Veja primeiras imagens de índios isolados descobertos na Amazônia
A equipe que parte em expedição é restrita a indigenistas e colaboradores da Funai que já possuem experiência no trabalho com índios isolados; profissionais de saúde da Sesai, compostos por médico, enfermeira e microscopista; além de indígenas Korubo, Kanamari, Marubo e Mayoruna.
Nessa área, rica em recursos hidrográficos, encontra-se o rio Coari, área tradicionalmente ocupada pelo povo Matis, contatado desde a década de 70, mas também pelo povo Korubo, que são grupos indígenas em situação de isolamento voluntário e outros três grupos considerados de recente contato.
O Grupo da Mayá (1996)
A partir da pressão ocasionada pelos conflitos e ações violentas da comunidade vizinha em relação ao grupo Korubo isolado, a Funai criou, em 1996, a Frente de Contato Vale do Javari, sob a coordenação de Sidney Possuelo, com a finalidade de contatar o grupo Korubo e evitar que sofressem ainda mais com os ataques dos não indígenas. Os 18 indígenas contatados nessa ação passaram a ser designados Grupo da Maya, em referência à matriarcae articuladora do grupo.
O Grupo Marubão (2014)
Em setembro de 2014 acontece o contato com os Kanamari, que levam seis homens Korubo para a sua aldeia. Diante das evidências de interesse de contato por parte desse grupo, a Funai, com a Sesai e o Grupo da Maya, antecipam o contato com os 16 indígenas restantes, oferecendo, assim, os cuidados médicos e facilitação de diálogo interétnico. O Grupo da Maya e o Grupo do Marubão passam a viver nas margens do Rio Ituí, em duas aldeias distintas.
Em 2013, os Matis realizaram registro de contato com alguns homens Korubo. Em 2015, os Matis passam a reivindicar a necessidade de contato com o grupo do Coari e, em setembro desse mesmo ano, protagonizam contato compulsório com os Korubo isolados do Coari que atravessavam o Rio Branco e que hoje sabemos ser parte dissidente do Grupo do Coari.
Assim que notificadas desses fatos, a Funai e a Sesai atuaram para minimizar os impactos do contato, oferecendo assistência médica – em razão de exposição à doenças que os Korubo ainda não tinham memória imunológica – e promoção do diálogo interétnico visando distensionar a relação entre os Korubo, Matis e instituições envolvidas nos cuidados inerentes ao primeiro contato. Os indígenas desse contato compulsório de 2015 têm sido referidos como Grupo do Xuxu e da Maluxim e somam um total de 21 pessoas.