Arborização urbana e plantas dentro de casa podem amenizar sensação de calor

Com a chegada do calorzinho amazônico, ter plantinhas em casa pode ajudar a refrescar. Confira dicas:

Chegou julho e com ele a costumeira sensação de calor que o amazônida já conhece. Nas cidades, essa sensação tende a ser ainda maior, devido a organização e estruturação urbana, como explica o engenheiro florestal Cassio Rafael Santos, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), campus Capitão Poço.

“Na região metropolitana e em outros municípios, várias construções são feitas com materiais como concreto, asfalto, piche, vidro, e isso ajuda a reter muito calor, formando o que a gente conhece como Ilhas de calor”. Segundo o pesquisador, essa é uma situação que pode ocorrer em boa parte do estado do Pará, em especial, em áreas urbanas.

“De junho até meados de novembro, é um período naturalmente mais quente, pela menor quantidade de chuva. As Ilhas de calor ocorrem quando o calor fica retido em superfície durante o dia, formando uma condição microclimática que se mantém durante a noite. É por isso que a gente tende a sentir bastante calor mesmo à noite, como um reflexo de todo o calor que foi retido durante o dia. Diferente das áreas rurais, em que há uma dissipação mais rápida de calor”, explica.

Foto: Patrick Perkins/Unsplash

De acordo com o professor Luiz Augusto Silva de Sousa, do campus Ufra Belém, e que ministra disciplinas de floricultura e paisagismo, pequenas alterações no ambiente, pensando não só na incidência da luz durante o dia, mas também no posicionamento de plantas, contribuem para a diminuição desse calor em ambientes privativos.

“Melhorar a sensação térmica dentro de casa é apenas um dos benefícios que as plantas podem oferecer. Quando o calor é muito forte no lado externo, podemos lançar mão de práticas paisagísticas para aumentar a umidade dentro de casa, como construir jardins verticais, plantas envasadas, além é claro de alterações na área da construção civil, como o uso de materiais isotérmicos e que refletem a luz solar, assim como permitir uma maior circulação do vento no interior das residências”, aconselha.

O professor explica que algumas espécies de plantas são mais indicadas para ambiente interno, pois se adaptam à não incidência de luz direta. São as chamadas folhosas, que possuem uma grande diversidade de plantas, cores, formas e tamanho. 

“As mais recomendadas são as palmeiras Rhapis, Leque, Areca bambu e fênix. Essas plantas gostam de bastante luz, podendo até ser cultivadas em ambientes externos, mas sua melhor resposta morfológica é em ambiente de meia sombra. Gostar de luz não quer dizer a pleno sol, a luz solar diretas nas folhas pode ocasionar a queima das mesma. Essa mesma explicação serve para os demais grupos de plantas como as samambaias, antúrios, Marantas, aglaonemas, espadas de São Jorge, Zamioculcas, Costela de Adão e demais filodendros, dracenas (bambu da sorte), jiboinhas, lírio da paz, as orquídeas, dentre outras”.

Os jardins de inverno também são uma boa alternativa, uma vez que criam um espaço com uma sensação térmica mais amena. 

“Se você possui jardim de inverno que pegue luz solar direta pelo menos uma hora por dia, você pode colocar algumas palmeiras, samambaias, que sim, irá evitar a radiação direta para dentro da sua casa”, diz. Locais como paredes, varandas, embaixo de escadas ou até mesmo ambientes construídos especificamente para esse fim, são algumas indicações do professor, bem como a implementação de lagos artificiais e aquários ornamentais.

Apesar das dicas, o professor lembra: “A sensação térmica elevada é um fator externo, não sendo possível reduzir essas temperaturas apenas colocando plantas dentro de casa. As plantas sozinhas não conseguem fazer muitas coisas, mas já ajudam dentro de casa. Essa influência seria melhor se pudéssemos plantar árvores de forma planejada no lado de fora, na frente das casas, nos quintais, nas ruas, avenidas, praças e parques”, finaliza.

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