Ameaçados de extinção: Confira 8 espécies de macacos que podem desaparecer

Por serem endêmicos de regiões específicas do bioma amazônico, fatores como queimadas e a retirada de cobertura vegetal, além da ocorrência de outros animais, a população dessas espécies reduziu significativamente nas últimas gerações. 

Cento e oitenta espécies sob risco de extinção. Esse é o número de espécies ameaçadas na Amazônia. Desse número, 124 espécies são endêmicas, ou seja, só existem na região amazônica. O bioma é o que apresenta a maior biodiversidade de espécies, com 5.070 catalogadas, porém, em relação às espécies ameaçadas, fica atrás da Mata Atlântica (com 593 espécies) e do Cerrado (com 288).

Os dados são do “Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção” divulgado pelo Instituto de Conservação da Biodiversidade Chico Mendes (ICMBio). As 1.460 espécies brasileiras que podem desaparecer estão classificadas em três tipos de ameaças no estudo: Vulnerável (VU), Em perigo (EN) e Criticamente em Perigo (CR).

O Portal Amazônia separou 8 espécies de primatas que estão ameaçadas de extinção. Confira a seguir:

  1. Sauim-de-coleira (Saguinus bicolor)

 

A espécie é endêmica da região amazônica e habita uma área de 7,5 mil km² que abrange os municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara. O sauim-de-coleira divide território e alimentação com outra espécie, o sagui-de-mãos-amarelas (S. midas), que não corre risco de extinção.

Com a redução do habitat, houve a perda de 80% da espécie o que fez com que o animal fosse classificado em “criticamente em perigo” desde 1997 tanto pelo ICMBio quanto pela UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza).

Atualmente estima-se que existam cerca 45 mil sauins-de-coleira na natureza. Porém, a cada ano, a espécie perde mais de 250 km² de habitat, sendo 80% por conta do desmatamento e 20% pela ocupação do sagui-de-mãos-amarelas.

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Foto: Reprodução

2. Cuxiú-preto (Chiropotes satanas)

Encontrado somente no Brasil e endêmico da Floresta Amazônica, é o animal mais barulhento do hemisfério ocidental. Seus hábitos são diurnos e se alimentam de folhas, frutos, castanhas e pequenos insetos.

Uma característica marcante é o rabo comprido em relação ao corpo e bastante peludo. Tem os dentes caninos grandes e com inclinação para frente, próprios para abrir os frutos ainda verdes, seu prato preferido.

Por viverem em áreas limitadas, é uma espécie classificada como “Criticamente em perigo” de extinção pela UICN. Essa vulnerabilidade está relacionada ao crescimento do desmatamento das áreas onde o cuxiú-preto habita.

Foto: Reprodução

 3. Macaco-barrigudo (Lagothrix cana)

Endêmico da região amazônica, também pode ser encontrado em partes do Peru e na Bolívia. Está na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas classificado como “Em Perigo”.

Estão entre os maiores primatas neotropicais, sendo que os machos chegam a pesar 10 kg e as fêmeas 7 kg. São encontrados em grandes grupos de até 70 indivíduos e percorrem caminhos de 2 até 3km, utilizando os níveis superior e médio das florestas, porém são considerados animais lentos e sedentários.

Está ameaçado desde 2006 principalmente por ser a espécie de macaco mais intensamente caçada, sendo sua carne muito apreciada. Costumam vocalizar com uivos no final da tarde e início da manhã. 

Foto: Reprodução

4. Uacari (Cacajao hosomi) 

 Considerado um dos macacos menos conhecido da Amazônia, possui uma distribuição geográfica restrita, com muita incidência em terras indígenas, hoje muito danificadas por conta de fatores como desmatamento e a caça indiscriminada da espécie.

Devido a isso, há suspeitas da redução de pelo menos 50% da população ao longo de três gerações, por esse motivo está classificado como “Em Perigo” na lista de espécies ameaçadas.

 5. Sagui-una (Saguinus niger)

 Com sua distribuição geográfica exclusivamente brasileira, o sagui-una é considerada uma subespécie do sagui-de-mão-dourada (Saguinus midas) e é endêmico ao bioma amazônico, podendo ser encontrado ao extremo nordeste da Amazônia.

Sua área de ocorrência coincide com uma das regiões de colonização mais antigas da Amazônia, onde a degradação ambiental e a retirada de cobertura vegetal estão bastante avançadas. Considerando a intensa perda de hábitat, foi inferida uma redução populacional de pelo menos 30% ao longo de três gerações. Por isso é classificado como uma expécie “Vulnerável” à extinção.

Foto: Reprodução

6. Mico-de-rondônia (Mico Rondoni) 

Como o próprio nome já diz, o macaco é encontrado exclusivamente no estado de Rondônia. Por ser uma espécie relativamente nova, foi descrita em 2010, não se pode estimar quantos da espécie existem na natureza e seus hábitos com precisão.

Porém, com o avanço do desmatamento e a dominância do sagui-preto na região, se tornou uma espécie classificada como “Vulnerável” no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

Foto: Reprodução

7. Macaco-aranha-de-cara-preta (Ateles chamek) 

É uma das maiores espécies de macaco-aranha, com o corpo medindo aproximadamente 70 cm e uma cauda longa que pode atingir 1 m. Pesam em média 8 kg, sendo os machos maiores do que as fêmeas.

Possui braços e pernas longos que permitem se deslocar com facilidade entre as copas das árvores. Essa característica do corpo é responsável pelos primatas desse grupo serem conhecidos “macacos-aranha”.

É endêmico do extremo sudoeste da Amazônia, entre o sul dos rios Solimões e Javari. Está constado como espécie “Vulnerável”. 

Foto: Reprodução

 8. Guariba-de-mãos-ruivas (Alouatta belzebul)

Presente nos biomas da amazônia (com mais de 10.000) indivíduos e na Mata Atlântica, com menos de 250 indivíduos, sofreu a perda e fragmentação do habitat o que provocou uma redução populacional de pelo menos 30% nas últimas três gerações.

Não é restrito a hábitats primários e apresenta tolerância a modificações/perturbações no ambiente, sendo encontrado em áreas perturbadas pela extração mineral. Mas devido à diminuição intensa da população, a espécie foi categorizada como Vulnerável. 

Foto: Reprodução

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