Amapá decreta calamidade pública em arquipélago no Rio Amazonas invadido pelo água do mar

Ribeirinhos do Bailique, na costa do estado, sofrem com a salinização da água do rio. Decreto prevê ações emergenciais para a região.

Foi decretada situação de calamidade pública na região do Arquipélago do Bailique, no litoral do Amapá, onde a população sofre com o avanço da água salgada no Rio Amazonas limitando a oferta de água potável para os ribeirinhos. O anúncio do decreto foi feito na noite de quinta-feira (21) pelo governador Waldez Góes.

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Os efeitos do decreto valem por 180 dias e contemplam a região do Bailique, distrito de Macapá, e áreas dos municípios de Amapá e Itaubal também prejudicadas pelo fenômeno, onde além da água salgada, convivem com o risco de erosão das encostas.

“O decreto também permite a solicitação de reconhecimento federal do Estado de Calamidade Pública para a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil visando o recebimento de recursos complementares para a realização de ações na área”, publicou o governador.

Na costa do Amapá, o Bailique, distante 12 horas de barco da capital, tem a população prejudicada pelos efeitos do Oceano Atlântico no dia a dia dos moradores.

O fenômeno que acontece durante o verão amazônico – a partir do 2º semestre – é natural, mas ribeirinhos relatam que nos últimos quatro anos, pelo menos, a intensidade da água salgada tem sido maior.

Um estudo do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) busca entender se a aceleração do fenômeno ocorre em função do desmatamento ambiental e do assoreamento do Rio Araguari, que desagua no Amazonas.

Ações

Desde o início do estado crítico na região, campanhas foram mobilizadas para arrecadação e doação de água potável aos moradores. Balsas partiram da sede da capital fazendo a distribuição nas áreas mais isoladas.

Até o momento, segundo o governo, foram mais de 100 mil litros entregues de um total que pode chegar a 500 mil. As comunidades atendidas inicialmente são Vila Progresso, Itamatatuba, São Pedro do Curuá, Carneiro e Maúba.

Ainda há a previsão da instalação de uma Estação de Tratamento de Água para abastecer, de forma definitiva, as famílias atingidas pela salinização.

Balsa sendo abastecida com água antes de ir para o Bailique — Foto: Maksuel Martins/GEA

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