Produtos com extrato de guaraná podem reduzir a oleosidade da pele e do cabelo, afirma estudo

Um estudo realizado na Universidade de São Paulo (USP) mostra que o uso de produtos com extrato de guaraná podem reduzir a oleosidade sem causar danos à fibra capilar ou à pele

Uma fórmula cosmética contendo extrato de guaraná, fruto típico da Amazônia,apresentou eficácia na redução da oleosidade excessiva e promoção das condições normais de hidratação da pele e cabelos.Intitulado ‘Avaliação da pele e cabelos oleosos, desenvolvimento e eficácia clínica de formulações cosméticas contendo extrato de guaraná‘, que deu origem à fórmula, foi desenvolvido pela farmacêutica Marcella Gabarra Almeida Leite, com orientação da professora Patrícia Maia Campos, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com Marcella,o estudo mostra que o uso de produtos com extrato de guaraná em suas formulações, além de reduzir a oleosidade sem causar danos à fibra capilar ou à pele, promove diminuição do tamanho dos poros e de fatores associados à formação de espinhas.

Foto: Divulgação

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a oleosidade é predominante em 56,5% da população, fato que, segundo as pesquisadoras, justifica os estudos e a busca por soluções. 

“Nós percebemos uma diminuição no número de porfirinas, que são metabólitos da bactéria Cutibacterium acnes, aquela relacionada à formação de espinhas e de outros problemas envolvendo a oleosidade.” 

aponta.

A professora Patrícia ainda informa que a fibra capilar continuou com a maleabilidade e sem ressecamento, assim como os níveis de oleosidade normais na pele, que mantiveram o equilíbrio. As pesquisadoras afirmam que as propriedades trata-se de um fruto que é rico em compostos como saponinas e taninos, que conferem atividade detergente e adstringente, além de trazer compostos fenólicos, como catequinas e epicatequinas, que possuem potente atividade antioxidante.

Segundo a professora, utilizar extrato de guaraná no combate da oleosidade representa um passo importante para o desenvolvimento sustentável, principalmente por conta da utilização de produtos da biodiversidade brasileira nos cosméticos na busca de produtos mais inovadores e efetivos.

Foto: Divulgação

Em números, a oleosidade é considerada normal até atingir 150 microgramas por centímetro quadrado. Apesar disso, a pesquisadora explica que a quantidade de sebo é considerada anormal quando gera incômodo. Marcella conta que os níveis da oleosidade presente na pele são medidos através de um equipamento chamado Sebumeter. 

“Esse equipamento possui uma fita opaca que fica transparente quando ela está em contato com o sebo presente na pele e aí essa transparência é contabilizada por uma fotocélula que é quantificada”, explica.

As medidas de oleosidade fizeram parte de um experimento realizado com mulheres voluntárias de 18 a 40 anos com pele e cabelos oleosos. Após a seleção, que procurava por um padrão no nível de oleosidade, as participantes receberam uma formulação básica que foi usada por 15 dias para promover o wash out (tratamento para normalizar as condições do cabelo e pele das mulheres, evitando a influência de outros produtos). Na sequência, passaram por novas etapas de análises.

O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Tecnologia de Cosméticos, da FCFRP, como parte do doutorado da farmacêutica. Os pesquisadores estão preparando artigos científicos sobre os achados e, por enquanto, ainda não há perspectivas para o desenvolvimento de formulações comerciais com a fórmula.

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