Candidato à reeleição, o professor associado concorre ao lado da também professora Therezinha Fraxe
Portal Amazônia: Em um cenário de fragilidade do ensino público, o que o levou a disputar esse processo de consulta à comunidade?
Sylvio Puga: Nossos avanços vão desde os índices avaliativos obtidos junto ao Ministério da Educação. São alguns deles: o Recredenciamento da Instituição junto ao MEC, que nos rendeu nota 4, também 4 no Índice Geral de Cursos (IGC) e igual índice na modalidade EAD. Também podemos considerar um avanço e o protagonismo da Ufam de mesmo em tempos de pandemia, não termos parado nossas atividades. Ofertamos aula em regime remoto para garantir que os alunos pudessem cursar o que podiam de disciplinas não presenciais, ao passo que demonstramos que nossa premissa foi e é continuar salvaguardando vidas.
SP: Tivemos mais de 200 ações como resultado do compromisso da Ufam com a nossa sociedade. Fomos a primeira instituição a suspender as atividades presencias pensando na segurança da nossa comunidade e também a primeira a instituir um comitê de enfrentamento à pandemia de covid. Desenvolvemos pesquisas de campo, produtos, fabricamos álcool para atender à nossa demanda e a local. Fizemos testagem em massa da nossa comunidade acadêmica. Não paramos um semana sequer, mesmo durante a pandemia.
PA: O que a sua gestão propõe para amenizar os efeitos da pandemia num eventual retorno às aulas presenciais?
SP: Todas as nossas decisões estão baseadas avaliando o quadro epidemiológico do Estado. O comitê de enfrentamento à pandemia é quem nos instrui sobre isso por estar em contato diuturno com as unidades de vigilância do estado. Por orientação do comitê, já estamos preparando nossas unidades para a retomada do Calendário Acadêmico 2021. Sabemos que mesmo após a vacinação, ainda precisaremos manter os mesmos cuidados. O acompanhamento a nossa comunidade, que ainda na primeira onda foi iniciado, por meio da testagem, vem sendo mantido.
PA: Como fortalecer as unidades acadêmicas da universidade no interior do estado?
SP: Ouvir as demandas e instituir as melhorias em diálogo direto com as mesmas. Nossa gestão trabalha de maneira democrática, é uma gestão eminentemente participativa. Sendo da vontade da nossa comunidade, a nossa recondução e nossa gestão manterá a mesma conduta.
SP: Essa é uma questão das comunidades locais. Se eles querem, devem buscar convencer os tomadores de decisão.
PA: Quais medidas a universidade pode adotar para incentivar a pesquisa científica?
SP: Nós temos uma estratégia de busca de recursos muito clara junto aos órgãos de financiamento como a Finep, CNPq, Fapeam, Capes, além, claro, de recursos próprios que a Universidade fomenta nas 560 bolsas de Iniciação Científica. Lembrando e salientando que a Pesquisa e a Pós-graduação avançam substancialmente quando temos conosco professores mais qualificados. Na nossa gestão, alcançamos o patamar de mil doutores. Estabelecemos como meta e conseguimos Também temos investido muito na nossa formação de mestrandos e doutorandos por meio de Dinters e Minters, que são a formação de professores e técnico-administrativos no âmbito da pesquisa, junto a instituições de ensino superior de outros estados e países.
PA: O Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) foi uma das unidades de saúde mais afetadas pelo colapso que iniciou em janeiro. Qual será a relação da universidade com o hospital em uma eventual gestão sua?
SP: Embora o HUGV seja administrado pela Ebserh, a Ufam atua ativamente às necessidades do hospital. Neste período de pandemia, buscamos garantir inclusive via justiça federal, a disposição obrigatória de oxigênio. Também conseguimos a construção de uma usina de oxigênio para que não enfrentemos o que passamos antes em termos da falta desse insumo e também, independente da pandemia, estruturar o hospital para continuar sendo um ambiente de excelência no tratamento à saúde da nossa população. A segunda torre do HUGV está pronta e somente aguarda a data do MEC para sua inauguração. Essa torre representa mais infraestrutura disponível para a atuação dos profissionais de saúde, como também para a graduação em Medicina e as demais da área de saúde, e para a Residência Médica.
PA: Com tantos desafios pela frente, como driblar cortes no orçamento das universidades públicas?
SP: Priorizando as demandas da comunidade e a manutenção do funcionamento da nossa instituição.
PA: Em 2020, a Ufam recebeu recorde de denúncias por fraudes no sistema de cotas raciais. O que pode ser feito para coibir essas práticas?
SP: Todas as denuncias recebidas, sempre foram apuradas. Ainda em 2020, aprovamos no Conselho Universitário resolução que trata de novas medidas, dentre elas a Comissão Geral de Heteroidentificação, que está em pleno funcionamento. Portanto, temos o instrumento para coibir tais práticas.
PA: Quais as propostas da sua candidatura para a valorização dos servidores da Ufam?
SP: Os TAEs, nossos técnico-administrativos têm cada vez mais espaço no nosso ambiente acadêmico, tanto no que se refere à valorização funcional bem como na sua qualificação. Temos permanente, buscado ofertar cursos de Pós-Graduação para os TAES na Capital e Interior. O IGC nota 04, permite a oferta de curso de Mestrado e Doutorado a distância, o que amplia o leque de oportunidades. O mesmo pode-se dizer dos docentes. Recentemente, alcançamos a marca de mais de 1000 doutores, fruto de um esforço institucional iniciado na década de 1990, com continuidade até a atualidade.
Em ao menos 19 instituições federais de ensino o presidente Jair Bolsonaro nomeou para a reitoria um nome diferente do primeiro colocado na consulta à comunidade. Como você avalia a possibilidade de isso se repetir na Ufam?
No caso da Ufam, o Conselho Universitário da Instituição, já definiu que a lista a ser encaminhada ao MEC será somente com os nomes dos eleitos na consulta. Portanto, somente os escolhidos pela comunidade, serão os nomes enviados.