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Sexta, 19 Abril 2024

Descubra cinco plantas amazônicas que ajudam no tratamento de picadas de serpente

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O uso de plantas medicinais por populações indígenas e comunidades ribeirinhas para tratamento de diversas doenças não é novidade. Algumas não possuem a eficácia que se espera dessas populações e podem até agravar o problema. Desde 2009, a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) tem realizado estudos com o intuito de comprovar a real aplicabilidade de algumas plantas encontradas na região para o tratamento de picadas de serpente.

Desses estudos, publicados em artigos e em revistas científicas da área,  observou-se algumas plantas encontradas na região que contribuem, em certo grau, nos procedimentos contra picadas de serpente.
Foto: Reprodução

 A Região Norte do Brasil é a região com mais notificações pelo Ministério da Saúde de acidentes com cobras peçonhentas. O Pará fica no ranking dos estados da região. Somente no município de Santarém são registrados mais de 300 acidentes por ano.

O Portal Amazônia destaca cinco destas plantas com eficácia apresentada nos estudos. Confira a seguir:

 1. Cipó de Tracuá (Philodendron megalophyllum)

Os estudos realizados nas comunidades de Cucurunã, São Pedro e Alter do Chão, em Santarém, e publicados em junho de 2020, avaliaram o uso do cipó-de-tracuá como potencial antiofídico no tratamento de picadas de jararaca (Bothrops atrox).

Foi comprovado que a ingestão do chá ajudou a bloquear a atividade de bactérias que passam da cavidade oral da serpente para o organismo da pessoa ferida.

A bebida também se mostrou um bom antioxidante, que pode ser utilizado no tratamento complementar nas ações locais e infecções secundárias ocasionadas frequentemente pelos acidentes com serpentes do gênero Bothrops sp (outra espécie de jararaca).

Foto: Reprodução/Ufopa

2. Goiaba-de-anta (Bellucia dichotoma

Através do estudo, foi comprovado que o extrato da casca da planta pode reduzir o edema e o inchaço de forma significativa após 30 minutos de ingestão. A eficácia ainda aumenta quando o chá é utilizado com o soro antiofídico. O tratamento combinado se provou mais eficiente do que separados.

3. Macaporanga (Aniba Fragrans)

 A ingestão do chá de macaporanga reduz significativamente a ação hemorrágica causada pela picada da jararaca, além de ter um alto potencial antimicrobiano.

Macaporanga. Foto: Reprodução/Cristina Aledi Felsemburgh

 4. Verônica (Connarus favosus)

O chá preparado com a planta verônica, segundo o estudo, pode ser efetivo na redução da hemorragia, além de possuir propriedades antioxidantes e antimicrobianas. 

Foto: Divulgação

 5. Barbatimão (Plathymenia reticulata)

 Por fim, tem-se o barbatimão. Apesar de não reduzir a atividade hemorrágica, mostrou propriedades anti-inflamatórias que resultaram numa significativa redução do edema no local da picada.

 Um fator importante de ressaltar é que esses estudos não minimizam a importância do tratamento recomendado pelo Ministério da Saúde, que é a utilização do soro antiofídico. Porém, na maioria das vezes os acidentes com cobras peçonhentas ocorrem em áreas remotas de postos de saúde que contém essas substâncias e o tempo gasto com deslocamento pode ser vital para o tratamento. 

Além disso, o uso combinado de tratamentos, do soro com as plantas medicinais, em grande parte das vezes aumenta a eficácia do tratamento. Confira o estudo publicado pela revista Scientia Amazonia.

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Comentários: 1

Enrique Araújo de Salazar em Domingo, 13 Março 2022 22:22

a foto de Verônica não corresponde a Connarus favosus. A planta da foto é do gênero Veronica, atualmente posicionada na família Plantaginaceae.

a foto de Verônica não corresponde a Connarus favosus. A planta da foto é do gênero Veronica, atualmente posicionada na família Plantaginaceae.
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