Amazônia peruana abriga mais de 3 milhões de hectares de depósitos naturais de carbono

É o que revela um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Peruano de Pesquisas da Amazônia (IIAP).

Mais de 3 milhões de hectares de depósitos naturais de carbono, conhecidos como turfeiras, são encontrados nas florestas da Amazônia peruana, que armazenam aproximadamente 7 milhões de toneladas do referido elemento químico na parte aérea de suas árvores, por isso constituem ecossistemas de alto valor estratégico nas ações nacionais contra a crise climática.

É o que revela um estudo realizado pelo Instituto Peruano de Pesquisas da Amazônia (IIAP), entidade do Ministério do Meio Ambiente (Minam), intitulado ‘Medição e análise da dinâmica e trajetória dos níveis de estoque de carbono no nível da província de Datem del caju, com destaque para o território onde é realizado o projeto de zonas úmidas de Datem’.
Neste sentido, afirma o pesquisador Dennis Del Castillo, especialista do IIAP, as turfeiras são fundamentais para ajudar a mitigar as alterações climáticas, pois funcionam como esponjas que armazenam carbono e água. Por isso, disse, é importante a sua conservação, contando com o apoio das comunidades que vivem no entorno desses espaços.
Foto: Corey Spruit/Flickr

Castillo explicou que essas zonas úmidas predominam mais nas regiões de Loreto e Ucayali. Caracterizam-se por serem terras lamacentas compostas por uma aglomeração de turfa, que é uma mistura de matéria orgânica em decomposição e água.

Da mesma forma, acrescentou que atualmente estão sendo realizadas pesquisas sobre a profundidade das turfeiras amazônicas, para determinar com precisão a quantidade de carbono que se deposita em seu interior. A este respeito, estimou que mais de 3.000 milhões de toneladas de carbono estão armazenadas sob estes ecossistemas.

“Sabemos que esses espaços armazenam grande quantidade de carbono na parte aérea de suas árvores. No entanto, um novo estudo realizado recentemente mostra que a maior concentração de carbono armazenado está abaixo do solo na forma de turfa ou matéria orgânica em decomposição”,

disse.

Como parte da metodologia do estudo são realizados trabalhos de campo e monitoramento da dinâmica florestal. Durante esta fase é registada informação sobre o diâmetro e altura de todas as árvores das parcelas permanentes de monitorização do IIAP, sendo também realizados inventários florísticos com recolha de material biológico que permite a identificação taxonômica da vegetação das parcelas.

Para a quantificação da turfa, a espessura é medida a cada 200 metros de distância em um trajeto de 1 a 2 km de comprimento. A vegetação dominante também é registada em cada ponto de avaliação e são recolhidas amostras de turfa.

O estudo é desenvolvido por pesquisadores e especialistas do IIAP; da Universidade de Leeds, no Reino Unido; em colaboração com as Universidades de St. Andrews de Edimburgo (Reino Unido), Turku (Finlândia) e Universidade Nacional da Amazônia Peruana.

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