Unidades de Conservação da Amazônia recebem pontos de telessaúde

Os comunitários terão atendimento médico, de enfermagem especializada e psicológico à distância, reduzindo a necessidade de deslocamentos para a cidade

A instalação de um ponto de telessaúde na Unidade Básica de Sáude (UBS) Acajatuba, localizada na Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, região do baixo Rio Negro, beneficiará 19 comunidades ribeirinhas. A iniciativa é da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) que realizou uma missão para implementação de sete novos pontos de telessaúde nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro e Puranga Conquista, e na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro.

O projeto visa superar as dificuldades logísticas e de comunicação por meio da conexão com a internet. Com isso, os moradores poderão ter atendimento médico, de enfermagem especializada e psicológico à distância, reduzindo a necessidade de deslocamentos para a cidade. A ação tem apoio da Embaixada da França e do programa “Todos pela Saúde” do Banco Itaú. As RDS são coordenadas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

Além disso, a telessaúde também auxilia nas teleorientações e telecapacitações para os profissionais de saúde adquirirem ou atualizarem conhecimentos em benefício dos comunitários

A gestora da UBS Acajatuba, Quezia Alves Barbosa, explica que o sistema agilizará o atendimento na região, realizado atualmente em apenas três dias da semana, às terças, quartas e quintas, quando o médico está na unidade. Com o sistema de telessaúde instalado pela FAS, enfermeiros e agentes comunitários de saúde (ACS) da região poderão intermediar o atendimento dos pacientes com o médico online.

Outro benefício da instalação do ponto de telessaúde será a possibilidade de emissão do Cartão SUS na UBS Acajatuba. Atualmente, os comunitários precisam se deslocar para os municípios de Manacapuru e Iranduba, para obter o Cartão Nacional de Saúde.

“A FAS é uma parceira incrível que nós temos aqui. Eles não deixam faltar nada em nossa unidade, ajudam com o fornecimento de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e medicamentos também”, pontuou a gestora Quezia Barbosa.

A estimativa do coordenador regional da FAS na região do Rio Negro, Adamilton Bindá, é que a partir de março os atendimentos já iniciem. O sistema, que tem como fonte a energia solar, foi pensado especialmente para facilitar o trabalho dos ACS.

“Os agentes comunitários de saúde estão sempre andando, visitando as famílias para ver essa questão de saúde, só que eles tinham uma dificuldade muito grande com a questão da conectividade. Não tinha internet nem para baixar documentos ou mandar informações para a Secretaria de Saúde do Município, eles ficavam muito isolados. Então, (o ponto de telessaúde) é um benefício para todo o pessoal que é assistido pelos ACS do Rio Negro. Estamos montando pontos de telessaúde que serão responsabilidade deles e com contato direto de médicos e outros profissionais de saúde, parceiros da UEA (Universidade do Estado do Amazonas), Universidade Nilton Lins e do próprio município” complementou. As universidades e as prefeituras são parceiras neste projeto, cuja gestão estará sob responsabilidade do Programa Saúde na Floresta, da FAS.

O coordenador regional da FAS na região do Rio Negro, Adamilton Bindá, estima que os atendimentos iniciem em março. Foto: Divulgação/ FAS

A UBS fica na Vila do Acajatuba, onde residem atualmente 385 pessoas. A unidade recebe uma média de 100 pessoas por dia para atendimento, que residem nas 19 comunidades da região. Dos casos que chegam na unidade, a equipe estima que 50% sejam de Covid-19. Ao todo, a comunidade já perdeu cinco pessoas para o novo coronavírus.

O vigilante Acassio Costa dos Santos, 34, perdeu recentemente seu pai para a doença. “Eu e minha família pegamos o vírus, passei por um momento muito difícil e tive o apoio da ambulancha da FAS que conduz a gente aqui. Meu pai, infelizmente não conseguiu voltar para casa com vida. Agradeço muito o apoio que eles, da FAS, deram para nós”, compartilhou.

Aliança Covid Amazonas

Para ajudar as populações mais vulneráveis a enfrentar este cenário, com a pandemia do coronavírus, a FAS criou a “Aliança dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais e Organizações Parceiras do Amazonas para o Enfrentamento do Coronavírus”, articulada em parceria com 119 empresas, prefeituras e instituições. Diante da nova onda de proliferação do vírus no Amazonas, a Aliança segue promovendo ações estratégicas para reforçar o enfrentamento à Covid-19 no estado.

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