Mudanças climáticas: secas e chuvas intensas afetam gravemente a pecuária no Equador

Outro problema é a mudança geracional: os jovens não querem mais estar no campo, mas sim sair para a cidade.

Foto: Reprodução/Agência Andina

A Assembleia Anual dos Pecuaristas do Equador, que aconteceu no dia 7 de outubro, reuniu-se para analisar os principais desafios que este setor enfrenta, entre os quais estão as mudanças climáticas, a crise energética, a mudança geracional e o roubo de gado. O diretor-geral da Associação dos Criadores de Pecuária da Serra e do Oriente, Juan Pablo Grijalva, destacou que um dos principais desafios do setor são as alterações climáticas que, com eventos extremos como secas cada vez mais intensas e chuvas profundas, afetam gravemente os criadores de gado.

Grijalva referiu-se ainda aos problemas da mudança geracional com uma “juventude que já não quer estar no campo (…), quer sair para a cidade” e o roubo ou furto de gado pelos quais, disse, as explorações agrícolas sofrem ataques de ladrões que amordaçam trabalhadores e roubam máquinas e gado. ”Por fim, a crise energética que atravessa o Equador, que obrigou o Governo a decretar cortes de energia elétrica de até 11 horas por dia em diversos setores do país desde 25 de setembro, dificulta tarefas como a refrigeração”.

Isto, indicou Grijalva, tem causado perdas e custos, especialmente para os pequenos produtores, o que pode ser verificado ao longo do tempo no aumento dos preços dos alimentos nos mercados.

Novos mercados

Na abertura da Assembleia, Grijalva falou sobre a possibilidade de abertura a novos mercados, como a China, para os quais, indicou, já se encontram em processo de certificação de várias fábricas para exportar para este país asiático, fruto do acordo de comércio livre que entrou recentemente em vigor entre a China e o Equador.

Grijalva assegurou que os próprios pecuaristas devem “tomar o futuro nas suas próprias mãos e decidir o que devem fazer”, com vista a procurar soluções e novas oportunidades para o futuro.

Sobre o potencial do Equador na produção de leite, Ariel Londinski, secretário-geral da Federação Pan-Americana de Lacticínios, mencionou aos jornalistas vários dos fatores que o país já possui, como uma tradição no setor ou uma multiplicidade de climas e raças pecuárias.

Para promover o aumento da participação da região latino-americana nos mercados internacionais, Londinski indicou que é preciso trabalhar questões como qualidade, produtividade, capacitação e profissionalização dos produtores. Participaram deste espaço representantes de diversos sindicatos, reunindo cerca de 400 pecuaristas nacionais, além de expositores internacionais.

*Com informações da Agência Andina

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