A pesquisa tem por objetivo compreender padrões de ocupações ocorridas no perímetro urbano e apropriação da paisagem por grupos humanos que transformaram a cidade.
Na Amazônia, é comum as pessoas viverem sobre sítios arqueológicos e Tefé, no Amazonas, é um exemplo. A cidade possui um vasto patrimônio material em contextos urbanos, que somente nos últimos anos vem sendo estudado de forma sistemática, o que possibilita evidenciar as diferentes transformações culturais na paisagem.
Agora, pesquisadores do grupo de Arqueologia e Gestão do Patrimônio Cultural da Amazônia, do laboratório de arqueologia do Instituto Mamirauá, irão apresentar na Semana de Arqueologia Histórica do Museu Nacional, a pesquisa intitulada ‘Arqueologia na cidade de Tefé: reflexões sobre o modo de vida no lago profundo’, no âmbito do projeto de pesquisa ‘Práticas Arqueológicas e Gestão do Patrimônio Cultural: Arqueologia na Cidade de Tefé’.
O estudo tem por objetivo compreender padrões de ocupações ocorridas no perímetro urbano e apropriação da paisagem por grupos humanos que a transformaram, resultando em palimpsestos arqueológicos, contribuindo para a construção de narrativas a partir do registro arqueológico e da oralidade no município amazonense.
Foi adotado o emprego de pressupostos teórico-metodológicos da Arqueologia Histórica, tendo em vista que sítios arqueológicos históricos foram identificados no perímetro urbano da cidade.
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O projeto ‘Práticas Arqueológicas e Gestão do Patrimônio Cultural: Arqueologia na Cidade de Tefé’ é coordenado pela arqueóloga Geórgea Layla Holanda de Araújo, que assina este trabalho como primeira autora em colaboração com os arqueólogos Márcio Amaral e Eduardo Kazuo Tamanaha.
Segundo a organização do evento, a “arqueologia histórica” é hoje um dos campos mais vibrantes da arqueologia. Cobrindo uma enorme variedade temática e um amplo espectro temporal, tem estado na linha de frente dos principais debates da disciplina.
“Dialogando com processos de abrangência global, como a Diáspora Africana e a expansão europeia a partir da Era das Grandes Navegações, o segmento aborda fenômenos de grande interesse nos dias atuais, como o colonialismo, a industrialização, o capitalismo e a modernidade, servindo de recurso para a criação de narrativas que colocam em perspectiva a história do povo brasileiro e oferecendo elementos críticos para o seu permanente processo de construção”, explicam os pesquisadores.
A história da cidade de Tefé também está inclusa nessas narrativas que constrói/descontrói a história do povo brasileiro, contribuído para contar “história que a história não conta”. “Esse evento é uma forma de divulgar os resultados dos nossos trabalhos científico na Amazônia que vem sendo estudado ao longo do projeto, aja vista que as pesquisas nessa temática se concentra majoritariamente nos grandes centros, ou seja, nas capitais do país, aqui no norte principalmente em Manaus, Belém e Rondônia e, o interior do Amazônia não difere de centros urbanos”, defendem.