Soltura de mais de 65 mil quelônios é realizada em área de proteção no Amazonas

O trabalho de conservação de quelônios é feito há 15 anos na Área de Proteção Ambiental Nhamundá. Outros 20 mil filhotes haviam sido devolvidos à natureza em comunidade na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã.

Moradores da comunidade São Sebastião do Corocoró, na área de Proteção Ambiental (APA) Nhamundá, realizaram a soltura de 65.332 filhotes de quelônios. A soltura reuniu cerca de 30 comunitários, na última semana. Localizada no município de Nhamundá, a área protegida é uma das 42 Unidades de Conservação gerenciadas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas.

A soltura ocorreu na Ilha da Coroa, na sexta-feira (17). Esta é a última etapa de um trabalho que começou em setembro de 2022. Na oportunidade, os comunitários fazem a coleta dos ovos nas praias, campinas e barrancos.

Durante o processo, os ovos são transferidos para uma estrutura conhecida como “chocadeira”, que reproduz o habitat natural dos animais. Lá eles ficam até a sua eclosão. Após o nascimento, os filhotes são realocados em tanques, onde permanecem até atingirem um tamanho ideal para serem soltos na natureza em segurança.

O trabalho de conservação de quelônios é feito há 15 anos na APA Nhamundá. O gestor da unidade de conservação, Cristiano Gonçalves, destacou o caráter coletivo da atividade.

“Esse é um trabalho participativo, que envolve os comunitários em todas as etapas. É um trabalho que tem o envolvimento de todos para promover o aumento das populações de quelônios e ainda favorecer a conservação de outras espécies que integram aquele ambiente”, ressaltou.

Soltura ocorreu na Ilha da Coroa. Foto: Divulgação/Sema

Mais 20 mil

No dia 16 de fevereiro, outros 20 mil filhotes de quelônios foram devolvidos à natureza na comunidade da Enseada, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, em São Sebastião do Uatumã (a 247 km de Manaus). A Unidade de Conservação é gerida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

“Essa é uma conscientização ambiental passada de geração em geração. Ninguém preserva melhor do que o caboclo que mora e depende da floresta. E primeiro, a gente tem que preservar cidadãos e dar condições de sobrevivência para essas pessoas. Essa é uma responsabilidade que carrego enquanto governador”, destacou o governador Wilson Lima, que participou da ação.

A soltura é resultado do monitoramento de quelônios realizado no lago Jarauacá, pela comunidade da Enseada. De outubro até novembro, os comunitários se mobilizam para percorrer áreas de praias, campinas e barrancos ao redor do lago, onde as fêmeas depositam seus ovos durante a descida das águas.
Quando localizados, os ovos são coletados e transferidos para as chocadeiras. Os ovos ficam no local até a sua eclosão e, após o nascimento, os filhotes são realocados em tanques, onde permanecem até atingirem um tamanho ideal para serem soltos na natureza em segurança.
A atividade de monitoramento de quelônios na RDS Uatumã ocorre há aproximadamente 22 anos e mobiliza nove comunidades da Unidade de Conservação.

Ao longo do ano, mais de 46,3 mil filhotes devem voltar para a natureza na RDS. A ação tem apoio da Sema e do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), do Ministério do Meio Ambiente.

Foto: Diego Peres

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