Manaus 30º • Nublado
Sábado, 27 Abril 2024

Mistério: gravuras aparecem em pedras do rio Guaporé, em Rondônia

Rondônia é uma região repleta de mistérios naturais e, recentemente, um vídeo gravado na região do Forte Príncipe da Beira, em Costa Marques (RO), viralizou nas redes sociais.

Nas imagens, é possível observar afloramentos rochosos com gravuras rupestres que aparecem durante o período de estiagem do rio Guaporé. A questão que intriga a todos é: qual é a origem dessas gravuras e quem as deixou ali?

Foto: Angel Pessoa/Arquivo

As imagens foram feitas pela jornalista Luciana Oliveira, que viajou até o local para conhecer de perto as pedras. Ela conta que, para visualizar as rochas, é preciso navegar pelo rio por aproximadamente 20 minutos. No entanto, devido à periculosidade da travessia, especialmente nesta época do ano, é fundamental estar acompanhado por um guia experiente.

Segundo o arqueólogo Carlos Zimpel, as pedras com gravuras rupestres só aparecem durante a temporada de seca do rio e são conhecidas e preservadas pela maioria dos moradores da comunidade quilombola do Forte Príncipe da Beira, devido à sua proximidade com a região.

Como são essas pedras? 

De acordo com o arqueólogo, as pedras rochosas exibem uma variedade de formatos, incluindo algumas que lembram animais e até mesmo figuras humanas, e sua dimensão é maior do que aparenta à primeira vista, tornando-as visíveis.

O quilombola Angel Pessoa acrescenta que nas gravuras, também é possível identificar indicações de localizações, como setas apontando para diferentes pontos, facilitando a orientação geográfica de quem habitava a região.

Pedras que aparecem com a seca do rio Guaporé — Foto: Angel Pessoa/Arquivo

Quem fez essas gravuras? 

O especialista esclarece que às margens do rio Guaporé é habitada por pelo menos 6.500 anos, com várias áreas arqueológicas pesquisadas na região. Contudo, cerca de 2 mil anos atrás houve um aumento significativo na presença de populações indígenas que ocupavam tanto as margens, quanto o interior próximo ao rio.

Segundo o arqueólogo, as gravuras estão associadas à primeira ocupação da região onde se encontra o Forte Príncipe da Beira. Nessa área, havia uma densa população indígena que se dispersou com a chegada de outros grupos.

As pessoas que habitaram essa região expressaram sua cultura de várias maneiras, inclusive por meio de escrituras em pedras. Essas gravuras não estão limitadas apenas à área de Costa Marques, mas também são encontradas em diversos pontos da Amazônia, sendo um reflexo da forte presença indígena na região, explica Carlos Zimpel.  


Veja mais notícias sobre Amazônia.

Veja também:

 

Comentários: 1

José Humberto Silva Chagas em Quinta, 21 Setembro 2023 14:42

Desmatamento zero!

Desmatamento zero!
Visitante
Sábado, 27 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://portalamazonia.com/