34 cidades entram em alerta no Amazonas por conta da seca

Baixo nível dos rios tem levado desabastecimento a comunidades ribeirinhas e encarecido o transporte por barco.

O Amazonas tem 34 municípios em situação de alerta por conta da seca amazônica, de acordo com relatório mais recente da Defesa Civil do Estado, divulgado dia 13 de outubro. Além disso, municípios como Uarini e Benjamin Constant já decretaram situação de emergência. 

O baixo nível dos rios tem levado desabastecimento a comunidades ribeirinhas e encarecido o transporte por barco. De maneira geral, o acompanhamento, que é feito diariamente, tem três classificações de gravidade: a de atenção, alerta e emergência – quando a situação é mais crítica.

Pelo método de classificação da Defesa Civil, não há nenhuma cidade do Amazonas em estado de emergência. No entanto, algumas prefeituras já decretaram situação de emergência, como é o caso de Uarini, localizado na Calha do Médio Solimões, e Benjamin Constant, no Alto Solimões.

Seca no alto Solimões, no Amazonas. Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Atualmente, os municípios incluídos na classificação de estado de alerta são:

– Calha do Juruá: Guajará, Ipixuna, Envira, Itamarati, Eirunepé, Carauari, Juruá;

– Calha do Purus: Boca do Acre, Pauini, Lábrea, Canutama, Tapauá e Beruri;

– Calha do Madeira: Humaitá, Apuí, Manicoré, Novo Aripuanã, Borba e Nova Olinda do Norte;

– Calha do Alto Solimões: Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins;

– Calha do Médio Solimões: Jutaí, Fonte Boa, Japurá, Maraã, Uarini, Alvarães, Tefé e Coari.

Municípios em estado de atenção:

Calha do Rio Negro: Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira;
Calha do Baixo Solimões: Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru, Iranduba, Manaquiri, Careiro Castanho e Careiro da Várzea.

Desabastecimento

Além de prejudicar o abastecimento de alimentos, água potável e remédio, a drástica descida do nível dos rios também dificulta o transporte na região. Em Benjamin Constant (a 1.119 quilômetros de Manaus), por exemplo, o preço do transporte de barco – único meio disponível para chegar ao município – subiu de R$ 35 para R$ 70, porque o trajeto aumentou por causa da seca.

As cargas, principalmente de alimentos, em grandes embarcações são remanejadas para barcos menores que conseguem navegar em trechos mais rasos, o que aumenta o preço final que chega ao consumidor.

“Para gente poder sair daqui e chegar a Tabatinga, nós rodamos cinco horas, seis horas, dependendo do horário que você sai. E nós não temos só Benjamin, nós temos Atalaia do Norte também para abastecer, seria dois municípios. Então nós temos aqui umas dez canoas de trabalho e essas dez canoas têm a responsabilidade de suprir as necessidades de Benjamin, Atalaia do Norte, municípios que dependem deste trabalho”, relata o barqueiro João Magalhães. 

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