Kuelap: icônico monumento arqueológico do Amazonas peruano

Uma fortaleza construída inteiramente com pedras, entre os séculos XI e XVI d.C. (depois de Cristo), constitui o maior patrimônio material da cultura Chachapoyas, no Peru.

Localizado no alto do Cerro Barreta, na parte alta do vale do rio Utcubamba, na província de Luya, a pouco mais de 70 quilômetros a sudoeste da cidade de Chachapoyas, no Peru, está o Monumento Arqueológico de Kuelap. Uma fortaleza construída inteiramente com pedras, entre os séculos XI e XVI d.C. (depois de Cristo), constitui o maior patrimônio material da cultura Chachapoyas.

Desde 14 de maio de 2023, a fortaleza e complexo arqueológico de Kuelap se tornou um destino biosseguro para o turismo ao receber o selo internacional Safe Travels da Mincetur.

Foto: Divulgação/ANDINA

O sítio arqueológico complexo tem uma arquitetura circular que se estende por quase 600 metros e possui um muro perimetral que chega a 19 metros de altura em alguns pontos. Existem três entradas que permitem o acesso ao coração da fortaleza. Em uma delas, as passagens estreitam-se até impedir a passagem de mais de uma pessoa ao mesmo tempo, o que facilitou a defesa de seus antigos habitantes.

Entre as estruturas de Kuelap, destaca-se o Templo Mayor, um dos mais importantes centros cerimoniais. Tem a forma de um cone truncado invertido, com 13,5 metros de diâmetro no topo. Inúmeras evidências de diversas oferendas em rituais complexos foram registradas ali, incluindo a colocação de ossos humanos dentro do recipiente interno, que assim se tornou um grande ‘ossário’.

Destaca-se também o Pueblo Alto, localizado ao norte e oeste do sítio e possui um muro que o delimita e separa do restante do povoado. Possui três setores bem definidos, acessados através de dois locais, um que permite o acesso ao setor norte e central e outro que permite o acesso apenas ao setor sul, que é basicamente residencial.

Prejuízos

No dia 10 de abril de 2022, houve o desabamento de parte do muro perimetral do lado sul da Fortaleza Kuelap em decorrência das intensas chuvas ocorridas no Amazonas peruano. Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrou o momento em que ocorreu o desabamento. Dias depois ocorreram outros dois deslizamentos de terra.

Após o incidente, o sítio arqueológico foi fechado para análise dos prejuízos e recuperação, e meses depois as visitas turísticas foram retomadas, mas até a frente do setor Fortaleza. O interior do monumento permaneceu fechado durante a execução das obras, mas a medida foi estendida até este ano. 

Assim, após ficar 16 meses fechado, o espaço voltará a receber o público, como estabelece a Resolução Ministerial Nº 000308-2023-MC publicada na ‘Separata de Normas Legais do Diário Oficial El Peruano‘.

Foto: Divulgação/ANDINA

Entrada franca 

Em meados de agosto, o serviço de visitas turísticas será reaberto parcialmente, segundo o governo peruano. Ainda de acordo com o governo, foi criado o Programa de Pesquisa Arqueológica (PRIAK) para realizar pesquisas, conservação e valorização de Kuelap.

Entre as ações realizadas pelo PRIAK, liderado pelo arqueólogo José Bastante, estão: estabilização do muro perimetral de todo o setor Fortaleza, intervenção integral de impermeabilização e drenagem, instalação de estações meteorológicas no interior, trabalhos de determinação de estratigrafia e elaboração de proposta para o desenvolvimento do destino turístico.

Em maio passado, o arqueólogo José Bastante explicou que, com o apoio do Instituto Geográfico Nacional (IGN) e do Governo Regional do Amazonas, estão sendo instaladas placas geodésicas que permitirão o monitoramento adequado de qualquer tipo de deslocamento que podem ocorrer no monumento.

A presidenta da República, Dina Boluarte, participou da solenidade de reabertura do Complexo Arqueológico Kuelap nesta quarta-feira (16). “De um dos locais mais importantes para o turismo, dirijo-me ao país para dizer que Kuelap está de volta. Temos que continuar apostando e colocando todos os nossos esforços para que o Kuelap não desapareça e fique para sempre”, declarou.

Dina Boluarte indicou que a reabertura é feita de forma parcial, com lotação limitada, de forma ordenada e por grupos: “Esses grupos poderão acessar o Kuelap por meio da geração de uma reserva virtual na sede digital do Ministério da Cultura, com o objetivo de manter nosso santuário intacto e sob controle”. 

Até 31 de dezembro a entrada será gratuita. 

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