Santa Etelvina: Relembre a história da ”santa” dos estudantes

Há 120 anos, ocorreu a tragédia que matou Etelvina D’Alencar e outras pessoas; Hoje, ela é considerada santa pela população e dá nome a um bairro da zona norte de Manaus.

Em março de 1901, a cidade de Manaus presenciou uma tragédia passional que chocou a capital amazonense e trouxe uma figura muito conhecida nos dias de hoje: a Santa Etelvina. Apesar de ter sido santificada pela população, na qual há relatos de aparições e acredita-se que a mesma cumpra promessas de seus fiéis, Etelvina nunca chegou a ser canonizada pelo Vaticano.

O Portal Amazônia relembra a história da jovem Etelvina D’Alencar, popularmente conhecida como Santa Etelvina:

Foto: Instituto Durango Duarte

Natural de Boa Vista do Icó, município no interior do Ceará, nasceu em 1884 e veio morar em Manaus com a mãe, que na época era viúva, além de suas três irmãs na então Colônia Campos Salles. Aqui, ela trabalhava com atividades rurais quando conheceu um colono de nome José. Ele se apaixonou pela jovem e a pediu em casamento. Tempos depois, porém, ela se desfez do compromisso, afirmando que não queria mais se casar com ele.

José não aceitou bem o término. A situação piorou quando ele descobriu que ela possuia outros três namorados: Antônio, Estevam e Henrique. Inconformado com a situação e em busca de vingança, ele decidiu matar os três homens e a jovem Etelvina.

O crime

Com um rifle e repleto de munições, José foi até a colônia onde Etelvina morava e alvejou Estevam, que correu após o primeiro tiro mas não resistiu aos outros; Em seguida José lutou contra Henrique e o matou também com tiros; Por fim, atirou em Antônio, que segundo relatos, estava dormindo próximo à uma árvore.

Após os três assassinatos, José vai a casa de Etelvina, que tentou fugir mas foi alcançada. Ele a levou para dentro da mata fechada que ficava nas proximidades do local e lá, Etelvina foi estuprada e assassinada com requintes de crueldade.

Seu corpo foi encontrado cinco dias depois e em relatos de populares, estava em perfeitas  condições e por isso, começou a ser aclamada como santa pela população.

Milagres

Ao longo dos anos, vários milagres e curas de doenças foram atribuídos à Etelvina. Atualmente, chamada de Santa Etelvina, também é conhecida como a santa dos estudantes. 

 Em 1964, a Prefeitura de Manaus autorizou a construção de um mausoléu localizado no Cemitério São João Batista. Até hoje, muitos fiéis vão até o local rezar para a santa.

Foto: Adneison Severiano/G1 AM

Em 1984, a área que era conhecida como Colônia Campos Salles, onde viveu Etelvina, passou a ser denominada bairro Santa Etelvina.  

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