Para além de entender que fatores e quais os ‘culpados’ pelos desastres ambientais, palestrantes incentivaram jovens a reconhecer o valor da Amazônia.
No meio de inovações tecnológicas e avanços na temática de inteligências artificiais, muito se debateu acerca do futuro da floresta de pé e as consequências que as futuras gerações podem sofrer caso a preservação da Amazônia não seja foco de políticas públicas contra o desmatamento e o garimpo ilegal, por exemplo.
Na palestra ‘Mudanças climáticas globais e o papel da Amazônia’, realizada no Palco Petrobrás durante a Campus Party Amazônia em Manaus (AM), a mentora Alíria Noronha pontuou diversos acontecimentos recentes ocasionados pela ação humana, como a intensa onda de fumaça presente no Amazonas nas últimas semanas no estado.
A mediadora mostrou, por meio de dados de órgãos oficiais, os índices de queimadas na região, as taxas de desmatamento acumuladas, além da intensificação de fenômenos como o das ‘terras caídas’.
Ela incentivou a plateia a cobrar políticas públicas efetivas dos governantes, que, para a mentora, “não podem se dar ao luxo de viver normalmente e ignorar problemas que afetam todo um ecossistema, desde a educação ribeirinha, até a qualidade do ar que se respira”.
Protagonismo
Para além de entender que fatores e quais os ‘culpados’ pelos desastres ambientais e o que se pode fazer para que os jovens tenham um futuro melhor, outra palestra engajou participantes a reconhecer o valor da Amazônia.
A palestra ‘Conhecendo e Valorizando a Amazônia: Educando o s Protagonistas do Futuro’, mediada pela professora Leônia Vale, promoveu a reflexão da importância da Amazônia para o mundo e como a educação inovadora pode despertar o interesse e o comprometimento dos estudantes com a conservação da região.
“Na verdade, quando eu pensei nesse tema, foi impulsionado exatamente pela Campus Party estar abordando a Amazônia. Eu falo sobre educação e eu sempre olho pra trás e penso na minha educação dentro da floresta. Existem muitas pessoas esperando alguém para ‘puxar’ elas e eu não tive isso, tive que ir atrás sozinha. Então penso sempre: o que eu posso fazer para ‘puxar’ essas pessoas para o conhecimento?”,
refletiu Leônia.
Ela acrescenta que o protagonismo social não está em unicamente sair da floresta, mas sim, criar bases para um futuro melhor.
“Quando eu penso em protagonismo, não é a pessoa sair da floresta e fazer a vida na cidade, é justamente que ela possa viver lá, mas com melhores condições de vida. Um ambiente desse aqui [Campus Party] oportuniza a gente pensar em alternativas para que esse homem caboclo possa viver de uma maneira melhor”,
complementou.
A mediadora abordou estratégias pedagógicas criativas e tecnologias educacionais que podem despertar o interesse dos estudantes pela região amazônica.
Uma das estratégias adotadas foi o turismo de base comunitária. Ela afirma que esse tipo de instrumento não surge de uma hora para outra e que é necessário unir os saberes tradicionais e técnicos.
“Alternativas como turismo de base comunitária, essas pessoas são protagonistas, mas eles tiveram que ser ensinadas, a educação foi a base. Os povos tradicionais não aprenderam sozinho que aquele lugar dava pra fazer turismo, alguém foi, identificou e uniu o conhecimento científico aos saberes tradicionais”, finalizou.
A primeira edição da Campus Party Amazônia aconteceu no Studio 5 entro de Convenções, em Manaus (AM), de 11 a 15 de outubro. A segunda edição já foi confirmada para 2024.