Foto: Reprodução/YouTube – Amazon Sat
Segundo o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM), o setor primário em Autazes, tem uma grande produção agropecuária, baseada na criação de gado leiteiro, bovinos e bubalinos, o que rende o título de cidade do leite e do queijo. Entre os mais produzidos destacam-se o coalho e a manteiga. O cultivo de mandioca (farinha), cupuaçu, guaraná, laranja, feijão e hortaliças fornecem boa parte dos alimentos à população local.
O produtor Rubervan Paiva é do ramo da agroindústria, que é um conjunto de atividades relacionadas à transformação de matérias-primas agropecuárias provenientes da agricultura, pecuária, aquicultura ou silvicultura realizadas de forma sistemática.
Rubervan é da quarta geração da sua família no seguimento e fala com entusiasmo da referência que se tornou no município.
“Hoje, 70% do turista que vem até a cidade vem nos conhecer, comprar nosso produto. Antes íamos até a cidade, hoje as pessoas que vem até aqui”, relatou o produtor.
Mesmo com o grande reconhecimento em Autazes, Rubervan conta que não tinha controle com os gastos de produção, mas que a partir dos conhecimentos ofertados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) os lucros aumentaram.
“Eu era muito desorganizado, não notava minhas despesas, minha produção, o quanto eu gastava, o quanto lucrava. Com assistência técnica aumentei minhas vendas. O que produzo eu vendo, ganhei até prêmio”, disse o produtor Rubervan Paiva.
Senar Amazonas: três frentes de trabalho
Assistência Técnica e Gerencial, Formação Profissional Rural e Promoção Social. Essas são as três frentes de trabalho que o Senar, no Amazonas, desenvolve suas ações, de acordo com o potencial produtivo e econômico da região.
Segundo a equipe técnica do Senar Amazonas, no município de Autazes a sua linha de ação de maior destaque e de grande referência é a cadeia produtiva do leite, que vai desde a produção, a criação (bovinocultura de leite), até a parte de derivados do leite, ou seja, todo o ciclo produtivo, onde se desenvolve a parte de agroindústria de laticínio.
“Nessas ações, o Senar vem contribuindo para o município Autazes através das suas frentes de trabalho, tanto com cursos para capacitar a mão de obra, desde a manipulação correta do leite, quanto a parte da criação animal que é a parte de nutrição, a parte de pastagem e a parte do ciclo de manejo do gado leiteiro”, relataram os técnicos.
A equipe contou ainda, que contribui com as ações de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), um programa através do qual os técnicos de campo, passam um ciclo de dois anos visitando a propriedade, deixando orientações técnicas para a produção, e também para a gestão da propriedade, onde o diferencial é o ‘G’, de gestão.
Ou seja, além das orientações técnicas, trabalham junto ao produtor para que ele veja a sua propriedade como um negócio.
Dentro da Assistência Técnica e Gerencial, o Senar Amazonas trabalha atualmente em duas cadeias dentro do município de Autazes, uma delas é a bovinocultura de leite e a outra é a agroindústria.
Desafios
Um dos principais desafios encontrados dentro da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) é a questão das anotações. A equipe técnica informa que os produtores recebem um caderno onde fazem um controle e o técnico de campo, todo mês, verifica.
É onde ele descreve receita, lucro, o que ele aplicou na propriedade, onde o técnico também deixa as anotações de recomendações e, dentro das recomendações, o que ele seguiu, o controle de rebanho, anotando o peso. O Senar Amazonas diz que é difícil fazer com que as anotações vire rotina para o produtor, mas o trabalho é necessário.
“Acontece que, muitas vezes, o produtor está muito mais voltado para a parte da produção dele, da propriedade, do manejo e pouco para a parte do gerencial. É aí que está o diferencial da nossa ATeG. Trabalhamos com foco educativo, ou seja, o técnico orienta, explica, solicita essas anotações para que o produtor, a partir do final do segundo ano, possa ter essas informações para essa própria gestão da propriedade”.
O superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Amazonas, Jeyn’s Martins Alves, explica sobre a nova tecnologia de anotações.
“Nós também temos um aplicativo, a nível nacional, que é disponibilizado para os produtores onde eles podem ter acesso também a essas informações tanto no caderno quanto no aplicativo”.