Conheça o repiquete, fenômeno que fez o Rio Negro alcançar nova marca histórica

A nova marca histórica chegou a 30,02 metros, sendo a maior cheia dos últimos 119 anos

Nesta quarta-feira, (16), o Rio Negro teve o processo de repiquete, subindo três centímetros após ter uma vazante na última segunda-feira. A nova marca histórica chegou a 30,02 metros, sendo a maior cheia dos últimos 119 anos.

De acordo o professor da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), José Camilo, o repiquete nada mais é que um efeito sanfona, ou seja, quando um rio chega ao seu limite e estabiliza, mas chuvas isoladas fazem com que o nível do mesmo volte a subir. “De certa forma, o nível do rio fica represado, então, acontecem chuvas nas cabeceiras dos rios e a água desce fazendo o mesmo subir”, destacou.

Ainda segundo o professor, um fenômeno parecido aconteceu em Parintins (município distante a 369 quilômetros de Manaus). “A ocorrência se deu em junho. Houve uma estabilização do Rio Amazonas, o repique aconteceu e as águas se elevaram. Porém, não demorou muito e o rio desceu com uma velocidade impar”, explicou.

Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Prejuízos na capital

Em Manaus, foram construídos 10 mil metros de pontes e passarelas em 20 bairros da capital Amazonense, segundo informações da Defesa Civil.

Em diversos pontos, a circulação de pessoas ocorre somente por meio de passarelas. O centro histórico registra vários pontos de alagamento. A Praça do Relógio e o prédio da Alfândega estão entre os locais mais atingidos.

A água do rio Negro também invadiu o local onde funcionava a mais tradicional feira da capital, a Manaus Moderna. Como isso, os feirantes foram transferidos para uma balsa. Comerciantes relatam prejuízos. Lojistas tiveram os estabelecimentos alagados, mesmo com as contenções para impedir a entrada da água.

A previsão do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) era que o rio chegasse à cota máxima de 30 metros A expectativa é que, agora, o nível do rio comece abaixar. De acordo com o órgão, abaixo dos 27 metros o nível do rio é considerado patamar normal para a cheia.

Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Maiores cheias do Rio Negro:

  • 2021 – 30,02 m
  • 2012 – 29,97 m
  • 2009 – 29,77 m
  • 1953 – 29,69 m
  • 2015 – 29,66 m
  • 1976 – 29,61 m
  • 2014 – 29,50 m
  • 1989 – 29,42 m
  • 2019 – 29,42 m
  • 1922 – 29,35 m
  • 2013 – 29,33 m

Confira a galeria de imagens da cheia do Rio Negro: 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Pará perde Mestre Laurentino; artista completaria 99 anos em janeiro de 2025

Natural da cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, ele era conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil.

Leia também

Publicidade