O presidente do país, Pedro Castillo, que alvo do 3º processo de impeachment e isolado politicamente, anunciou dissolução do Congresso, convocou novas eleições e acabou preso.
Após o presidente do Peru, Pedro Castillo, ser preso neste 7 de dezembro, peruanos que moram na capital acreana, Rio Branco, falaram da insegurança em ter parentes no país vizinho. Castillo foi preso por instituir um governo de exceção no país, anunciar a dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições.
O Congresso, de maioria opositora, ignorou a ordem de dissolução e destituiu Castillo horas depois, além de considerar que o ex-presidente tinha uma “permanente incapacidade moral”.
O analista de sistemas e empresário Eli Ramos Vasquez, de 37 anos, é natural de Lima, capital do Peru, e mora no Acre há 20 anos com outros três irmãos. Ele conta que deixou no país a mãe, o pai e outros dois irmãos. Vasquez disse que ele e a família são a favor de Castillo.
“Falei com um irmão meu hoje [7/12] para ver o que está acontecendo lá e aí ele me falou que o presidente tentou fechar o Congresso porque não aprova algumas coisas e não teve o apoio dos policiais militares e se deu mal. Mas essa é a única opção que ele teria para mudar um pouco a política no Peru. Como não teve apoio, se deu mal e agora está detido. Sou a favor do atual governo e meu irmão também, porque até que se prove o contrário é uma pessoa honesta, trabalhadora, de esquerda, ele queria fazer uma política nova, renovar todas as pessoas que estão corrompidas”, afirmou.
Castillo responde ao terceiro processo de impeachment em um ano e meio de poder. Ele declarou o estado de emergência e impôs um toque de recolher em todo o país horas antes do julgamento do impeachment.
O Ministério de Relações Exteriores do Brasil diz que acompanha a situação no Peru com preocupação e que pretende seguir com relação de amizade e cooperação com o país.
País dividido
Vasquez falou ainda que a situação está tensa no país e que teme pela família com o país dividido. “A situação está muita tensa lá, a parte do Congresso está fechada, têm muitas pessoas protestando, reclamando, está tudo completamente parado. Supermercados parados, está um caos e está difícil sair até nas ruas. A gente fica preocupado porque política muda tudo, então, vai ter inflação, aumento de tudo, o dólar também vai disparar por causa da instabilidade da política. Isso influencia em tudo. Têm muitas pessoas a favor e muitas contra o presidente. Desde o primeiro momento em que ele assumiu a liderança não foi bem aceito, sempre têm as pessoas que desaprovam e não querem ver outro presidente dentro da política”, comenta.
*Por Janine Brasil, do g1 Acre