A Região Norte do Brasil é a região com mais notificações pelo Ministério da Saúde de acidentes com cobras peçonhentas. O Pará fica no ranking dos estados da região. Somente no município de Santarém são registrados mais de 300 acidentes por ano.
O Portal Amazônia destaca cinco destas plantas com eficácia apresentada nos estudos. Confira a seguir:
1. Cipó de Tracuá (Philodendron megalophyllum)
Os estudos realizados nas comunidades de Cucurunã, São Pedro e Alter do Chão, em Santarém, e publicados em junho de 2020, avaliaram o uso do cipó-de-tracuá como potencial antiofídico no tratamento de picadas de jararaca (Bothrops atrox).
Foi comprovado que a ingestão do chá ajudou a bloquear a atividade de bactérias que passam da cavidade oral da serpente para o organismo da pessoa ferida.
A bebida também se mostrou um bom antioxidante, que pode ser utilizado no tratamento complementar nas ações locais e infecções secundárias ocasionadas frequentemente pelos acidentes com serpentes do gênero Bothrops sp (outra espécie de jararaca).
2. Goiaba-de-anta (Bellucia dichotoma)
Através do estudo, foi comprovado que o extrato da casca da planta pode reduzir o edema e o inchaço de forma significativa após 30 minutos de ingestão. A eficácia ainda aumenta quando o chá é utilizado com o soro antiofídico. O tratamento combinado se provou mais eficiente do que separados.
3. Macaporanga (Aniba Fragrans)
A ingestão do chá de macaporanga reduz significativamente a ação hemorrágica causada pela picada da jararaca, além de ter um alto potencial antimicrobiano.
4. Verônica (Connarus favosus)
O chá preparado com a planta verônica, segundo o estudo, pode ser efetivo na redução da hemorragia, além de possuir propriedades antioxidantes e antimicrobianas.
5. Barbatimão (Plathymenia reticulata)
Por fim, tem-se o barbatimão. Apesar de não reduzir a atividade hemorrágica, mostrou propriedades anti-inflamatórias que resultaram numa significativa redução do edema no local da picada.
Um fator importante de ressaltar é que esses estudos não minimizam a importância do tratamento recomendado pelo Ministério da Saúde, que é a utilização do soro antiofídico. Porém, na maioria das vezes os acidentes com cobras peçonhentas ocorrem em áreas remotas de postos de saúde que contém essas substâncias e o tempo gasto com deslocamento pode ser vital para o tratamento.
Além disso, o uso combinado de tratamentos, do soro com as plantas medicinais, em grande parte das vezes aumenta a eficácia do tratamento. Confira o estudo publicado pela revista Scientia Amazonia.