O Futlama é uma adaptação do futebol jogado quando a maré do rio está baixa e se tornou Patrimônio Imaterial e Cultural de Macapá.
O futebol é uma paixão nacional e em cada canto do país a “bola rola” animando crianças e adultos. Com adaptações como o futsal (futebol de salão), em Macapá (AP) o esporte ganhou uma outra versão, para ser jogada às margens do Rio Amazonas: o Futlama.
A modalidade consiste em partidas adaptadas à um terreno bem diferente do gramado ou mesmo do asfalto. Jogado na lama, quando a maré do rio baixa, times masculinos e femininos disputam o título de melhores em campos ao lado do Trapiche Eliezer Levy, próximo à imagem de São José – padroeiro do Estado – e com vista para o Complexo Beira Rio e a bicentenária Fortaleza de São José, os cartões postais de Macapá.
Em 2021, por meio da sanção da Lei n° 2454 de 2021, o esporte foi elevado à categoria de Patrimônio Imaterial e Cultural de Macapá. A proposta foi de autoria do vereador Alexandre Azevedo (PP). O Torneio de Futlama é promovido pela prefeitura anualmente.
De acordo com o Museu do Futebol, “o ‘futebol na lama’ começou de forma casual, quando amigos se reuniam aos fins de semana para jogar peladas na beira do rio, na década de 1990”. E somente em 2007 se consolidou como esporte através da criação da Federação Amapaense de Futebol.
Cada time é formado por oito jogadores e ele segue as mesmas regras do futebol de campo. Porém, apenas o escanteio que pode ser cobrado com os pés ou com as mãos. Vale destacar que é uma prática de exige bastante cuidado porque a praia é lisa.
Mas a agenda é apertada, pois quem define o horário das partidas é justamente o movimento das marés, para haver lama do rio na área onde as partidas são disputadas. O campeonato estadual normalmente é realizado entre agosto e outubro por conta disso.
Os times têm nomes que homenageiam termos regionais: ‘Tralhoto’ e ‘Carataí’ (em homenagem a peixes), ‘Tico-tico’ e ‘Beija-flor’ (em homenagem a pássaros), ‘Pau-ferro’ e ‘Maçaranduba’ (nomes de madeiras nativas), e alguns mais comuns como ‘Abacaxi’, ‘Água Marinha’ e o tradicional ‘Rio Amazonas’.