Estudo do Ipam propõe pagamento a produtores rurais por mata preservada

Estratégia visa incentivar financeiramente quem conseguir reservar um percentual maior do que o limite estabelecido por lei; valor pode chegar a R$ 400 por hectare

Na Amazônia Legal, propriedades situadas em área de florestas devem destinar no mínimo 80% do imóvel rural para a preservação do bioma. A estratégia do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) é de incentivar financeiramente quem conseguir reservar um percentual ainda maior. O projeto Conserv, lançado terça-feira (6), visa conciliar a produção e a conservação da floresta.

Foto: Sawyer

Nos próximos três anos a iniciativa será implantada em três municípios do estado do Mato Grosso. André Guimarães, diretor executivo do Ipam explica que os proprietários rurais que escolherem participar do projeto receberão pagamentos anuais pela manutenção da vegetação, após análise periódica da área contratada. “O trabalho que o produtor faz além das exigências legais está trazendo benefícios para toda a sociedade. Então nós entendemos que este produtor merece ser beneficiado por isso de alguma maneira. Nós desenhamos então nesse contexto um mecanismo financeiro, que é o Conserv, que faz essa remuneração para aqueles produtores interessados em fazer conservação ou ampliar a conservação já exigida por lei nas suas propriedades”, afirmou.

Ainda de acordo com André Guimarães, a ideia é que o projeto seja transformado num modelo de negócio que possa ser aplicado em florestas que estão em propriedades privadas, em todo o país. “Não existe produzir ou conservar, no nosso entendimento. Existe produzir mais e conservar mais ao mesmo tempo. É aí que se assenta o Conserv e a gente espera que ele induza outros pensamentos análogos, outras reflexões parecidas e o mais importante, políticas públicas e políticas empresariais que levem em consideração a conservação de florestas no processo de desenvolvimento, concluiu o diretor.

O valor pode chegar a R$ 400 por hectare que for preservado além do limite estabelecido por lei. O recurso vem de doações dos governos da Noruega e dos Países Baixos. Aproximadamente R$ 24 milhões serão pagos aos produtores durante esta etapa. Para aderir ao Conserv, o produtor rural e a propriedade passarão por uma análise feita pela equipe do instituto. 

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