Mais de 20 animais silvestres usados para entretenimento turístico na Amazônia foram resgatados de cativeiro ilegal em Puerto Alegría, no Peru, cidade ribeirinha na bacia do rio Amazonas. A investigação indicou que turistas pagavam em média US$15 para segurar e tirar fotos com os animais silvestres resgatados.
Liderada por autoridades peruanas e pela organização Entropika, a ação ocorreu após denúncia da Proteção Animal Mundial, organização não-governamental que na América Latina também denunciou cativeiros ilegais na cidade de Manaus.
Para que o entretenimento com animais silvestres seja possível, em todo o mundo, animais são retirados ilegalmente de seu habitat natural e submetidos a uma vida em cativeiro, passando por vários tipos de maus-tratos físicos e psicológicos, além dos impactos em conservação.
“Estamos muito felizes com o resultado dessa ação. Nosso grande desafio é coibir esse tipo de atividade e mostrar ao setor de turismo e viajantes que é possível ter experiências incríveis na natureza sem afetar o bem-estar e colocar em risco a vida desses animais”, declara João Almeida, gerente de vida silvestre da Proteção Animal Mundial.
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No Brasil, o relatório “Um foco na crueldade” investigou o turismo de fauna em Manaus. Na cidade, foram analisadas 18 diferentes empresas de turismo e descobriu-se que 94% das excursões ofereciam a oportunidade de segurar e tocar animais silvestres como adereços fotográficos.
Conforme o relatório, 77% destes encorajam ativamente os viajantes a participarem dessas atividades. A pesquisa aponta, ainda, que a demanda por selfies cresce a cada dia. Os impactos em conservação da biodiversidade também foram avaliados: na América Latina, por exemplo, mais de 20% das espécies envolvidas nessa prática estão ameaçadas de extinção e mais de 60% são protegidas por lei internacional.
Desde 2015, a Proteção Animal Mundial atua por meio da campanha “Silvestres. Não Entretenimento” com o intuito de mostrar à indústria de turismo que é possível oferecer experiências incríveis aos viajantes sem explorar de forma cruel os animais. A ação dá voz aos 550 mil animais silvestres que estão atualmente em cativeiro e sendo abusados em nome do chamado entretenimento turístico.
Órgão exige que as licenças ambientais sejam emitidas somente após a consulta prévia às comunidades indígenas e tradicionais que serão impactadas pela pavimentação da rodovia.