Cálculo que estima quantidade de árvores em territórios florestais foi construído por pesquisadores do Amapá ao longo de 14 anos, levando em consideração vários fatores.
Uma pesquisa realizada ao longo de 14 anos chegou a uma equação reconhecida pela comunidade científica que calcula, com maior precisão, a quantidade de árvores presentes em determinado território. A proposta é utiliza-la como subsídio para planos de manejos florestais no Amapá.
O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) e rendeu uma publicação de artigo na revista científica internacional Forest Science no início do mês.
Os pesquisadores analisaram quase 1,3 mil árvores que caíram de forma natural e serviram como banco de dados para a construção da fórmula. A equação visa considerar diferentes fatores para maior precisão e melhorar a produção sustentável de madeireiros.
De acordo com o professor Robson Lima, do curso de engenharia florestal e que encabeçou a pesquisa, atualmente os produtores usam um modelo já ultrapassado para realizar a estimativa, chamado “Fator Forma”, que desconsidera o tipo de vegetação e as plantas aptas para o corte.
Ainda segundo o pesquisador, o trabalho foi desenvolvido em três categorias: “floresta de transição”, “floresta de terra firma sob montanha” e “floresta de terra fina de baixo platô”. A equação tenta agrupar as diferentes categorias na estimativa.
“Os gestores florestais vêm trabalhado de uma maneira antiquada e a equação vem para preencher a lacuna em relação à produção volumétrica bruta. Com essa equação, qualquer pequeno produtor pode fazer para prever o volume de madeira no seu sítio”, detalhou.
A equação construída ao longo de mais de uma década de estudos chegou à seguinte fórmula, baseada no modelo estatístico de Schumacher-Hall – conhecido como um dos mais eficientes na medição da floresta -: Log (Volume) = –8.889 + 1.881 * Log(Diâmetro da Altura do Peito) + 0.875 * Log(Altura Comercial da Árvore).
A pesquisa contou com a participação dos professores Perseu Aparício e Cinthia Oliveira, também do curso de engenharia florestal da Ueap; e ainda do professor Diego Silva do Instituto Federal do Amapá (Ifap) de Laranjal do Jari; pesquisadores Marcelino Guedes e Eleneide Sotta, da Embrapa.
De fora do estado também colaboraram com o estudo os professores Rinaldo Caraciolo Ferreira e José Antônio Aleixo da Silva, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE); e dois pesquisadores estrangeiros, Ervan Rutishauser e Bruno Herault.