Aplicativo criado no Peru reconhece madeira e pode ser usado para combater comércio ilegal

O equipamento dos inspetores nos postos florestais é composto por um telefone com o aplicativo, um microscópio especial e uma faca para raspagem.

Um aplicativo chamado MaderApp, que reconhece espécies madeireiras em cerca de 20 segundos, especialmente espécies protegidas, vai reduzir a comercialização ilegal de madeira e, portanto, a exploração madeireira ilegal, além de combater a corrupção.

Essa afirmação foi feita pela professora do programa de Engenharia Ambiental da Universidade Continental, no Peru, Gaby Inga Guillén, criadora do aplicativo, que destacou o trabalho realizado durante dois anos que lhe permitiu ser finalista no concurso ‘Inovação de Processos’, categoria do Prêmio Criatividade Empresarial 2023.

Foto: Reprodução/Agência Andina

A professora explicou que o MaderApp, criado com o apoio da Universidade Continental, é um aplicativo inovador único na América do Sul que tem despertado o interesse de estudantes e profissionais especializados de outros países.

Ela informou ainda que o processo de testes já foi concluído, demonstrando eficiência no trabalho realizado pelo pessoal do Serviço Nacional de Silvicultura e Vida Selvagem (Serfor), na localidade de El Milagro, no distrito de San Ramón (região de Junín).

“Vocês verão um controle maior com o uso do aplicativo, isso é definitivo. Se reduzirmos a comercialização ilegal isso vai impactar a exploração madeireira e o desmatamento das nossas florestas”,

destacou.

Gaby Inga também reconheceu que ter sido finalista do Prêmio Criatividade Empresarial é um reconhecimento ao trabalho realizado não só pela equipe, mas também pelas comunidades nativas, Serfor, empresários de serrarias e todas as pessoas ligadas ao setor florestal que têm dado sua colaboração ao projeto.

“Isso nos incentiva a continuar pesquisando, mas também resolvendo problemas que ocorrem na nossa região e demonstrando que a ciência básica da botânica, da anatomia, é essencial para o funcionamento da inteligência artificial”, enfatizou.

Aguardando oficializar o uso do kit

Gaby Inga explicou que o equipamento dos inspetores do Serfor nos postos florestais é composto por um telefone com o aplicativo, um microscópio especial e uma faca para raspagem.

Cada microscópio possui uma câmera com luz que ajuda na identificação se o que o motorista declara, no Guia de Transporte Comercial, é realmente a espécie que está transportando, segundo a professora.

Ela disse ainda que agora a Universidade Continental aguarda que o Serfor oficialize o uso do kit e do APP para serem utilizados em todos os postos de controle florestal do país.

Este projeto de pesquisa foi composto por pesquisadores da Universidade Continental, da Universidade Nacional da Colômbia e da Universidade de Lavras, no Brasil. 

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