Piracatinga

A espécie tem hábitos alimentares necrófagos, possui arcada dentária e mandíbula bem estruturadas, e se alimenta em cardumes.

Foto: Reprodução/ Inpa

A piracatinga (Calophysus macropterus) é um peixe-liso, de coloração acinzentada, sem escamas, com tamanho máximo de 40 centímetros e com grande presença na bacia amazônica. Uma das características da espécie, que ficou popularmente conhecida como urubu d’água doce, é sua habilidade em localizar restos mortais humanos ou animais.

Por isso, a piracatinga pode ser utilizada como ferramenta forense, tanto para localizar restos mortais das vítimas quanto para identificação, como as vítimas de afogamento.

Em todo território nacional, em julho de 2021, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) instaurou uma lei que proíbe a pesca, comercialização e também armazenamento da piracatinga. Conforme o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a lei vigorava até julho de 2022, mas foi renovada até 2023.

O consumo da espécie na alimentação humana não é comum no Amazonas, no entanto está presente em outros Estados. Pesquisas realizadas pelo Inpa, apontam a existência de fraudes nas vendas de piracatinga e os peixes acabam sendo comercializados como ‘filé de surubim’ e de ‘tucunaré’, ou mais comumente como “douradinha”. 

A pesca da piracatinga teve início no alto Solimões, no final da década de 1990, e a produção da piracatinga era exportada para a Colômbia, de acordo com a pesquisadora Vera Silva, do Inpa.

A bióloga, coordenadora do Projeto Boto na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e o Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, da Associação dos Amigos do Peixe-boi (Ampa/Inpa), lembra que por conta dessa busca crescente desde então pelo peixe, os botos (usados de iscas), apresentaram reduções populacionais “rápidas e drásticas”.

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