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Quinta, 25 Abril 2024

Amazônia: o que ainda pode ser feito?

Não é novidade que os danos causados ao meio ambiente resultam em mudanças climáticas que têm sido cada vez mais drásticas. Mas o novo relatório divulgado pelo IPCC, revela que a luta contra o tempo está ainda mais agressiva. Apesar de as emissões de CO2 terem dobrado nos últimos 60 anos, florestas, solos e oceanos absorveram 56% de toda essa emissão. Isso significa que o planeta seria um lugar bem mais quente e hostil do que é agora, não fosse a ajuda da natureza. O problema é que a humanidade não está conseguindo combater a destruição do meio ambiente e ele pode entrar em colapso antes do que se imaginava.

O alerta vermelho é acionado para o problema do desmatamento na Amazônia e, no entanto, esses índices seguem batendo recordes históricos. "Precisamos entender, de uma vez por todas, que quando uma pessoa invade e desmata, o impacto se dá em toda a humanidade.", afirma Fabiana Prado, coordenadora do projeto LIRA - Legado Integrado da Região Amazônica, iniciativa do IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas.

Reprodução: Internet

Segundo Fabiana, a flexibilidade na fiscalização está ameaçando até as Áreas Protegidas, que ainda conseguem manter níveis bem mais baixos de desmatamento se comparadas com as outras áreas. "A criação das áreas protegidas - as unidades de conservação e as terras indígenas -, é uma estratégia significativa para garantir o futuro da Amazônia - e por consequência, da biodiversidade", afirma.

No entanto, é preciso gerir, monitorar e avaliar esses espaços de forma eficiente, o que significa cumprir os objetivos de criação das áreas protegidas, manter a biodiversidade, as culturas e das comunidades locais e tradicionais além de contribuir com serviços ecossistêmicos para minimizar os efeitos das mudanças climáticas. "Por isso, o IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, implementa ações colaborativas multisetoriais (empresas, sociedade civil, governos e movimentos sociais) por meio do Projeto LIRA", diz Fabiana.

O LIRA nasceu para promover o fortalecimento e a consolidação da gestão dessas áreas protegidas do Bioma Amazônico e colaborar para que sejam desenvolvidas alternativas sustentáveis de produção para as populações desses territórios. "A intenção do Projeto é transformar essas áreas em um polo de desenvolvimento regional e territorial, por meio de seus ativos naturais e sabedoria ancestral dos povos da floresta, possibilitando uma renda eficiente para a população local e o fortalecimento desses povos", afirma Fabiana.

Sobre o LIRA

O LIRA é uma iniciativa idealizada pelo IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, Fundo Amazônia e Fundação Gordon e Betty Moore, parceiros financiadores do projeto. Os parceiros institucionais são a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Amazonas - SEMA-AM e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará - IDEFLOR-Bio. O projeto abrange 34% das áreas protegidas da Amazônia, considerando 20 UCs Federais, 23 UCs Estaduais e 43 Terras Indígenas, nas regiões do Alto Rio Negro, Baixo Rio Negro, Norte do Pará, Xingu, Madeira-Purus e Rondônia-Acre. O objetivo do projeto é promover e ampliar a gestão integrada para a conservação da biodiversidade, a manutenção da paisagem e das funções climáticas e o desenvolvimento socioambiental e cultural de povos e comunidades tradicionais. 

Mais informações: https://lira.ipe.org.br/

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