Essas espécies incríveis não deixam toda a responsabilidade para as mães – elas participam ativamente da criação, cuidando dos filhotes com dedicação.
Olá, entusiastas da natureza! Vocês sabiam que no coração da Floresta Amazônica, alguns animais assumem o papel de superpais? É isso mesmo, essas espécies incríveis não deixam toda a responsabilidade para as mães – elas participam ativamente da criação, cuidando dos filhotes com dedicação. E nesse Dia dos Pais, vamos nos aventurar no mundo selvagem da Amazônia e conhecer três incríveis superpais animais!
Cardeal-da-Amazônia
Também conhecido como galo-de-campina-da-Amazônia, cardeal e tangará, seu nome científico, Paroaria gularis, tem parte vinda do tupi e do latim, sendo “paroara” usado o nome tupi para uma pequena ave vermelho e cinza, e “gularis”, do latim e que significa garganta, gular. Possuem cerca de 16 centímetros e tem uma coloração bastante chamativa: com cabeça vermelha, dorso negro, cauda negra e partes inferiores brancas. Além do colorido, vale ressaltar nesses animais o cuidado parental dos machos da espécie que se mostram ótimos pais.
O cardeal macho participa ativamente da construção do ninho ao lado da fêmea. Eles coletam materiais como galhos, folhas e grama para construir o ninho que tem forma de xícara. Os machos dessa espécie também participam na incubação dos ovos. Enquanto muitas espécies de aves deixam a incubação principalmente para as fêmeas, os cardeais machos se revezam na incubação dos ovos com a fêmea. Esse comportamento é chamado de “incubação biparental”.
O macho fica no ninho para manter os ovos aquecidos e protegê-los, permitindo que a fêmea faça pausas para se alimentar e descansar. Além da incubação, os papais também fazem a defesa dos ovos contra predadores e, após a eclosão dos avos, continuam a desempenhar um papel importante nos cuidados com os filhotes.
Eles ajudam a manter os filhotes aquecidos e protegidos de ameaças potenciais, como frio e predadores, e os ensinam habilidades essenciais para a sobrevivência, como procurar comida e aprender a voar. Essa orientação ajuda os pássaros filhotes a adquirirem as habilidades e a confiança necessárias para se tornarem independentes. Alguém falou sobre compartilhar responsabilidades? Chamem o Cardeal-da-Amazônia!
Zogue-zogue
A espécie Plecturocebus cupreus, comumente conhecido como zogue-zogue, é um primata encontrado na floresta amazônica em áreas que inundam sazonalmente. É uma espécie que exibe comportamentos sociais e parentais interessantes, incluindo o cuidado parental do macho, que é relativamente raro entre os primatas. São macacos arborícolas e que passam quase todo o dia nas árvores, descendo para o chão em raras ocasiões. Essa espécie é monogâmica e vivem em grupos familiares liderados por um casal que se une para toda a vida e seus filhotes.
Assim que o casal tem seus filhotes, a dinâmica entre eles muda. A mãe vai se alimentar mais e descansar menos, e o macho vai se alimentar menos e descansar mais. Isso ocorre porque as fêmeas precisam comer mais para alimentar os filhotes, já o macho passará a ter um papel crucial na criação dos filhotes. Os machos de zogue-zogue auxiliam intensamente no cuidado dos seus filhotes.
Ele é o principal responsável por carregando os macaquinhos durante as primeira 15 semanas de vida e por dividir a comida com os jovens por mais de um ano e desde o segundo mês de vida dos filhotes. Também participam da higiene dos filhotes, mantendo os macacos jovens limpos, proporcionando conforto e fortalecendo os laços sociais entre o macho e os macacos jovens. A participação ativa dos machos na criação dos filhos e seu papel em vários aspectos do cuidado dos macaquinhos destacam a complexidade da dinâmica social dos primatas e a diversidade das estratégias parentais nas diferentes espécies.
Tetra Imperador Azul
A espécie Nematobrycon palmeri, comumente conhecido como Imperador-tetra-azul, é uma espécie de peixe pequeno encontrado nos rios e igarapés da floresta amazônica. Seu tamanho não ultrapassa 4 centímetros de comprimento e apresentam uma chamativa coloração. Esses peixes não são admirados apenas por suas cores vibrantes, mas também por seus comportamentos parentais interessantes.
Primeiramente, os pais se envolvem em vários rituais para estabelecer um vínculo de casal e depois encontrar um local adequado para colocar seus ovos. Isso geralmente ocorre na parte inferior das folhas ou outras superfícies submersas. O macho assume a responsabilidade primária de guardar e cuidar dos ovos.
Ele fica sobre os ovos e os abana frequentemente com suas nadadeiras para garantir a oxigenação adequada. Essa ventilação ajuda a prevenir o crescimento de fungos nos ovos e os mantém bem oxigenados. Uma vez que os ovos eclodem, o macho continua a proteger os filhotes recém-nascidos. Ele também os guiará para áreas seguras, onde poderão encontrar comida e abrigo. Nenhum pai preguiçoso aqui!
Sobre a autora
Luciana Frazão é pesquisadora na Universidade de Coimbra (Portugal), onde atua em estudos relacionados as Reservas da Biosfera da UNESCO, doutora em Biodiversidade e Conservação (Universidade Federal do Amazonas) e mestre em zoologia (Universidade Federal do Pará).
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