planta alcança em média 40 centímetros de altura e tem um potencial ornamental, isto é, são plantas muito bonitas esteticamente falando.
A descoberta da espécie de Pariana foi publicada na revista Phytotaxa por Kauê Dias, em parceria com Fabrício Moreira Ferreira, bolsista de pós-doutorado na Universidade Federal de Uberlândia, e Pedro Viana.
A Pariana Caxiuanesis, é uma espécie de bambu da Amazônia e são parte da família das gramíneas. Existem em quase todas as regiões tropicais do mundo, principalmente na Ásia, América do Sul e Central.
O pesquisador Pedro Viana considera que os bambus são um recurso natural subutilizado no Brasil. “Os bambus maiores, como as tabocas, tem potencial gigante de usar na construção civil, artesanato, bioconstrução, etc. Vários usos. Existem muitas técnicas já difundidas mundialmente com o uso de bambu para construção de sistemas de permaculutra e de casas tradicionais também. O bambu tem uma capacidade de crescimento muito rápido e de produzir muita matéria orgânica. Deles dá para tirar celulose para fazer papel, por exemplo. Existe também o potencial ornamental dos bambus pequenos, que são fáceis de cultivar, gostam de sombra. São muitas potencialidades que não são exploradas. Agora, estão começando a aparecer iniciativas tecnológicas para utilização de bambus, principalmente no Acre, que possui formações gigantescas de bambu em seu território”