Os jogos são organizados pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), por meio do Departamento de Gestão Educacional (Dege), Divisão de Ensino Fundamental (Defe) e a Gerência de Educação Escolar Indígena (Geei). O objetivo do evento é promover a interação social entre os povos indígenas residentes na aldeia Nova Esperança e nas proximidades, e proporcionar aos participantes a troca de aprendizagem, construção de novos saberes e revitalização de aspectos culturais dos indígenas da região do rio Cuieiras e Baixo Rio Negro.
A 11ª edição conta com disputas de arremesso de lança, tiro ao alvo com arco e flecha, tiro ao alvo com zarabatana, natação, corrida, canoagem e peconha (escalada em árvores).
Manaus é a primeira cidade do Brasil a desenvolver a educação indígena com os povos da própria etnia, com o intuito de preservar a cultura e a língua materna de cada povo, além de manter os alunos que já vivem na cidade perto das tradições. Atualmente, a Semed tem 820 estudantes indígenas, em quatro escolas municipais no rio Negro e Cueiras, além de 18 Centros Municipais de Educação Escolar Indígena (Cmeei).
“Manaus tem demonstrado comprometimento com a nossa identidade. Isso acontece quando temos na rede municipal de ensino alunos com várias etnias. Isso é motivo de muito orgulho para todos nós, além de promover uma educação de qualidade, entendendo quem de verdade a gente é, respeitando a cultura, costumes e línguas dos povos, como nos orienta o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto”, mencionou a secretária de Educação, Kátia Schweickardt.
O evento visa ainda a valorização e o fortalecimento das culturas indígenas, por meio da revitalização de práticas esportivas próprias dos povos. O que para o gerente da Educação Indígena, Glademir Santos, é a união da educação e do esporte indígena como forma de sobrevivência.
“Isso tudo é uma combinação entre identidade, cultura, educação e o esporte. Os critérios culturais dos povos da Amazônia são manifestados de forma organizada por meio da educação. E o esporte promove a coletividade e o orgulho de cada etnia envolvida nessa competição cultural”, informou o gerente.
Para a gestora da escola indígena Puranga Pisasú, Gessiane Garrido, a realização do evento só é possível por conta do apoio da Prefeitura de Manaus e da comunidade escolar. “Esse é um momento muito importante para o povo indígena, onde podemos mostrar a nossa cultura. Há muitas crianças que não têm mais o costume ou que nunca tiveram conhecimento. A Semed nos deu muito apoio incentivando e ajudando nesses momentos”, comentou.
A aluna Emily Garrido, 13, do 9º ano, disputou nas modalidades de arco e flecha, natação e corrida. Para ela, participar de atividades que antes eram comuns no dia a dia dos povos, é aprender um pouco mais as tradições indígenas. “Eu gostei muito de participar dessas atividades, mesmo não conseguindo acertar o arco. Eu percebi como era difícil para eles se alimentarem antigamente”, disse.
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